domingo, 29 de abril de 2012

Domingo, deixar o tempo correr

Tarde de domingo - Seurat
http://noticias.universia.com.br/br/images/imagenes%20especiales/t/ta/tar/tardededomingonailhadagrandejatte.jpg

Levantar tarde, tomar um pequeno-almoço reforçado, ler ou ouvir as notícias, a música como pano de fundo e eis o domingo, dia propício ao descanso acompanhado de alguma preguiça. Sabe bem não ter um horário rigoroso, deixar, por assim dizer, correr o tempo sem grandes preocupações, fazer o que nos apraz.



sábado, 28 de abril de 2012

Mais medidas de exceção

Estamos, de uma forma continuada, a ser confrontados com "medidas de exceção" a que este governo não se exime de recorrer. No último Conselho de Ministros ficou decidido que mais organizações do Estado irão beneficiar de regras que as colocarão  numa situação de privilégio, a saber o Instituto de Gestão do Fundo Social Europeu, o Instituto Financeiro de Apoio ao Desenvolvimento da Agricultura e Pescas, o Instituto do Emprego e Formação Profissional e o Turismo de Portugal.
Os Institutos abrangidos por estas "medidas de exceção" vão pagar aos respetivos administradores mais, contrariando o que estava previsto inicialmente.
A legislação, recentemente aprovada sobre as remunerações dos gestores públicos, estabeleceu o vencimento ilíquido do primeiro-ministro como base, não podendo haver valores superiores, excetuando a Caixa Geral de Depósitos (CGD), Transportes Aéreos Portugueses (TAP), Empresa Portuguesa de Defesa (Empordef) e Correios, Telégrafos e Telefones (CTT).
A concorrência surge com uma das explicações para a adoção de critérios de natureza dualista. Não me parece plausível. 
Manutenção de privilégios? Falta de coragem para não ceder a pressões?
Os Portugueses têm o direito de saber a verdade. O governo tem o dever de ser transparente e justo.


quinta-feira, 26 de abril de 2012

Uma pedrada no charco

https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjH7U8zqIk5ywXjCn_5FUTdDj688AbJsxU_qdr1ALm-28ZKwPiUMnATM20sJRzaWIJdMJZdyEXfxTEWOa65mbc6eQr_8WUowjGOpjAimKVQma8Ti3OpmqQ5VTsyW9ttZeFXYXcWGRn163I/s320/Pedrada+no+charco.jpg

Quando algo está mal, há que sair do marasmo, uma pedrada no charco faz falta.
É mais fácil dizer sim do que dizer não. De um modo geral, o não corresponde a uma decisão que obedece a uma reflexão e implica uma avaliação. Medem-se os prós e os contras e a consciência dita a acção.
Não é de ânimo leve que se toma uma posição contrária à corrente. É preciso ser coerente e ter coragem.
Admiro e respeito todos aqueles que têm a força de remar contra a maré, correndo o risco de serem mal interpretados.
Quem faz análises, antes de julgar os outros, deve procurar entender as razões que os mobilizam e explicar com objetividade os comportamentos assumidos de forma consciente.
O observador, consoante o ângulo de visão, pode  ver o que mais lhe convém, o que o impede de ser imparcial. Há que ter bom senso e não fazer juízos precipitados.

quarta-feira, 25 de abril de 2012

Consciência pesada?




Não deixa de ser estranho que a maioria dos membros do governo, presente na Assembleia da República, para assistir à comemorações oficiais do 25 de Abril ostentasse um cravo vermelho, símbolo de Abril. A imagem pode sugerir que sentiram necessidade de mostrar publicamente que preservam os seus ideais.
Será que têm algum peso na consciência?

Os cravos voltaram!





Há muito tempo que não eram vistos tantos cravos, mas há sempre alguém que resiste.

25 de Abril, o dia que mudou Portugal

http://saidolabirinto.files.wordpress.com/2010/04/forum25abril.jpg?w=214&h=300Abril

Há 38 anos a alegria, o entusiasmo e a esperança envolveram os Portugueses.
Hoje, a incompreensão, a indignação e a revolta apoderam.se de nós.
Perante os nossos olhos desfilam políticos que menosprezam os nossos direitos e cuja insensatez lhes retira a capacidade para refletirem. Muitos deles são os chamados "filhos do 25 de Abril", mas o desconhecimento que demonstram ter da História impede-os de verem mais além. Esquecem-se que o exercício dos cargos que desempenham só é possível porque  existiu Abril.
É compreensível que, volvido este tempo, muitos pensem e sintam que os ideais do 25 de Abril estão ameaçados. Não há dúvida, que nada pode ser dado como adquirido. Impõe-se que estejamos atentos e que a nossa acção faça cumprir Abril.

