domingo, 10 de junho de 2018

“Vozes de burro não chegam ao céu”


Falam de tudo e de todos, menos deles próprios.
Falam de educação, de saúde, de economia, de futebol, de qualquer assunto que esteja na ordem do dia, como se fossem especialistas. Não falam da sua classe, que permanece intocável, ou não representasse ela própria um poder, a que muitos se vergam de forma contínua.
O que interessa é escrever um artigo ou analisar/comentar um determinado tema. Há que cumprir um calendário, nos jornais ou na televisão, escrevendo artigos de opinião ou comentando, semanalmente, de forma arbitrária e, muitas vezes superficial, o que está na ordem do dia.
Falam e escrevem sobre os professores, como estes fossem uns “malandros”, a escória da sociedade, que vive à custa do Erário Público.
Os professores trabalham pouco, ganham muito, não querem ser avaliados, progridem automaticamente, têm muitas férias e outros tantos disparates, que carecem de fundamentação e revelam ignorância. Os alunos têm maus resultados e, de imediato, o dedo é apontado aos professores.
Prestam informações erradas, convictos que são possuidores da verdade, não esclarecem e não cumprem com a sua missão. Dá trabalho aceder à informação sobre o objeto da análise. É mais fácil alinhar meia dúzia de ideias e disparar no sentido previamente escolhido.
Fica a sensação que estamos na presença de autodidatas, cujo percurso os privou de ter professores, ou não aprenderam nada com eles.
Eis os iluminados, que andam a reboque dos seus próprios interesses, mas que continuam a contribuir, de forma errada, para a construção da opinião pública. Nada os belisca. Permanecem incólumes.
Fico estupefacta com o atrevimento mitigado de alguma ignorância que os identifica.
A propósito veio-me à memória um provérbio: “vozes de burro não chegam ao céu”.


domingo, 12 de março de 2017

Persistir no erro porquê?



A ignorância é atrevida, é um facto. Vasco Pulido Valente (VPV) não é ignorante. Como explicar que numa crónica apareçam afirmações sobre os funcionários públicos que não correspondem à verdade?
“O governo só pensa, de facto,em alargar o Estado, aumentando o funcionalismo público e, agora, restaurando a sua progressão nas carreiras (na prática sempre corporativa, paroquial e automática)”.A ligeireza com que se escreve, o ter que escrever sobre qualquer assunto, que esteja na ordem do dia, podem ajudar a perceber o conteúdo de tais afirmações. Contudo, é lamentável que se persista no erro e se dê espaço a que outros, menos conhecedores dos factos, sejam levados a pensar que o que leram se traduz na verdade.
Os fazedores da opinião pública, a que VPV pertence, têm que ser mais rigorosos. Não quero acreditar que se queira alimentar uma espécie de “ódio” em relação a uma classe, que continua a ser maltratada por muitos, ou confundir as pessoas,  apresentando os factos de uma forma menos séria.

quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

Escrevo sobre tudo, e, se for preciso também falo


Há uns tempos confrontamo-nos com uma realidade, a nível da imprensa, em que jornalistas assinam, numa coluna de opinião, artigos  onde expressam o seu ponto de vista. Até aqui, tudo bem é um direito que resulta de um contrato feito. O que me leva a expressar o meu espanto, relativo é certo, é que as pessoas em questão pretendem demonstrar que conhecem a fundo tudo, dominam uma multiplicidade de temas, não deixando transparecer, pensarão eles, que a superficialidade com que abordam os assuntos, e, muitas vezes, demasiadas vezes, a ignorância revelada são a sua marca.
Escrevem, como se tivessem que cumprir um calendário, não é importante o conhecimento que se possa ter, a presença semanal sobrepõe-se. É preciso falar ou escrever sobre o que quer que seja e, de imediato, as ideias fervilham. Pesquisar sobre o que se vai escrever ou dizer, para que o discurso seja credível, não é o objetivo essencial. Uma certa habilidade, a nível da escrita, uma pincelada pelo conhecimento, mesmo que mal feita, fazem parte dos seus desígnios.
O que me preocupa é que determinados órgãos de informação publiquem o que é escrito ou divulguem o que é dito.
A liberdade de expressão é inquestionável, mas têm que existir critérios. O conhecimento é imprescindível. Não pode valer tudo. 

quarta-feira, 26 de agosto de 2015

Sou como sou



Sou como sou
Sou aquilo que quero ser e não o que os outros gostariam que fosse
Sou o que sou, sou eu
Sou o que procuro ser
Determinada e persistente
Paixões, sentimentos e emoções...
De tudo, um pouco sou
Sei que não sou perfeita
Não pactuo com a dissimulação
Penso com a razão e o coração
Detesto a falsidade
Sei que sou verdde

segunda-feira, 24 de agosto de 2015

O tempo do silêncio







O tempo do silêncio em que tudo se perde
O tempo que se desvanece e em que nada acontece
O tempo em que as vozes se silenciam...
O tempo que não se repete, em que algo fica por dizer
O tempo que entardece e escurece
O tempo que dá lugar à noite 
O tempo da escuridão e da solidão
O tempo que corre veloz 
O tempo que não se compadece com os silêncios, que de silêncio nada tem

domingo, 23 de agosto de 2015

Vaidade intelectual

Não discuto se é ou não uma tese de mestrado, nem tão pouco se estamos na presença de um "mémoire", uma coisa é certa, a crónica de Filomena Mónica, escrita no jornal Expresso, suscita-me algumas observações.
Quando permitimos a subalternização da razão, facilmente caímos na tentação de ter uma visão apressada e redutora da realidade. Os argumentos que esgrimimos têm que suportar, à partida,  a tese que queremos defender, sendo pouco relevantes as razões que a fundamentam. 
Ao longo da crónica, vários processos de intenção são explanados sem grande consistência. Evoca-se uma investigação através da consulta das fontes disponíveis, mas de forma pouco criteriosa, admitindo que os mais incautos concordarão com as conclusões apresentadas, mas há  sempre alguém que olha com mais atenção e desconstrói o que parecia ser sólido.
Alguns intelectuais da nossa praça consideram-se parte integrante de uma"elite" e, a vaidade e a arrogância, que os caracteriza, impede-os de ver que o povo (que somos todos nós) não é analfabeto, nem aldrabão e muito menos parolo.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015





http://www.dn.pt/storage/DN/2015/big/ng3943352.JPG?type=big&pos=0


Os "jotinhas" da JSD querem a vida, ainda, mais facilitada.
Trabalhar custa, exige esforço e empenho. Saltar degraus parece ser aliciante, mas queimar etapas contribui para o facilitismo, que a breve trecho pode conduzir à incompetência.
'Portugal necessita de pessoas qualificadas e certificadas, em que o rigor, a exigência e a coerência não podem ser transformados em letra morta.
É habitual ouvir-se e ler-se: "temos a geração mais qualificada", mas se impõe-se uma pergunta: que qualidade tem essa qualificação?
Não é sério assacar a culpa aos professores porque todos sabemos que a justificação não é essa.