sexta-feira, 30 de março de 2012

Orçamento Retificativo

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O governo aprovou ontem em Conselho de Ministros a primeira alteração ao Orçamento de Estado para 2012.
O Orçamento retificativo prevê que possam ocorrer promoções em 2012 nas Forças Armadas, na Guarda Nacional Republicana (GNR), na Polícia de Segurança Pública (PSP) e na guarda prisional.
O primeiro-ministro afirmou que esta retificação se justifica pela transferência do fundo de pensões da banca que transitaram para a responsabilidade do Estado.
Sublinhou que houve uma alteração do cenário macroeconómico e que este orçamento acolhe as conclusões do último exame da troika e é um instrumento ao serviço da recuperação do país.
Mais uma vez estamos perante uma situação de injustiça, na medida em que é dado um tratamento diferenciado aos funcionários públicos.
Por que razão as Forças Armadas, a GNR e a PSP têm um tratamento privilegiado? Quais são os critérios que criam mais uma situação de exceção?
As mentiras de ontem são as verdades de hoje.
Passos Coelho fala em consciência social e considera o Partido Social-democrata  um partido de causas.
Que consciência? A que dita a injustiça, a falta de equidade e a mentira?
Que causas? Não vislumbro quais.
Afirma recorrentemente que os sacrifícios são para todos. Só pode estar a brincar connosco. O fosso social aumenta de dia para dia.
A mentira banaliza-se e transforma-se em verdade. Utilizam-se determinadas palavras para confundir os mais desatentos e mascarar a realidade.
Todos sabemos que o governo anterior enganou os Portugueses e adotou, em muitas circunstâncias, politicas erradas.
A mudança que os Portugueses demonstraram querer baseou-se num discurso diferente, apenas na aparência. A chegada ao poder ofuscou-os ou toldou-lhes o raciocínio, dado que a prática é contrária ao que foi dito com grande veemência.
Como diriam os nossos irmãos brasileiros: parece que estão gozando com a minha cara.


quinta-feira, 29 de março de 2012

A simpatia de um gesto



Um "garoto" com espuma e canela, para acompanhar meia torrada,  foi o meu pedido, ao balcão de um café.
Para surpresa minha, o "garoto" vinha muito bem preparado, direi mesmo com requinte.
Foi com grande simpatia, que, quem mo trouxe, quis saber se estava bom.
Gestos simples e delicados caem bem, sobretudo quando estamos menos alegres e, alguém que nos é estranho, parece adivinhar o nosso estado de alma.
Pequenas coisas fazem-nos sentir bem. 
No dia a dia agitado, cada vez é mais raro as pessoas preocuparem-se com os outros, mas não há dúvida que há sempre alguém que marca a diferença.


" A simpatia é o coração a sorrir no rosto"
William Blake

quarta-feira, 28 de março de 2012

Confiança

Os meus olhos choram, não chorando.
A minha boca cala a angústia, a revolta e a mágoa.
Aos meus ouvidos não chegam as palavras que gostava e queria ouvir.
O meu coração está triste e sofre,
mas as minhas mãos agarram com força a esperança na mudança.
A razão diz-me para ter confiança.


                                    Nascer do Sol - Claude Monet
http://viagensdeconhecimento.files.wordpress.com/2011/02/impres1.jpg                                          

Esperança vã

Espero o quê?
Amor, compreensão, cumplicidade?
De tudo um pouco.
Esperança vã a minha.
Não sei como, o sonho não desiste.
A espera permanece.
Valerá a pena?
Não sei.
Insisto, persisto, não desisto.
Em busca do quê?
Da mudança, da compreensão, da justiça e da razão.
Sou mal interpretada, não  valorizada.
Não consigo uma explicação.
Querer demais?
Querer o impossível?
Não me parece
Esperança vã a minha...




"Em todas as lágrimas há uma esperança".
                            Simone de Beauvoir

terça-feira, 27 de março de 2012

Por que os outros me olham assim?


Por que os outros me olham assim?
Dou por mim a pensar e não consigo entender as razões que levam os outros a pensar o que pensam de mim.
Por mais que faça, não sinto que me olhem da forma mais justa.
Ao longo do tempo, tenho a sensação que mexo com os outros, mas não sei ao certo o que lhes desperto.
Fico triste. Não encontro uma explicação e no meu íntimo tomo uma decisão. Prometo a mim mesma não valorizar e não me deixar abater, mas o resultado acaba por ser sempre o mesmo e uma pergunta surge no meu coração. Por que será que não sou capaz de fazer com que os outros se liguem a mim?
Sou frontal, não imponho aos outros o que penso, mas gosto que respeitem as minhas ideias. 
Sou incapaz de atraiçoar o que penso, ou sinto, só para agradar aos outros.
Recuso a dissimulação e o jogo de palavras.



segunda-feira, 26 de março de 2012

26 de Março - Primeira filha tão querida

A Primavera te trouxe.
Março te viu nascer.
Os papás por ti esperavam.
Primeira filha, tão querida.
Teu sorriso os enterneceu.
Passaram a ser três.
As delícias deles fizeste.
Entretanto teus irmãos chegaram.
Depressa te tornaste a nossa amiga e protectora.