terça-feira, 24 de abril de 2012

Vamos celebrar o 25 de Abril


Protagonismo reconhecido


                                                            http://www1.ci.uc.pt/cd25a/media/Politicos/marisoar.gif

As palavras proferidas por Passos Coelho sobre as comemorações oficiais do 25 de abril, referindo-se à ausência de Mário Soares, só poderão ser interpretadas como desconhecimento da História recente.É lamentável que o primeiro-ministro demonstre falta de respeito por alguém que teve um papel determinante na implantação e consolidação do regime democrático em Portugal.
Os Portugueses estão gratos e não apagam da sua memória a acção desenvolvida por Mário Soares para que o pluralismo político triunfasse.
A democracia que vivemos hoje pode estar a afastar-se dos ideais do 25 de abril, mas quem tem responsabilidades governativas deve ter mais cuidado.
A liberdade conquistada permite-me expressar o que penso e sinto.
Mário Soares não precisa de protagonismo, já o tem e há muito tempo, faz parte da nossa História.

24 de abril


Memórias...

domingo, 22 de abril de 2012

Rotular pessoas






Sem sabermos como, nem darmos por isso, alguém que pretende dar uma imagem negativa de nós põe-nos um rótulo e, já está.
Por que será? Certamente haverá uma explicação.
Inveja, maldade, insegurança, ou simplesmente incapacidade, ou falta de vontade para reconhecer que os outros também poderão ter algum valor?
O hábito de estabelecer conotações, através dos rótulos que levianamente são colados e têm como intuito denegrir o outro, revela a mesquinhez dos seus autores.
Um dia, mais cedo do que se pensa, o rótulo cai, a imagem esvai-se e o que somos é reconhecido.


Uma Luz de esperança



Hoje há eleições em França. Uma luz de esperança poderá surgir na Europa.  
Espero que Sarkosy obtenha um resultado que torne possível alimentar a ideia de que a mudança poderá ocorrer, num futuro próximo.
Na crise que se vive e  atinge drasticamente a Europa, duas figuras andam, sistematicamente, de mãos dadas, assumindo um papel de relevo na União Europeia (UE), Sarkosy e a Chanceler alemã Ângela Merkel. Ambos parecem querer ignorar que 27 são os Estados-membros que a integram.
As políticas que defendem e levam à prática não têm contribuído para solucionar a crise, bem pelo contrário, medidas de grande austeridade têm provocado economias recessivas e a formação de velocidades diferentes numa UE, adulterando por completo o espírito que lhe está subjacente.
Tenhamos confiança. Pode ser que a data de hoje marque o início de uma nova etapa.

sexta-feira, 20 de abril de 2012

First of may

http://imagens.publico.pt/imagens.aspx/379634?tp=

Passos Coelho esteve em Londres com o seu homólogo, David Cameron, e em resposta a um jornalista justificou a reação do líder da União Geral de Trabalhadores (UGT), Proença de Carvalho, com a aproximação do 1.º de maio.
É sabido que o secretário-geral da UGT disse que rasgaria o acordo de concertação social, caso ele fosse desrespeitado. 
Fiquei deliciada ao ouvir a resposta em inglês, um pouco titubeante, é certo, mas cujo conteúdo é  insólito e preocupante. 
Quando se realiza um acordo, as partes envolvidas têm que cumprir escrupulosamente o que foi acordado, certo? Não faz sentido, se bem me parece, caso uma das partes decida, unilateralmente, apresentar uma alteração, contrariando o que foi estipulado, tente denegrir a outa partee faça  a ligação com uma data histórica carregada de significado.
Será que o nosso primeiro-ministro desconhece o significado do "first of may"?


quarta-feira, 18 de abril de 2012

A justiça presta um mau serviço



A justiça presta um mau serviço ao país e ninguém é responsabilizado.
Os processos arrastam-se nos tribunais anos e anos não havendo uma justificação plausível.
Não se vislumbra transparência e celeridade, condições imprescindíveis para uma justiça eficiente e eficaz.
Com certeza que terá de haver uma explicação. O mais provável é que ela não seja apresentada porque interesses, por nós desconhecidos, se sobrepõem.
Poderia mencionar diversos processos, alguns dos quais, envolvem figuras públicas, já condenadas, mas que a interposição de recursos sucessivos faz com que não haja um veredicto final.
Dir-se-á, a culpa é da legislação vigente. Desculpa de mau pagador, uma vez que a legislação pode ser alterada, basta que haja vontade, resistência a pressões e determinação.
Hoje, mais uma vez, uma notícia mancha a prestação dos que têm funções judiciais. O Procurador-geral da República, Pinto Monteiro, afirmou que não tinha verbas para perícias ou outras diligências no âmbito do processo dos submarinos, mas a ministra da justiça, Paula Teixeira da Cruz, responsabilizou a Procuradoria pelos eventuais atrasos neste processo-crime.
A imagem que fica é péssima e os cidadãos interrogam-se. Quem fala verdade?
Foi-nos dito, não há muito tempo, que a situação ia mudar. Quando?


