sexta-feira, 11 de maio de 2012

"O desemprego é uma oportunidade de mudança"

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O desemprego constitui um grande flagelo social. Todos têm, com certeza, a noção da angústia e do desespero dos que ficam sem trabalho.
Nos tempos que correm, a incerteza surge como uma forte ameaça e as pessoas,  de um momento para o outro, poderão ver a sua vida totalmente transformada ao serem confrontadas com o desemprego. A perspetiva da mudança cada vez é mais difícil, o mercado de trabalho não oferece respostas, ou na melhor das hipóteses, estas demoram muito tempo a chegar.
Todos temos a  percepção do avolumar dos problemas decorrentes do desemprego e dos esforços desenvolvidos por aqueles que são as suas vítimas.
Não compreendo o conteúdo das afirmações de Passos Coelho ao dizer "que o desemprego não pode ser visto como um sinal negativo, nem pode ser um estigma, mas uma oportunidade de mudança de vida?". 
Que mudança? 
Mudar de vida, quando existem problemas, implica alterar o que está mal, ir em busca da solução que poderá trazer uma melhoria.
Como? Os desempregados são os primeiros interessados na mudança, ou será que o primeiro-ministro tem dúvidas?
Optar pelo empreendedorismo de que tanto se fala?
Os que estão dispostos a correr riscos, recorrendo ao crédito com o intuito de criar o seu próprio emprego, conseguem alcançar este objetivo? Os bancos não estão a emprestar dinheiro, precisam de ser recapitalizados. Como fazer?
Emigrar, solução já preconizada por alguns, mas que revela algum desprezo pelas pessoas que são a essência do país?
Quem ouve falar Passos Coelho fica com a sensação que as pessoas se acomodam e não procuram um emprego, o que é grave e pode ser considerado um insulto.
Se a intenção do primeiro-ministro é incutir esperança e ânimo,  escolheu a forma errada e o que disse não pode ter um bom acolhimento, pelo contrário, só poderá provocar a revolta.
A consciência do primeiro-ministro devê-lo-ia ter aconselhado a abster-se de tirar conclusões que não poderão encontrar eco em ninguém de bom senso. 

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