Recordo as festas dos teus anos passadas em Portalegre, onde sempre conseguiste reunir muitos amigos.
Entre os presentes que recebeste, há um que foi marcante, o disco Prety Woman.
Dançámos vezes sem conta e não nos cansávamos, pois a música foi do agrado de todos






O tempo foi passando e um príncipe encantado encontraste.
Foi o presente mais apreciado que te mima e faz feliz.




                                                              Birthay - Marc Chagall
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Linda a minha irmã.
Observadora e atenta.
Umas vezes pensativa.     
Risonha e bem disposta.
Dedicada e paciente.
Inteligente.
Nada deixa escapar.
Há sempre uma palavra amiga.
Alegria à sua volta.
Simpatia para dar.

Muitos parabéns



domingo, 25 de março de 2012

Ditadura dos direitos adquiridos


Actualmente, algumas vozes falam em ditadura dos direitos adquiridos, o que na minha opinião se traduz numa expressão muito infeliz. Não consigo entender o que me parece contraditório e de certa forma absurdo.
Atente-se no seguinte. A palavra ditadura pressupõe, absolutismo despotismo, tirania, autocracia.
Sempre que aplicamos este conceito temos a noção exacta que existe uma ausência de democracia, ou seja, a negação de direitos, a imposição dos que detêm o poder, a falta de justiça e de equidade.
Este conceito pode ter sofrido uma evolução ao longo do tempo, mas, na sua essência, mantém-se a conotação com a ausência de liberdade, de igualdade e, por vezes, o desrespeito pela legalidade.
Os direitos estão relacionados com as liberdades, com a moral e a ética, são subjacentes à felicidade humana.
Quem conhece a História sabe que as sociedades, ao longo do tempo, desencadearam um processo de luta pela conquista dos direitos humanos que são fundamentais e imprescindíveis.
Lembremo-nos das revoluções liberais que decorreram ao longo do século XVIII, em que a Revolução Francesa é considerada o paradigma dessas revoluções.
Não foi por acaso que em 26 de Agosto de 1789 foi assinada a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão.
Nela podemos ler no artigo 2.º: “A finalidade de qualquer associação política é a conservação dos direitos naturais e imprescindíveis do Homem. Esses direitos são a liberdade, a propriedade, a segurança e a resistência à opressão”.
Mais tarde, a Declaração Universal dos Direitos Humanos, proclamada em 1948, através da Organização das Nações Unidas, reconheceu um conjunto de direitos fundamentais do Homem que deverão ser salvaguardados pelos Estados.
É fácil compreendermos as motivações que estiveram na origem das revoluções. Todos os sistemas políticos reconhecem determinados direitos e uma igualdade proporcional entre os cidadãos, mas na prática afastam-se deste princípio. Os cidadãos lutam pela defesa da igualdade, pela criação de uma sociedade mais justa e equitativa, onde situações de privilégio sejam banidas a favor do interesse comum, evitando a criação de oligarquias responsáveis pela desigualdade.
O Homem, ao longo do tempo, tem lutado pela busca da felicidade que emana destes valores, que não podem nem devem ser alienados, pois se tal se verificar estamos perante um recuo civilizacional que não poderá trazer paz e abalará a consciência daqueles, que através da razão, conseguirão ter a clarividência de que a manutenção do que foi adquirido, por direito, não deverá ser posta em causa.


Declaração dos Direitos do Homem 
e do Cidadão -1789  

                                                   
                                                           http://fotos.sapo.pt/Z3HvgMLKiG3SH0QKva6R/
                                                     Eleanor Roosevelt 
  Cartaz - Declaração Universal dos Direitos do Homem
http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/8/85/