segunda-feira, 16 de abril de 2012

Mais um aumento




Todos os dias aparece uma notícia que nos faz sentir que não há nada que escape à voracidade de "mexer nos nossos bolsos". Pois é, ficámos a saber que a Entidade Regulador dos Serviços Energéticos (ERSE) propôs o aumento das tarifas do gás natural, no valor de 6,9%, a partir de 1 de julho e até ao final deste ano, dado que em 2013 um novo tarifário entrará em vigor. Foi apresentada como justificação a subida do petróleo.
Produtos essenciais sofreram aumentos significativos a que poderemos juntar os cortes salariais e o aumento de impostos, diretos e indiretos, de que nem todos se apercebem.
A vida complica-se dia a dia e aqueles que vivem só do seu trabalho sentem a revolta, cada vez, com mais força.
Qual será o próximo aumento?

domingo, 15 de abril de 2012

A música, uma presença constante

    Noites de domingo, véspera de um dia de trabalho.
                Sabe bem ouvir música. Relaxa, cria um ambiente agradável.  
                                                                               

O papel do Estado


Fala o primeiro-ministro e, um conjunto de frases feitas, aflora ao seu discurso. É recorrente, ouvirmos "menos Estado, mas melhor Estado", "o Estado não pode ser patrão", "não podemos permitir a existência de privilégios", "as pessoas encostaram-se ao Estado de mão estendida" e outras tantas verdades de "La Palisse".
A maioria dos Portugueses não defende a estatização, o mesmo será dizer que não apoia uma ideologia em que o Estado controle tudo, assegure o pleno emprego, ou não deixe espaço à iniciativa privada, aliás isso não faria sentido numa sociedade democrática.
Assim, não é muito compreensível nem se justifica um discurso fundamentado nesse pressuposto.
Outra coisa é ter a noção que o Estado tem um papel na sociedade, como agente regulador, e tem por missão garantir as liberdades e os direitos dos cidadãos. Não se deve tentar baralhar as pessoas, que têm a inteligência suficiente para perceberem a intenção do discurso.
Todos sabemos que políticas norteadas por ideias de cariz, essencialmente, liberal conduzem, essas sim, à manutenção de grupos privilegiados, à redução dos direitos e à injustiça.
Não devemos confundir direitos com privilégios. São conceitos diferentes.
O Estado precisa de ter pessoas competentes e responsáveis e não de discursos, cujo conteúdo por mais palavroso que seja, carece de autenticidade e muitas vezes de verdade.

Leilão de terras da reforma agrária


Assunção Cristas, ministra da Agricultura, anunciou que amanhã, dia 16 de Abril, irão a leilão 600 hectares de terra que restam da reforma agrária para serem comprados por jovens agricultores e afirmou “que o Estado não quer açambarcar mais terras, quer pôr no mercado terra que não esteja a ser eficazmente usada”.
À primeira vista parece tratar-se de uma medida que poderá trazer vantagens ao mercado do trabalho, dado que o desemprego, a nível dos mais jovens, apresenta uma taxa muito elevada.
Por outro lado, a produção agrícola  será mais desenvolvida, permitindo uma redução da nossa dependência externa, que se traduzirá num valor acrescentado na economia nacional.
No entanto, algumas perguntas se impõem. Por uma questão de transparência, a ministra deveria tornar públicas as condições que permitem o acesso ao leilão.
Considero essencial ser do conhecimento de todos, a localização das terras, o preço do hectare, os requisitos que os jovens agricultores têm que ter para possuírem as terras.
Será que os jovens agricultores que  não tenham dinheiro para as comprar poderão recorrer ao arrendamento? Era bom que assim fosse, caso contrário, só alguns serão beneficiados.
Afinal, estão em questão terras do Estado, ou seja de todos nós.

