quarta-feira, 30 de maio de 2012


 

Luanda a minha "tela"

 
        Parabéns

Angola te viu nascer
Luanda "a minha tela"
Pintada de cores quentes
Com músicas e danças envolventes.
Através do teu olhar percorri alguns dos seus recantos
A baía, o mar, a Barracuda e a ponta da Ilha.
A Fortaleza, a Mutamba, um café no Arcádia antes de irmos ao Miramar.
Senti o cheiro das acácias.
Percorremos estradas que nos levaram ao Mussulo, Nova Lisboa,
Benguela, Sá da Bandeira, Tundavala, Quedas do Duque de Bragança.
Deste-me uma rosa de porcelana,  vi as velvichias do deserto.
Com entusiaso, carinho e satisfação
Conheci a tua alma africana.


 No  teu olhar vi a revolta e a mágoa pela terra deixada
Esse olhar, envolto de mistério, que me atraiu e  me seduziu.
      A tua timidez que me deu a força para vivermos
     Nossas aventuras no teu querido NSU - TT.
Parabéns a quem me ensinou a ser mulher e companheira.

sábado, 26 de maio de 2012

Mentira versus omissão

                                                        Marcia Babler


Mentira vem do latim "mentior", significa faltar à verdade. Corresponde a afirmações ditas por alguém que sabe que são falsas, mas que tem a intenção propositada de levar os outros a acreditarem que são verdadeiras.
O recurso à mentira requer habilidade, mas será que se traduz na aplicação de mecanismos ligados à inteligência?
Quem recorre à mentira, utiliza-a como uma estratégia, pensando que está na posse de uma arma poderosa que transforma a verdade num embuste.
O móbil que estimula o que mente é sempre o mesmo, a tentativa de enganar o outro.
Os que mentem podem demonstrar confiança e segurança, elementos imprescindíveis da estratégia urdida, que mais cedo ou mais tarde, acabam por ser desmontados pelos que "passam a pente fino" o conteúdo das mentiras produzidas.
Porque se mente? Várias serão as motivações, mas uma adquire um grande peso, o medo das consequências, o desejo de transmitir uma imagem impoluta e irrepreensível, ou a vontade de não perder o que foi conquistado.
A omissão está associada àquilo que não é dito, ao lapso, à preterição.
Omitir é assumir um comportamento, que também obedece a uma estratégia pensada e elaborada, que provoca lacunas no que é dito, atenuando ou apagando o que se pretende.
É comum ouvirmos dizer que "a mentira tem pernas curtas".
A detecção das omissões acaba por surgir. A comparação do que foi dito, consecutivamente, pode atraiçoar a sua inconsistência.
Existe um traço comum nestes procedimentos manifestado na falta de coragem de falar, apenas, a verdade.

sexta-feira, 25 de maio de 2012


Mentir ou não mentir, eis a questão















Mentir ou não mentir, eis a questão.
Temos a sensação que vale tudo, não há limites, não existem fronteiras. 
Muitos pensam, tenho poder, logo, posso, não importa como.
Normalmente, aos "arrivistas" falta-lhes algum discernimento. O deslumbramento que deles se vai apoderando ofusca-os. Julgam que o poder que detêm é, quase, infinito e a vaidade que ostentam inebria-os. Quando se apercebem que não usaram a inteligência  e tentaram menosprezar a dos outros, utilizando a sua presença de forma intimidatória, pode ser demasiado tarde.
A ambição desmedida é má conselheira.
As manobras utilizadas não produziram os resultados esperados. 
Rapidamente, a teia criada enreda quem a teceu.

segunda-feira, 21 de maio de 2012

A Grécia é um país inventado



                                             http://economico.sapo.pt/public/uploads/articles/foto_pagina/luis_arnaut.pagina.jpg