quarta-feira, 21 de março de 2012

Felicidade e Cumplicidade









A Casa da Dízima
                
Fim de tarde.
O mar, o pôr-do-sol no horizonte. Ambiente calmo.
Rostos felizes. A felicidade e a emoção pairavam no ar.
Dia sublime.
Dois seres, muito queridos, diante de nós estavam.
Era chegado o momento da celebração do amor e da união.
Palavras bonitas foram ditas, poemas com significado foram pronunciados.
Alianças foram trocadas.
A alegria dos dois, nossos olhos viam.
A felicidade e a cumplicidade expressas nos seus olhos envolviam-nos.
Brindámos e aplaudimos e, pela noite dentro, agradavelmente, fomos surpreendidos.
O belo canto servido entre as iguarias, a ida ao terraço, onde foi partido o bolo, o fogo-de-artifício, o largar dos balões, tudo se transformava em beleza.
Por fim, o fado, o de Lisboa e o de Coimbra.
O meu irmão cantou e encantou. Bela e bonita voz que a todos enterneceu.
Sua linda mulher, embevecida e comovida, o ouvia.
Seu querido filho com amor o felicitou.


terça-feira, 20 de março de 2012

20 de Março. Parabéns

                                        A Primavera - Botticelli
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Dia 20 de Março, dia dos teus anos.
Muitos parabéns. Duplamente parabéns! 
Desejo que este dia seja muito feliz e te traga tudo o que mereces.
Irá ser comemorado, também, o amor e a comunhão que liga duas pessoas que me são muito queridas.

Vinte anos parece muito, mas sabe a pouco.
Vinte anos de amor, ternura e cumplicidade.
Muita coisa aconteceu, momentos bons e felizes
Risos, lágrimas, partilha.
Vinte anos parece muito, mas sabe a pouco.

Vinte anos decorridos e vividos.
Parece que foi ontem…
O tempo passou e vossa união reforçou.
Ao olhar-vos vejo alegria no vosso olhar.
Vinte anos parece muito, mas sabe a pouco.

Vinte anos para celebrar e confraternizar.
Família, amigos, com todos querem partilhar.
A vossa felicidade e o vosso amor.
Que venham muitos mais vinte anos.
Vinte anos parece muito, mas sabe a pouco.





segunda-feira, 19 de março de 2012

Dia 19 de Março, dia do pai

Dia do pai, desde sempre por nós comemorado.
Hoje, não posso dizer olá e dar um beijinho especial ao papá, mas a sua preseça está sempre junto de mim.
Com saudade, recordo todos os momentos felizes, o carinho e a protecção com  que sempre nos rodeou.
Era grande  a procupação que tinha connosco. Dizia repetidas vezes, "não há quem goste tanto de vocês como eu".
Quando éramos pequeninos, a caminho do colégio gostava muito de nos perguntar: "quem gosta mais do papá"? Claro está que a resposta que gostaria de ouvir é fácil de adivinhar.
É o dia do pai, mas também penso na mamã que nos ensinou a comemorar este dia.





domingo, 18 de março de 2012

Os golfinhos estão a regressar ao Tejo

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Há golfinhos no Tejo, e que golfinhos!
Estão a ser pintados golfinhos e flamingos na base dos pilares da ponte sobre o Tejo, ponte 25 de Abril, para fazerem as delícias dos Portugueses.
Foi-nos dito que esta obra não implicará custos acrescidos no orçamento do Estado, uma vez que o montante está incluído nas obras de reparação e manutenção da ponte. Será? 
Uma coisa é certa, os Portugueses são um povo "sui generis", por natureza, imaginativos e criativos.
Podem estar em crise, verem os seus rendimentos diminuídos, de bolsos vazios, mas há sempre alguém que se "preocupa" com eles e tenta mimá-los, quanto mais não seja, através do olhar.
Vamos rejubilar de "emoção," já podemos observar estes simpáticos mamíferos aquáticos a "saltarem" no Tejo.
Não sei se acho graça e, sobretudo, se isto é importante.

sábado, 17 de março de 2012

Madrugada fora

  Mulher de costas - Fernando Barbosa

Madrugada fora.
Faz parte da minha profissão  trabalhar, quase todos os dias da semana, em casa, após largas horas de trabalho no local onde desempenho a minha actividade. Fins de semana, feriados, etc.
Não me queixo porque gosto, cada vez mais, do que faço.
Tenho a sorte de ter uma actividade que exige criatividade e me "obriga" a uma busca constante de informação, o que permite actualizar os meus conhecimentos e reforçar o que aprendi. Possibilita-me o contacto com uma multiplicidade e diversidade de pessoas, que me enriquece e, simultaneamente, me exige a capacidade de uma adaptação constante.
Muitas vezes, a madrugada torna-se a companheira inseparável.
Como eu, muitos outros com a mesma profissão, certamente, partilham esta opinião.
Sei que este trabalho, por vezes, poderá ser inglório, mas resta-me uma grande satisfação.
 Qual será a profissão?