sábado, 14 de abril de 2012

Dia internacional do café


Hoje comemora-se o dia internacional do café.
O café, bebida muito apreciada, chamada por uns de "bica" e por outros de"cimbalino", consoante a região, faz parte do nosso quotidiano.
Ao longo do dia, o café marca presença, de manhã cedo, a meio da manhã, a seguir ao almoço, a meio da tare, à noite.
Muitas vezes, quando queremos estar com alguém, trocar ideias, ou simplesmente ter uma boa conversa dizemos, "podemos tomar um café".
O café pode ser forte, ou  suave,  com ou sem açúcar, dependendo do gosto de cada um, mas o seu aroma é bastante apreciado.
Os cafés, locais privilegiados para tomarmos esta famosa bebida, desde o início, foram espaços de socialização e de convívio, onde se reuniam intelectuais.
No século XVII surgiram os primeiros cafés na Europa. No célebre café parisiense, Le Procope, Voltaire, Diderot e Jean Jacques Rousseau reuniram-se e divulgaram ideias iluministas.
Em Lisboa, podemos referir vários cafés que marcaram uma época e continuam a ser uma referência, é o caso da Brasileira, do café Nicola, do Martinho da Arcada.
Não há muito tempo, os cafés eram muito frequentados a seguir ao almoço e depois do jantar. As pessoas reuniam-se e, enquanto conversavam, tomavam o seu café.
Hoje, a vida mais apressada, impede-nos, por vezes, de saborearmos um café "bem tirado".

                                                                          Mattin Partarrieu
                      https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgvpJbCJP7H1pzhJLbbssnBGz5AD8ChLqnJ9Gtt8AgLr_sT-fW9viynBBbqlsJ_4pV5vw7PICMQyS0-u_7EJT6eHirygz7ntIT608vFr2e9tDU8v_nOaxjuI884e6L7I5ZZx17vAQZZTdD2/s320/3.jpg

sexta-feira, 13 de abril de 2012

Europa coesa e solidária


Foi ontem ratificado, na Assembleia da República, o tratado europeu que consagra a célebre “regra de ouro” votada na cimeira europeia de Dezembro último e assinado pelos chefes de Estado e do Governo dos Estados-membros da União Europeia (UE), com exceção do Reino Unido e da República Checa.
A aplicação desta regra obriga a que os países da UE façam uma boa gestão das finanças públicas  para que haja um equilíbrio orçamental. Os países da zona euro (dezassete) assumem o compromisso legal de manterem o défice estrutural num limite de 0,5% e a dívida pública sempre abaixo dos 60% do Produto Interno Bruto (PIB), estando previstas sanções caso as metas definidas não sejam cumpridas.
Os países da UE que não integram a zona euro poderão, se assim o entenderem, aplicar esta regra.
Provavelmente, este tratado irá criar grandes dificuldades, uma vez que é muito exigente e poderá originar políticas que dificultarão, ainda mais, a vida das pessoas, aliás, a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) alertou para os riscos  decorrentes da sua aplicação.
De imediato, confrontamo-nos com três categorias de países, os da zona euro, os que não aderiram ao euro e o Reino Unido e a República Checa.
Na génese da construção europeia estão Jean Monnet e Robert Schuman que defenderam uma Europa forte, coesa e solidária, pois só assim se poderia manter a paz e evitar o seu declínio.
O Tratado de Maastricht, assinado em 1992, foi determinante na instauração de uma união económica e monetária. Ficou definido que o défice público não podia exceder 3% do PIB e a dívida pública não podia ultrapassar 59% do PIB.
A Europa, hoje, parece estar afastada dos valores que presidiram à sua criação. Vemos os países mais desenvolvidos a olharem com desconfiança para os menos desenvolvidos como se fossem um fardo e dos quais pretendem livrar-se. A solidariedade não existe e deparamo-nos com imposições que acentuam a clivagem entre os países da UE. Não temos uma Europa, mas "várias".
As metas estabelecidas em Maastricht não foram cumpridas por vários Estados-membros, mas nada aconteceu, os tempos eram outros.
Esta "regra de ouro" inscrita no tratado, que Portugal se apressou a ratificar, causa alguma perplexidade e revela um desvio do espírito subjacente à construção europeia.
A Europa tem que ser forte, coesa e solidária, para o bem de todos nós.

quinta-feira, 12 de abril de 2012

Quem serão os responsáveis?



Há pessoas que acreditam que muitos Portugueses estavam a viver acima da média e não aceitam, que muitas das medidas que estão a ser tomadas, para além de provocarem  um quadro de pobreza e miséria, por muitos sentida, põem em causa o progresso e o bem-estar alcançados pelas sociedades em décadas não muito longínquas.
Ao longo da História, homens e mulheres têm desenvolvido múltiplos esforços para que as sociedades sejam mais perfeitas e mais desenvolvidas, alicerçadas na liberdade, igualdade e justiça.
Não me parece justo apontar o dedo, de uma forma simplista, como se estivéssemos na presença de irresponsáveis e consumidores compulsivos, que não têm a capacidade de gerir os seus rendimentos e "ousam" ter comportamentos que deveriam estar reservados, apenas, para outros, os "privilegiados".
Certamente, não foram estas pessoas que levaram o nosso país à situação em que se encontra.
Quem serão os responsáveis?

