quarta-feira, 10 de julho de 2013

O Discurso do Presidente da República




O discurso do Presidente da  República surpreendeu-me. Esperava que a sua intervenção se traduzisse na aceitação das soluções "engendradas" pelas duas personalidades que estiveram no centro da grave crise política que marcou a agenda nas últimas semanas. 
Gostaria que o Presidente, há muito mais tempo, tivesse intervindo, mas de uma outra forma, em que as propostas apresentadas tivessem em consideração a real situação do País e dos Portugueses.
“O País necessita urgentemente de um acordo de médio prazo entre os partidos que subscreveram o Memorando da de Entendimento com a União Europeia e com o Fundo Monetário Internacional, PSD, PS e CDS,” ideia que se destaca no discurso do Presidente da República.
A ideia de um compromisso de salvação nacional suscitou-me perplexidade. A gravidade da situação exige um entendimento forte, todos o sabemos, mas num sistema democrático, todas as forças políticas têm que ser integradas, sobretudo quando se apresenta como solução do problema, eleições antecipadas, embora, não propostas no tempo imediato. Do ponto de vista ético e jurídico-constitucional, tenho sérias dúvidas sobre a legitimidade de uma proposta desta natureza, aliás, atrevo-me a pôr em causa o respeito  pela separação dos poderes.
Cavaco Silva sublinhou que o Governo se encontra na plenitude das suas funções, mas a partir do momento em que eleições antecipadas estão em cima da mesa (Junho de 2014), estamos perante um governo a prazo que assume um carácter, essencialmente, de gestão, o que confere ao discurso incoerência.


sábado, 6 de julho de 2013

Passos Coelho e Paulo Portas


O porta-voz do Conselho Nacional do CDS/PP afirmou  que o partido se manifestou favorável à estabilidade política.
A estabilidade, stabilis, está associada à permanência, à segurança, à capacidade de "ficar de pé" (verticalidade), exactamente o contrário da situação que se vive no presente. Comportamentos ziguezagueantes são incompatíveis com atitudes em que a coerêcia, a transparência e o rigor devem ser a imagem de marca.
Foi transmitida a ideia de que não tinha havido nenhum recuo, mas ninguém acredita, a começar pelos que estão envolvidosno processo. Procuram lidar connosco como se fossemos desprovidosdeinteigência e de capacidade de análise, o que joga contra os próprios, que vão perdendo credibilidade e surgem como pessoas cujo carácter não inspira confiança.