Não quero ir por aí

Detesto a falta de sinceridade e a incapacidade voluntária daqueles que não assumem o que dizem e o que fazem.
Detesto que se refugiem na dissimulação e olhem para os outros, colocando neles, a culpa que querem esconder.
Detesto o cinismo e a ausência de imparcialidade que retira a verdade do que é dito.
Detesto o maquiavelismo que se imprime ao discurso e procura esmagar o outro.
Detesto a vitimização que serve de capa àqueles que não querem ver o que é claro.
Não se consegue estar bem com Deus e com o diabo, como vulgarmente se diz.
Gosto da frontalidade, da coerência e da humildade.


quinta-feira, 15 de março de 2012

Mais um pouco de chuva

  
Guarda-chuva  -  Luísa Ártesa



Chove!
Finalmente, mais uns pingos de chuva.
Chuva desejada, ansiada e abençoada.
Todos clamavam por chuva, mas ela tardou em chegar.
Fez-se esperar e, pelos vistos, não veio para ficar.
Não fora a falta que faz e muitos diriam que mais tempo poderia demorar.
Há um objecto que está por natureza ligado à chuva. Pois é, o famoso guarda-chuva, por alguns apelidado de sombrinha, companheiro amigo e inseparável, sempre que o dia ameaça a sua vinda.
Não serve apenas para a chuva, há quem o utilize para se proteger do sol, ou até como acessório. 
Não encontro uma explicação, mas não há dúvida, que desde sempre, o guarda-chuva me despertou algum fascínio. Vejo nele, não apenas protecção, mas também beleza.


terça-feira, 13 de março de 2012

Viver a vida


Não deixes que o tempo te fuja por entre os dedos entreabertos.
Não deixes que dias vazios e frios te envolvam e escondam
a vida lá fora espera por ti e sorri.
Vive com esperança e confiança os dias felizes que passam por ti.
Olha em frente e pensa, o tempo que passa não volta.
Agarra-o com força, não deixes que se escape.
Não fiques à espera que o tempo te acorde e desperte.
A vida quer-se vivida, sentida e amada.



domingo, 11 de março de 2012

Os erros devem ser corrigidos


Há que repor a verdade.
No calor da indignação escrevi uma incorrecção ao afirmar que o ministro Miguel Relvas, referindo-se aos funcionários da TAP e da CGD, disse que estes iriam receber os subsídios de férias e de Natal, o que não corresponde à verdade.
Os referidos subsídios não serão pagos, tal como acontecerá com os outros funcionários públicos.
Não quero dizer com isto que a explicação  do Sr. ministro mereça a minha concordância e o meu aplauso.
É evidente que estamos perante medidas injustas e discriminatórias, ou seja, na essência o que foi dito é reprovável, mas a minha consciência dita-me que a verdade seja reposta.
A bem da verdade, não poderia deixar de referir que foi alguém, que me é muito próximo, que me alertou para o erro cometido. 
Obrigada.

sábado, 10 de março de 2012

Deslealdade?


  
O Presidente da República, Cavaco Silva, no prefácio do livro sobre as suas intervenções, Roteiros VI, acusou Sócrates de deslealdade institucional que ficará registada na história da democracia portuguesa. Escreve que não tinha conhecimento do Plano de Estabilidade e Crescimento (PEC) IV, o que veio a desencadear a realização de eleições antecipadas, e refere as sucessivas chamadas de atenção sobre a crise que se adivinhava.
Se o presidente teve essa percepção cometeu um erro grave, dado que no âmbito das suas competências presidenciais, poderia e deveria ter demitido o governo. Pergunta-se então, porque não o terá feito? Interesses pessoais, interesses partidários, ou outros?
Todos sabem que o Presidente da República é o Chefe do Estado e nessa qualidade tem a obrigação de zelar pelos interesses do país. Tem mecanismos legais que lhe permitem agir, não é uma figura decorativa.
O que terá impedido Cavaco Silva de intervir?
Não se compreende que um político com uma larga experiência se tivesse remetido a um papel de espectador. Fala fora do tempo e o que expressa só pode provocar reacções negativas que o colocam em xeque.
Os erros gravíssimos ocorridos ao longo do governo de Sócrates não têm desculpa, não devem ser branqueados, mas perante esta situação é natural que o seu partido se una e reaja.

