segunda-feira, 9 de abril de 2012

Extravagância


As férias da Páscoa estão a terminar. O dia está lindo.
Apetece-me ir para a rua e fazer uma extravagância. Não tem que passar pela excentricidade, nem pelo esbanjamento, mais a mais os ventos que sopram trazem-nos notícias que nos deixam tristes, ansiosos e preocupados.
As mulheres, de acordo com o senso comum, gostam de consumir, o que as liga, inevitavelmente, à futilidade, visão assaz redutora e injusta. Mas que fazer?
Gostamos de consumir, sim, não apenas bens materiais, mas de tudo um pouco, tendo a noção exata que a felicidade, ou o prazer sentido, poderá ser efémero, dependendo  das circunstâncias e do que foi alvo do nosso interesse.
Somos seletivas, o que não impede que olhemos para a realidade que nos cerca e nos debrucemos sobre o que nos desperta a atenção e nos provoca emoções.


Cada dia sem gozo não foi teu
Foi só durares nele. Quanto vivas
Sem que o gozes, não vives.


Não pesa que amas, bebas ou sorrias:
Basta o reflexo do sol ido na água
De um charco, se te é grato.


Feliz o a quem, por ter em coisas mínimas
Seu prazer posto, nenhum dia nega
A natural ventura!


                                       Ricardo Reis

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