Palavras traiçoeiras


É impressionante a arrogância e a ligeireza que se imprime ao discurso, sobretudo, no local que representa a Nação, ou seja a Assembleia da República.
Paulo Macedo afirmou não ter respeito pelo edifício onde funciona a Maternidade Alfredo da Costa, o que revela ausência de sensibilidade e direi mesmo, de sentido de Estado.
Já era do nosso conhecimento a falta de consideração que lhe merecem os utentes e os profissionais que trabalham nesta instituição, embora diga o contrário, mas as políticas anunciadas atraiçoam as palavras pronunciadas.
Era bom que a reflexão fosse a próxima decisão a ser tomada. 

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Os erros acumulam-se



Quando  a coragem para assumir o que se diz e o que se faz não existe, é natural que os erros se acumulem de uma forma desastrosa.
O primeiro-ministro continua a insistir no erro ao sublinhar que, desde o início pela sua própria voz, a reposição do 13.º e 14.º meses seria  gradual. Argumenta dizendo que Portugal daria uma imagem precipitada se repusesse os subsídios no final de 2014 e o Estado não pode aligeirar o esforço que está a fazer para sair da crise.
O respeito que revela por nós é pouco e a insensibilidade cresce de dia para dia, mas impunha-se alguma coerência no pensamento e na ação.
O seu discurso dificilmente poderá convencer alguém.





Às vezes é melhor ficar calado

Quando não sabemos, o melhor é ficarmos calados.
Ontem, Passos Coelho disse aos jornalistas, em Maputo, que a Maternidade Alfredo da Costa era "uma unidade histórica em Portugal que não pode ficar parada no tempo, tem de evoluir". Acrescentou ainda, "o importante é que as pessoas que recorram aos serviços possam ser bem atendidas, atendendo a todas as contingências que possam acontecer, até porque hoje em dia há contingências que possam acontecer na Alfredo da Costa para as quais a maternidade não tem respostas adequadas".
A MAC  tem acompanhado a evolução científica e presta serviços de excelência. As palavras ditas, além de revelarem ignorância, não correspondem à verdade e são ofensivas para quem lá trabalha , assim como para a maoiria dos Portugueses.
Por outro lado, o local onde tais afirmações foram feitas, não me parece de forma alguma o mais adequado.
Quando desconhecemos a matéria em causa, por uma questão de inteligência devemos optar pelo silêncio.

terça-feira, 10 de abril de 2012

O Encerramento da Maternidade Alfredo da Costa

 
A semana passada, o deputado do Bloco de Esquerda, Francisco Louçã, comunicou na Assembleia da República que a Administração de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo tinha transmitido aos diretores de serviço a intenção do encerramento da Maternidade Alfredo da Costa (MAC).
Ontem, Paulo Macedo, ministro da saúde, afirmou que a MAC encerraria, com certeza, durante esta legislatura, ou seja, até 2015.
É chocante e preocupante ouvir as afirmações proferidas por Paulo Macedo. É inconcebível que um serviço de excelência e referência seja encerrado, sem que para tal haja uma explicação plausível.
A MAC, ao longo do seu percurso, cujo início se situa em 1932, foi sempre reconhecida pela qualidade e inovação dos cuidados prestados nas áreas da saúde pré-natal e neonatal, pré-concecional e ginecológica.
A MAC acompanhou sempre a evolução científica e daí a sua relevância nacional.
Recentemente, foram feitos investimentos nos blocos operatórios, nos serviços de neonatologia e ginecologia, entre outros.
A reorganização hospitalar deve ter em conta uma gestão eficaz dos recursos, que não passa, certamente, pela extinção de hospitais que prestam um serviço de qualidade e são de grande utilidade para as pessoas.
Fala-se com ar de preocupação na descida da taxa de natalidade, na necessidade de criar incentivos que promovam a natalidade, mas fecha-se uma maternidade.
A quem poderá servir esta política?

segunda-feira, 9 de abril de 2012

Extravagância


As férias da Páscoa estão a terminar. O dia está lindo.
Apetece-me ir para a rua e fazer uma extravagância. Não tem que passar pela excentricidade, nem pelo esbanjamento, mais a mais os ventos que sopram trazem-nos notícias que nos deixam tristes, ansiosos e preocupados.
As mulheres, de acordo com o senso comum, gostam de consumir, o que as liga, inevitavelmente, à futilidade, visão assaz redutora e injusta. Mas que fazer?
Gostamos de consumir, sim, não apenas bens materiais, mas de tudo um pouco, tendo a noção exata que a felicidade, ou o prazer sentido, poderá ser efémero, dependendo  das circunstâncias e do que foi alvo do nosso interesse.
Somos seletivas, o que não impede que olhemos para a realidade que nos cerca e nos debrucemos sobre o que nos desperta a atenção e nos provoca emoções.