Excepção

   Tapar o sol com a peneira

“Não há excepções, há adaptações” afirmou o ministro Adjunto e dos Assuntos Parlamentares, Miguel Relvas, referindo-se aos trabalhadores da TAP e da Caixa Geral de Depósitos (CGD) que serão alvo de um tratamento diferenciado no que concerne aos subsídios de férias e de Natal.
A argumentação utilizada foi a de que se trata de empresas sujeitas à concorrência e como tal a “adaptação para a poupança é diferente das outras empresas públicas”. Como se não bastasse, algo mais foi acrescentado: “é muito importante salvaguardar a diferença entre adaptação e excepção nesta matéria, em que o Estado recuperará o mesmo, mas a adaptação permite uma forma diferente de arrecadação”.
Este ministro já nos habituou a ouvir uma cascata de disparates, em que a argumentação utilizada carece de lógica e de bom senso. Por outro lado, demonstra falta de inteligência, ao admitir que o ar sério que imprime ao discurso proferido, terá o condão de nos levar a pensar que é credível.
Olhando para o seu currículo, várias interrogações me assaltam e fico perplexa, pois o seu percurso, provavelmente, impede-o de ver mais longe e descortinar com rigor e competência o que é objecto da sua apreciação.
Está em questão o tratamento aplicado às pessoas que trabalham para a mesma entidade, ou seja, os funcionários públicos que são discriminados pela negativa, e a forma como as explicações são apresentadas.
A indignação e a revolta não conseguem expressar cabalmente o que sinto, quando vejo e ouço tamanha desfaçatez nas palavras e na atitude do Sr. Miguel Relvas.
Não tape o sol com a peneira, nem atire areia para os nossos olhos. 
Basta!

quinta-feira, 8 de março de 2012

Timidez


A timidez nasce com as pessoas ou apodera-se delas?
Durante muito tempo a timidez pode acompanhar-nos como uma fiel amiga que insiste e persiste em estar presente. Surge com a sua mão protectora impedindo-nos de ir por determinados caminhos para os quais podemos não estar, ainda, preparados.
O medo de errarmos e de nos expormos faz com que nos abriguemos debaixo do manto da timidez e escapemos àquilo que poderá ser sinónimo de ousadia.
Há quem fale da falsa timidez, percepcionada pelos outros, que vêem e interpretam os nossos gestos de forma contrária.
A timidez manifesta-se nas atitudes e comportamentos, inibindo-nos de ser o que a nossa vontade queria que fossemos. Provoca nos outros um certo fascínio e sedução, desperta-lhes a curiosidade e vai criando o desejo de conhecer o outro, de entrar na sua intimidade.
Normalmente, associa-se à timidez a ideia da incapacidade de revelar pensamentos e emoções, mas as expressões assumidas, ou um simples olhar possibilitam a compreensão dos que “padecem” de timidez.
Circunstâncias várias fazem com que a timidez nos envolva e se transforme numa arma de defesa, ou seja o reflexo da nossa insegurança, que  poderá denotar vaidade, arrogância ou agressividade, mas acaba por representar uma timidez disfarçada.




"A timidez é o mais vulgar de todos os fenómenos. O que há de mais vulgar em todos nós é termos medo de sermos ridículos".
                                                                    Fernando Pessoa


                    Mulher de costas
                       Ana Moura

sábado, 3 de março de 2012

Saudade

Estás triste?
Não sei, talvez...
Repara no meu olhar.
Que vês? Tristeza, saudade?
Penso e sinto.
Sabes o quê?
Sinto saudades do tempo.
Tempo passado e vivido.
Sinto saudades de mim, de ti.
Sinto saudades de nós.



quinta-feira, 1 de março de 2012

Reconhecimento


É bom e gratificante ser reconhecido pelos outros, sobretudo, quando pomos no que fazemos o que de melhor há em nós.
Não é por vaidade, nem tão pouco por gratidão, que as pessoas gostam, que o trabalho que desenvolvem mereça, da parte de quem o analisa e avalia, uma apreciação justa.
Se houvesse a sensibilidade, quanto mais não fosse, para reconhecer o que é feito, não em função de nós, mas dos outros, não seria mau de todo. Infelizmente, a tendência para o esquecimento começa a ser uma presença constante.
O conhecimento, a experiência e alguma sabedoria que foi adquirida ao logo do tempo são secundarizados em detrimento da ambição e de interesses que fogem ao que é inteligível.
A reflexão que fazemos de imediato, leva-nos a pensar nas razões que justificam as atitudes que nos desapontam e a incompreensão apodera-se de nós.
Uma explicação começa a tomar forma. A vontade de reconhecer o mérito não existe.
Será que não se apercebem que nos magoam? Não creio.
Uma coisa é certa, a satisfação que sentimos com o que fazemos dá-nos a força para continuarmos a ser o que somos e agirmos de acordo com os valores que defendemos.

" O significado das coisas não está nas coisas em si, mas sim na nossa atitude em relação a elas".
                                                   Saint- Exupéry