José Luís Arnaut afirmou convictamente no programa Frente a Frente, na SIC Notícias, que "a Grécia é uma realidade política artificial, que até meados do século XIX não existe como país, é um país inventado, uma província do Império Otomano". Ao ouvi-lo, tudo levava a crer que pretendia com a sua intervenção fazer uma contextualização histórica da Grécia, atendendo à grave situação que atravessa.
A ignorância demonstrada, sobretudo, por quem exerceu cargos políticos de relevo, quer como ministro, quer na qualidade de deputado, é grave. Acresce o facto de continuar a fazer análise política num órgão de comunicação, o que é preocupante.
Por ironia, a palavra política, etimologicamente, provém do vocábulo grego "politeía" que se refere aos procedimentos relacionados com a "pólis" ou cidade-estado. Um político é um indivíduo ativo na política que desempenha cargos de decisão numa sociedade, daí a exigência e o rigor que deverão pautar a sua ação.
Quando a imagem que deixamos transparecer assume um carácter doutoral, como se estivéssemos a "dar uma lição", tentando mostrar que se domina a matéria em causa, há que saber do que se fala e como se fala.
Sabe que a democracia teve origem na Grécia?
Personalidades de relevo como Platão, Aristóteles, Homero, Policleto, Sófocles ou Eurípides são gregas. Será que lhe dizem algo?
A arte grega que deslumbrou os romanos não faz parte do seus conhecimentos?
A organização geopolítica da Europa foi sofrendo  alterações ao longo do tempo. A  Europa, após o Congresso de Viena, é diferente da Europa no final do século XIX.
É importante sabermos quando se começou a desenvolver-se o conceito de Estado-Nação.
A unificação da Itália e da Alemanha remonta aos finais do século XIX. Será que estes países não existiam anteriormente?
Portugal é o único Estado europeu, cujas fronteiras são, praticamente, as mesmas desde o tratado de Alcanizes, celebrado em 1297, no reinado de D.Dinis.
Manda o bom senso que recorramos ao silêncio e evitemos caminhos escorregadios, para que não façamos "figuras tristes".
Nós, simples cidadãos ficamos estupefactos e incomodados quando verificamos que fomos e continuamos a ser governados por políticos que desconhecem a História.
Mais uma vez sou levada a concluir que o conhecimento da História é vital.
Os políticos têm que saber do que falam, caso contrário correm o risco de caírem no ridículo.

sexta-feira, 18 de maio de 2012

Comodismo?.

                                                                   http://www.castanedaoilpaintings.com/oilpainting1.jpg

Não vou, não quero, não me apetece, estou cansado, expressões ouvidas, frequentemente, a alguém que demonstra pouca vontade e disponibilidade em partilhar pequenos prazeres do dia a dia.
É difícil, por vezes, saber se estas respostas são apenas instantâneas, ou se traduzem um estado de alma que se deixa envolver ou seduzir por outros caminhos.
O comodismo e o hábito instalado de não quebrar rotinas poderão fazer parte da resposta.
A reflexão poderá trazer a solução.




É preciso estarmos alerta.

                                                       
                                                          Jim Warren
                   http://www.skillstyle.com/wp-content/uploads/2010/10/Jim-Warren-painting-16.jpg

É preciso estarmos alerta.
Basta recordarmos pequenos episódios do nosso quotidiano para sentirmos que estamos a "ser roubados" ou que nos "estão a meter as mãos nos bolsos".
Quando utilizo um táxi, a gorjeta que dou resume-se a um pequeno acerto do troco que me é devido. Os tempos estão difíceis para todos e a redução de despesas impõe-se.
Ao dar uma pequena gorjeta, ou se optar por não dar, verifico que o espanto se instala no rosto do taxista como se fosse obrigatório dar uma gorjeta. Noutras ocasiões já tem acontecido ser enganada no troco, como tivesse havido uma pequena "distração", que funciona em seu favor e que me leva  a nada dizer, dado que se trata e uma pequena quantia, mas que no fundo reverte em seu favor.
Que eu saiba as gorjetas, em Portugal, são espontâneas. Assim, a prestação de um serviço deveria ser acompanhada de profissionalismo e alguma simpatia que contribui para um melhor desempenho. É curioso que a etimologia da palavra gorjeta esteja relacionada com garganta, correspondendo ao valor que se dá a alguém que presta um trabalho de qualidade para que possa beber algo ou "molhar a garganta".
Hoje, ao pedir num café um garoto e uma queijada de requeijão, fiquei surpreendida, pela negativa, com o preço, mais a mais quem transporta os produtos no tabuleiro é o cliente. Não tive o cuidado de verificar a fatura, o que só fiz ao chegar a casa e tive a  agradável surpresa de constatar que um dos produtos tinha sido duplamente debitado.
Não tenho provas que o gesto fosse propositado, mas não há dúvida que a nossa atenção tem que estar sempre a funcionar.