Cada dia sem gozo não foi teu
Foi só durares nele. Quanto vivas
Sem que o gozes, não vives.


Não pesa que amas, bebas ou sorrias:
Basta o reflexo do sol ido na água
De um charco, se te é grato.


Feliz o a quem, por ter em coisas mínimas
Seu prazer posto, nenhum dia nega
A natural ventura!


                                       Ricardo Reis

sábado, 7 de abril de 2012

Apenas música






Os ovos de Fabergé



Na Europa Oriental, por volta do século XVIII, a Páscoa era celebrada com ovos verdadeiros de galinha, o que não tinha muito sucesso.
O czar mandou fazer ovos em porcelana, decorados com jóias e metais preciosos, o que fez com que se transformassem em objetos valiosos.
O czar Alexandre III encomendou, em 1885, ao joalheiro russo Peter Karl Fabergé o primeiro ovo para oferecer como presente de Páscoa à sua mulher, Maria Feodorovna. Era de ouro esmaltado, mas tinha no interior uma gema de ouro, onde estava uma galinha que continha um pingente de rubi e uma réplica da coroa imperial em diamante.
O seu filho, Nicolau II, último czar, seguiu a tradição e todas as primaveras oferecia um ovo à sua mulher Alexandra e à sua mãe.



                                          Primeiro ovo de Fabergé, 1885
                                                        http://www.girafamania.com.br/formularios/faberge1885first.jpg

Símbolos da Páscoa

A Páscoa está associada a vários símbolos, dos quais vou destacar alguns.
O cordeiro, símbolo mais antigo, representa a aliança entre Deus e o povo judeu. Moisés libertou os judeus da escravidão dos faraós do Egito e imolou um cordeiro para comemorar a passagem para a liberdade.
O coelho, animal muito fecundo, simboliza a Igreja, que graças ao poder de Jesus Cristo, tem por missão espalhar a palavra de Deus pelo Mundo.Judeus e cristãos relacionam a Páscoa com a esperança numa vida nova.
O ovo representa, também, a fertilidade e o renascimento da vida 
O círio pascal representa a luz de Cristo. É uma vela grande que é acesa no sábado de aleluia. Nela está gravado o ano em curso e as letras do alfabeto grego, alfa e ómega, que significam que Deus é o princípio e o fim.
A amêndoa, na tradição cristã, simboliza Jesus Cristo e a sua forma sugere a natureza divina de Cristo escondida pela casca dura.
O sino anuncia a alegria da ressurreição.





Páscoa


Moisés - Miguel Ângelo

A palavra Páscoa tem origem hebraica "Pessach", que significa passagem.
A Páscoa judaica comemora o êxodo dos hebreus do Egito (1250 ac.) durante o reinado do faraó Ramsés II, o Grande, que se libertaram da escravidão e, conduzidos por Moisés, vão para a liberdade na Terra Prometida, a Palestina.                       

 
A Páscoa cristã está ligada à Páscoa judaica, celebra a Ressurreição de Jesus Cristo, ou seja, a passagem da morte para a vida.


                                           Ressurreição - Rafael Sanzio


sexta-feira, 6 de abril de 2012

Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades

                            http://www.tvi24.iol.pt/multimedia/oratvi/multimedia/imagem/id/13417646/202
                                       
Os preços da gasolina e do gasóleo vão voltar a subir de preço no início da próxima semana refletindo a cotação média dos produtos refinados nos mercados internacionais.
Comparem-se os discursos de Passos Coelho sobre os preços dos combustíveis e, facilmente, concluímos que, embora o tempo decorrido não seja muito, o seu conteúdo mudou radicalmente.
Num passado recente, o primeiro-ministro responsabilizou a Autoridade da Concorrência e afirmou o seguinte:"É incompreensível que a Autoridade da Concorrência não consiga dar uma resposta satisfatória. Se em vez de estarmos sempre a sacudir a água do capote com aquilo que não depende de nós como é o caso do aumento do crude nas praças internacionais, se fizéssemos aquilo que está ao nosso alcance de modo a ver como é que os preços podem não ser tão elevados, não havendo justificação no mercado para terem atingido esse valor, se começássemos por aí já estaríamos a fazer alguma coisa de positivo».
Paulo Portas, na Assembleia da República, manifestou também a mesma opinião e disse que a carga fiscal sobre os combustíveis era "absolutamente exagerada" e o IVA e o ISP estavam a financiar o orçamento de Estado espanhol.
Hoje, o primeiro-ministro, com ar "seráfico," afirma que "o aumento dos combustíveis não depende do governo porque, de acordo com a lei, existe um mercado regulado e cabe ao regulador fiscalizar. Acrescentou, ainda, "que são fatores externos e tudo aponta que se irão manter e até intensificar".
Paulo Portas deixou de se indignar e o Passos Coelho mudou de opinião.
"Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades".