quarta-feira, 16 de maio de 2012

Miguel Relvas - "Grave teria sido se tivesse respondido"


                                                   http://expresso.sapo.pt/users/2661/266108/miguel-relvas-na-comissao-ad64.jpg

Quem ouviu e viu a expressão do ministro-adjunto e dos Assuntos Parlamentares, ontem, na Assembleia da República, só pode ficar estupefacto e pensar, isto passa-se em Portugal, ou estamos a assistir a um filme de ficção?
Na semana passada o ministro não se recordava de ter recebido mensagens, ou correio electrónico do Dr.Jorge Silva Carvalho. Não foi preciso ter decorrido muito tempo para que a memória de Miguel Relvas se avivasse na Comissão de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdade e Garantias, pedida pelo Bloco de Esquerda, onde confirmou ter recebido mensagens de telemóvel do ex-diretor do Serviço de Informações Estratégico de Defesa (SIED), com sugestões de nomes para eventuais cargos. É espantoso como após a assunção deste facto, Miguel Relvas considera que  grave teria sido se tivesse respondido, o que disse não ter acontecido.
Várias questões se colocam.
Porque lhe eram enviadas mensagens? Porque não informou, quem de direito, que não estava interessado em receber informações dessa natureza?
O facto de Silva Carvalho ser uma pessoa muito respeitada, na opinião de Miguel Relvas, confere normalidade a acções desta envergadura? 
Será que um procedimento desta natureza é justificável?
Estamos na presença de uma pessoa que tem responsabilidades políticas e tem que ter a capacidade de saber até onde pode e deve ir. Há fronteiras. Nem tudo é válido.
Confirmou, também, ter recebido “clippings” de Silva Carvalho, “informação aberta e não classificada”, no seu entender, que foi apagando por não ter tempo.
Todas as conversas que ocorreram entre ambos foram sempre banais, não falaram de assuntos relevantes, mas apenas de temas da actualidade.
Tudo isto se prefigura estranho, e direi mesmo peculiar.
Não querendo fazer processos de intenção, esta situação escapa à racionalidade e as explicações apresentadas não são convincentes nem coerentes. A promiscuidade de relações entre a classe política e outras instituições toma forma, por outro lado, a confiança que um serviço de informações deve ter esfuma-se.

segunda-feira, 14 de maio de 2012

A importância dos valores



Os valores que defendo levam-me a cumprimentar todas as pessoas que conheço.
Os mesmos valores impedem-me de estar, manter uma conversa, ou partilhar seja o que for com quem se diz "amigo", mas desconhece o significado e o valor da amizade.
Não pactuo com a falsidade, a hipocrisia e a traição. 
Quem estranhar a minha atitude, ou reação, não comunga, certamente, dos mesmos valores.
Não tolero pessoas que assumem várias caras, estão bem com Deus e com o diabo, ou seja, ignoram a verticalidade.




                     Muitas Caras
http://t3.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcTWVNDboR0qEvAQO6nlmnqAXzarfAkkUYPJQg0sUMbNII4PhraS7f8SkB2dtA

domingo, 13 de maio de 2012

Novos beneficiários do RSI

                                                      http://www.dn.pt/politica/interior.aspx?content_id=2515453

Tenho sérias dificuldades em adjetivar a resposta dada pelo primeiro-ministro a um jornalista sobre o número de novos beneficiários do Rendimento Social de Inserção (RSI).
Passos Coelho afirmou ver com "naturalidade" a situação e acrescentou que o Estado social deve ajudar os que mais precisam. Concordo plenamente. O Estado social tem essa missão, que não deverá alienar em circunstância alguma, mas repudio veementemente  a utilização da palavra naturalidade. 
O aumento do número dos beneficiários do RSI traduz o aumento crescente do desemprego, que se transformou num drama social. 
O seu discurso reflete insensibilidade e incapacidade de incutir esperança e confiança numa mudança que inverta a situação, que não é compatível com as políticas que têm sido adotadas.
Ao olhar para a expressão de Passos Coelho respondendo à questão colocada, a revolta e a angústia apoderam-se de mim e interrogo-me, como é possível falar desta forma?

sábado, 12 de maio de 2012



A memória dos cheiros


                                                Jardim da Corredoura 
                                           http://i.olhares.com/data/big/273/2731088.jpg
A nossa memória retém diversos cheiros a que se ligam acontecimentos e, sempre que os sentimos, somos impelidos a viajar no tempo e um conjunto de lembranças guardadas nas nossa "gavetas" saem e vêem até nós. 
Somos invadidos por sentimentos e recordações que nos causam alguma nostalgia, mas também exercem fascínio e, sem darmos conta, sorrimos e pensamos, o tempo passa mas não apaga o que nos vai marcando e mereceu o nosso olhar e a nossa atenção.
Passando, hoje na Praça de Londres senti o cheiro do abrunho e, de imediato, aflorou à minha memória o  percurso ao longo do Jardim da Corredoura,  à saída da escola, em Portalegre. O mesmo cheiro e, interiormente, sorri e dei por mim a pensar no tempo que demorava, junto ao lago, a observar os cisnes e os peixinhos vermelhos que por lá andavam. 
Este jardim aguçou sempre a minha curiosidade. Perante os meus olhos era enorme, cheio  de recantos, palmilhados vezes sem conta, sozinha ou acompanhada pelas minhas amigas de escola.
Nos dias de inverno guardo uma imagem acinzentada, como se fosse uma tela que o nevoeiro se encarregava de  pintar. 
A primavera chegava e os cheiros intensos emanados pelas árvores impunham-se.

sexta-feira, 11 de maio de 2012

"O desemprego é uma oportunidade de mudança"

                                            http://www.dn.pt/storage/DN/2012/small/ng1935440.jpg?type=small&pos=0

O desemprego constitui um grande flagelo social. Todos têm, com certeza, a noção da angústia e do desespero dos que ficam sem trabalho.
Nos tempos que correm, a incerteza surge como uma forte ameaça e as pessoas,  de um momento para o outro, poderão ver a sua vida totalmente transformada ao serem confrontadas com o desemprego. A perspetiva da mudança cada vez é mais difícil, o mercado de trabalho não oferece respostas, ou na melhor das hipóteses, estas demoram muito tempo a chegar.
Todos temos a  percepção do avolumar dos problemas decorrentes do desemprego e dos esforços desenvolvidos por aqueles que são as suas vítimas.
Não compreendo o conteúdo das afirmações de Passos Coelho ao dizer "que o desemprego não pode ser visto como um sinal negativo, nem pode ser um estigma, mas uma oportunidade de mudança de vida?". 
Que mudança? 
Mudar de vida, quando existem problemas, implica alterar o que está mal, ir em busca da solução que poderá trazer uma melhoria.
Como? Os desempregados são os primeiros interessados na mudança, ou será que o primeiro-ministro tem dúvidas?
Optar pelo empreendedorismo de que tanto se fala?
Os que estão dispostos a correr riscos, recorrendo ao crédito com o intuito de criar o seu próprio emprego, conseguem alcançar este objetivo? Os bancos não estão a emprestar dinheiro, precisam de ser recapitalizados. Como fazer?
Emigrar, solução já preconizada por alguns, mas que revela algum desprezo pelas pessoas que são a essência do país?
Quem ouve falar Passos Coelho fica com a sensação que as pessoas se acomodam e não procuram um emprego, o que é grave e pode ser considerado um insulto.
Se a intenção do primeiro-ministro é incutir esperança e ânimo,  escolheu a forma errada e o que disse não pode ter um bom acolhimento, pelo contrário, só poderá provocar a revolta.
A consciência do primeiro-ministro devê-lo-ia ter aconselhado a abster-se de tirar conclusões que não poderão encontrar eco em ninguém de bom senso. 

quinta-feira, 10 de maio de 2012

Música, uma das primeiras companhias


Teimosia e determinação

A teimosia impede-nos de ir e ver mais longe.