Há que separar as águas

Por uma questão de honestidade intelectual, devo confessar que defendo o aumento da idade para poder aceder à reforma, dado que se verificou um aumento da esperança média de vida. Aliás, vou mais longe, na medida em que penso que desde que as pessoas estejam no pleno exercício das suas faculdades físicas e psíquicas e queiram, deveriam poder trabalhar durante mais tempo.
Se olharmos à nossa volta, vemos exemplos de pessoas que já ultrapassaram os 70 anos de idade e ocupam lugares de destaque.
Sem querer personalizar, refiro o caso do Presidente da República e do Presidente da Fundação do Centro Cultural de Belém, mas outros haverá.
A minha opinião sobre a matéria em causa não invalida, contudo, o repúdio pela metodologia adotada por Passos Coelho, que mereceu a conivência do Presidente da República.
Há que separar as águas, ou seja, o conteúdo do diploma legal e a forma como o processo decorreu. Para além de se poder questionar a legalidade e a legitimidade do Decreto-Lei, as partes envolvidas não deveriam ser ignoradas.
Uma democracia evoluída não deve marginalizar as pessoas, uma vez que constituem a sua essência. Comportamentos de cariz ditatorial, mais cedo, ou mais tarde, geram reações que provocam o seu fim.
A História ensina-nos tudo isto. É pena que o seu conhecimento seja subalternizado.

Agir pela calada

Aprovar no Conselho de Ministros, de 29 de março de 2012, uma lei que suspende as regras do regime de flexibilização que regulam a antecipação da idade de acesso às reformas e pensões revela, mais uma vez, a forma como o governo age.
Pela calada, pensando que nesta época os Portugueses poderão estar menos atentos, são tomadas medidas, que a eles dizem respeito, mas  a  insensatez dos governantes  impele-os a esconder o que fazem e a menosprezá-los.
A informação vem a público, apenas, no dia da publicação do Decreto-Lei n.º 85-A/2012 no Diário da República de 05 de abril de 2012 com o aval do Presidente da República, conivente com o ato.
É difícil encontrar palavras que descrevam os sentimentos que estes procedimentos provocam.
  




quinta-feira, 5 de abril de 2012

Lapso de Vítor Gaspar!



http://t0.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcRQoNamJ9vmA6MSwFVV27pqlZOqsdXhqxp0D-fyMh2yfu_eW67tly-6AtrV5g

Uns mentem, outros têm lapsos, o mesmo será dizer que a falta de respeito e de consideração são o traço de união de ambos.
"Deixem-me esclarecer muito vagarosamente", disse o ministro das finanças, Vítor Gaspar, como se os Portugueses fossem estúpidos e desatentos.
O ano de 2015 é o ano a seguir a 2014, outra afirmação sua, feita de forma leviana que não abona quem a produz.
Falam em rigor e exigência, na vontade de quererem construir um país mais feliz. Como?
Que credibilidade merecem estes senhores?
É chocante o conteúdo e a forma do que é dito.
Grassa a insensibilidade e a insensatez.  

quarta-feira, 4 de abril de 2012

Passeando no Chiado


                              http://www.ezimut.com/wp-content/files_mf/2614845667_67e349fa65_b61.jpg

Deixando um pouco de lado a política e os políticos.
Nas férias da Páscoa, há uns tempos a esta parte, gosto de ir à Baixa nesta época e andar pelo Chiado.
O ambiente parece diferente, ruas cheias de pessoas, lojas inundadas de cor e movimento. Ouvem-se línguas estrangeiras, sobretudo, a espanhola.
Gosto também de entrar na igreja dos Mártires, sentar-me um pouco e pensar.
Hoje é quarta-feira santa, o dia em que se visitam as igrejas.
Ontem ouvi na televisão que o investigador inglês Colin Humphreys, da Universidade de Cambridge, chegou à conclusão que Cristo teve a última ceia com os apóstolos numa quarta-feira, dia 1 de abril do ano 33, contrariando a tradição cristã que a coloca numa quinta-feira. 
A justificação prende-se com a utilização de calendários diferentes.

Como se mente tanto em tão pouco tempo

                                                           http://imagens.publico.pt/imagens.aspx/378031?tp=UH&db=IMAGENS


Como se consegue mentir tanto em tão pouco tempo.
Não encontro um adjetivo que qualifique as afirmações de Passos Coelho. O que diz  tem uma validade de curto prazo. Não é preciso passar muito tempo e o que foi dito transforma-se numa grande mentira. Se não fosse primeiro-ministro, o chorrilho de mentiras proferidas só o prejudicariam a ele, o pior é que dadas as circunstâncias, o que diz tem um impacto na vida dos Portugueses.
Hoje, mais uma novidade foi apresentada numa entrevista dada à Rádio Renascença, onde ficámos a saber que o 13.º e o 14.º meses serão repostos, mas de uma forma faseada, a partir de 2015, ano de eleições. Não sabe o ritmo nem a velocidade, não tem uma bola de cristal.
Por outro lado, o ministro das finanças reiterou que o corte só iria durar durante o programa de assistência financeira a Portugal. Quem fala verdade?
Passos Coelho disse também que gostaria de ajudar mais as classes médias. É preciso não ter vergonha. É sabido, que as políticas levadas a cabo por este governo têm feito com que os mais pobres dependam da caridade refletida nas medidas de natureza assistencialista, que deverão merecer a sua gratidão. As classes médias caminham a passos largos para uma vida mais pobre, em que a miséria espreita, mas os mais favorecidos continuam a ver o seu estatuto reforçado.

terça-feira, 3 de abril de 2012

Corte definitivo do 13.º e 14.º meses?


Peter Weiss

O Sr. Peter Weiss, diretor-geral dos Assuntos Económicos e Monetários da Comissão Europeia e membro da missão de ajuda externa para Portugal, disse em Bruxelas que se teria de ver se os cortes do 13.º e 14.º meses, aplicados aos funcionários públicos portugueses, não deveriam ser permanentes.
Considero uma afronta que alguém, alheio à política interna do nosso país, ouse dizer o que disse.
Sabemos que a nossa soberania está bastante reduzida, mas como Estado-membro da União Europeia (UE) merecemos mais respeito.
Do memorando da troika não constam estes cortes, mas o governo decidiu aplicá-los criando uma grande desigualdade entre as pessoas.
Não teve o cuidado de ser equitativo, o que está a provocar situações de injustiça tremendas.
Foi-nos dito que se tratava de uma medida transitória, quer por Passos Coelho, quer por Vítor Gaspar, só nos faltava que já se estivesse a abrir o caminho para a transformar em definitiva.
Quando dizem que em vários países da UE existem, apenas, doze vencimentos e não catorze, há que ter em conta o valor das remunerações que são auferidas. 
É bom que não nos tomem por parvos.



segunda-feira, 2 de abril de 2012

Salários penhorados


Foi com tristeza, apreensão e indignação que ouvi, ontem, a notícia sobre os salários penhorados a cerca de 50 mil funcionários públicos.
Julgo que ninguém pode ficar indiferente.
Não será por acaso que muitos funcionários públicos têm necessidade de contraírem dívidas, que vão juntar a empréstimos contraídos anteriormente, o que se traduz num processo cumulativo que leva a situações de incumprimento.
Os funcionários públicos trabalham para o Estado, ou seja para o bem público e, contrariamente ao que é dito por alguns, são pessoas competentes e dedicadas. Muitos auferem um vencimento que fica aquém do justo valor, tendo em conta os serviços que prestam.
Outros receberão muito acima do que merecem, mas estes correspondem aos grupos privilegiados, dos quais destaco alguns políticos e gestores públicos, que despudoradamente, acumulam o vencimento com reformas e subvenções.
É aflitivo e revoltante as pessoas verem os rendimentos provenientes do trabalho, substancialmente reduzidos, ou melhor dizendo, roubados, o que as impossibilita de viverem com dignidade e pode conduzir ao desespero.
Não me venham dizer que se trata de pessoas que gastaram acima das suas posses e que têm que moderar o seu consumo.
Como funcionária pública, sei o que dói a injustiça resultante dos cortes salariais perpetrados pelo atual governo.
Amanhã, muitos mais poderão estar com o mesmo problema, o que é preocupante,  porque no horizonte não se vislumbra  uma solução. 


O Grito -  Edward Munch
https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgfmWsVj4YV3Ensrgk-KtWgE3YsjtKrK4hEINxxz3R2yXHMP0PCHWWS_BRdbY_jrGZrABClK5SrOf0SV4TgKdv5zLamiFb503ntYRgvFU0sMIh8xnRm-6IsZLGN5P8tl6zLOCAclhoBNSJn/s400/munch-scream.jpg