A determinação leva-nos a percorrer diversos caminhos. Alarga o nosso horizonte. Enriquece-nos, impede-nos de desistir, dá-nos confiança e traz-nos satisfação.


                                                            http://www.guardian.sombra.nom.br/5feira/determinacao_15.jpg

Não minto, não engano, não ludibrio



                         http://imagens.publico.pt/imagens.aspx/382182?tp=UH&db=IMAGENS&w=350&ts=1336692894,24548

"Eu não minto, não engano, não ludibrio, a política de verdade tornou-se para mim uma convicção absoluta", palavras proferidas ontem por Vítor Gaspar, ministro das Finanças, numa audiência da Comissão parlamentar do Orçamento e Finanças.
A omissão de dados contidos num anexo do Documento de Estratégia Orçamental (DEO) enviado, apenas,  para Bruxelas, onde era referida uma situação mais grave a nível do desemprego, motivou uma reacção dos deputados, que manifestaram o seu desagrado e acusaram o  o ministro das Finanças de mentir.
Vítor Gaspar também não se comprometeu com a calendarização anunciada para a reposição dos subsídios de Natal e de Férias, feita de uma forma gradual,  aos funcionários públicos e pensionistas a partir de 2015, e sublinhou que estava em causa uma perspectiva técnica e não um compromisso. Afirmou ainda que não era possível projectar o que irá acontecer, de forma definitiva, nos próximos anos.
A forma e o conteúdo das intervenções do ministro das Finanças revelam perplexidade. Umas vezes, comete "lapsos", outras "a distracção ou o esquecimento" levam-no a adoptar atitudes em que o respeito e a consideração pelos outros estão ausentes.
Será por incompetência técnica, ou política? 
Não creio que a primeira razão faça parte da resposta, o mesmo não direi da segunda hipótese, ou seja, os erros  políticos avolumam-se e tornam-se preocupantes.

terça-feira, 8 de maio de 2012

Reformas pagas antes da idade

                                                 Campos e Cunha
                                                     http://www.jornaldenegocios.pt/images/2009_12/camposecunhanot.jpg

É espantoso como certas pessoas conseguem acumular uma reforma (meia) obtida aos 45 anos de idade, no Banco de Portugal, com a função de professor catedrático na Universidade Nova de Lisboa.
Uma reforma só deveria ser recebida quando a pessoa está mesmo aposentada. Não faz sentido receber uma reforma e estar em idade ativa para trabalhar.
As leis muitas vezes são omissas e por isso somos levados a pensar que os legisladores quiseram, propositadamente, criar diversas interpretações, o que é injusto e incoerente com o que deveria ser o espírito da lei.
Numa época de crise, que atinge gravemente os mais desprotegidos, não me parece  correto que dúvidas desta natureza assaltem os que não atravessam as mesmas dificuldades.
Infelizmente, não estamos na presença de um caso isolado, outros e mais gritantes são de todos nós conhecidos. 
Por outro lado, impunha-se que aqueles que têm competências legislativas as exerçam com rigor e transparência evitando o que vulgarmente é designado de "buracos da lei."

domingo, 6 de maio de 2012

Vitória de François Hollande



François Hollande
                                                    http://diariodigital.sapo.pt/images_content/hollandevence060512.jpg

Um grito de alegria ecoa nos nossos corações.
François Hollande ganhou as eleições em França e uma esperança nasce na Europa, confiante na mudança que se vislumbra.
Sabemos que não é fácil resolver a crise que paira na Zona Euro, mas a alteração de políticas que contrariem o efeito das medidas de carácter recessivo, afigura-se necessária e urgente.
Reformas estruturais que potenciem o crescimento são necessárias, a opção por medidas que asfixiam a economia conduzem a uma quebra de consumo e de receitas e originam um desemprego crescente.
Há muito que os países da União Europeia (UE) se comprometeram, através do Pacto de Estabilidade e Crescimento, a cumprir determinados critérios, que ao longo do tempo foram ignorando sem que nada tivesse acontecido.
As instituições europeias têm que ser repensadas no que concerne às suas finalidades. O Banco Central Europeu (BCE), fundado em 1998, tem por missão assegurar a estabilidade dos preços que constitui a base essencial para um crescimento económico sustentável e prosperidade da Europa.
É essencial um maior empenho do BCE na solução da crise das dívidas soberanas.
A UE tem que infletir o seu rumo e, rapidamente, retomar os ideais dos "Pais da Europa", Jean Monnet e Robert Shuman defensores de uma Europa forte, coesa e solidária.

Dia da Mãe



                                    Maternidade  - Almada Negreiros
              http://4.bp.blogspot.com/-FuoTISxYTaI/Tb7aS3LoTvI/AAAAAAAAFiI/34ArynRxhCc/s320/Almada%252520Negreiros


Dia da mãe, da ternura, do amor e da cumplicidade.
Dia de saudade, de tristeza pela ausência.
Mãe e Pai sempre presentes, qualquer que seja o momento.
Falar do dia da mãe e recordar também o papá.
Evocar o dia do pai com a lembrança da mamã.
Aos dois todos os dias agradeço tudo o que me deram.
A ambos devo grande parte do que sou.
Obrigada é a palavra que vos digo com amor.

sábado, 5 de maio de 2012




O prazer de jantar fora


                                        Restaurante -  Ernest Descals
https://encrypted-tbn1.google.com/images?q=tbn:ANd9GcRZ10_Dw0zUILWbwurUcvooqh-fqHvACegKOx8j0Xh4cKQTwqrN

Jantar fora ao sábado faz parte do ritual da semana, digamos que se trata de uma pequena extravagância dado o tempo difícil que atravessamos.
A imaginação parece arredada, o restaurante, salvo raríssimas exceções, é o mesmo. Não será o único que oferece um preço simpático e um bom atendimento, mas o hábito aliado ao comodismo arrasta-nos e os nossos gestos tornam-se repetitivos.
Se me perguntarem se esta situação me causa enfado ou incómodo, não preciso de pensar e, de imediato, a resposta que tenho para dar é negativa.
O simples facto de jantar fora, mesmo tendo um plasma atrás que atrai, de vez em quando, a atenção de quem me acompanha, agrada-me.
Jantar fora faz parte dos meus pequenos prazeres. Nem sempre é a qualidade, ou a variedade das ementas e a carta de vinhos que me move, apesar de apreciar um bom e requintado restaurante, mas o acto em si, incluindo o ambiente e a conversa que nos vão envolvendo durante a refeição.

Trabalho e felicidade


Henri Matisse - Felicidade
                                                       http://upload.wikimedia.org/wikipedia/en/b/b9/Bonheur_Matisse.jpg

Não dei a mão à noite, mas vou abraçar o dia com toda a força e desfrutá-lo com intensidade.
O trabalho terá de marcar presença, não porque não tenha direito a uma folga, mas faz-me falta, não quero dispensá-lo. Apetece-me que esteja à mão e que seja um parceiro ativo. Dia em que não há trabalho, soa a estranho e acaba por provocar uma sensação de vazio. O trabalho proporciona-me prazer e satisfação, embora saiba que nem todas as formas de que ele se reveste tenham o mesmo impacto.
Será que tudo isto poderá ser considerado “normal” e estará de acordo com as célebres “palavras mágicas”, bom senso?
Cada um pensará o que mais lhe aprouver.

sexta-feira, 4 de maio de 2012

Noite de sexta-feira



                                                                               Rui Mesquita  
                                                                                                                                     
Sexta-feira, fim de semana à porta, vontade de sair noite fora, ir a um bar, a uma discoteca, conversar, ouvir música, mas não vai acontecer. 
Com o passar do tempo arranjam-se desculpas, quebra-se o ritmo e eis-nos diante da televisão cumprindo uma rotina, quase religiosamente.
Bate a saudade e a vontade de "furar o esquema", mas que fazer? 
O estilo de vida a que nos vamos habituando, umas vezes por força das circunstâncias, outras sem sabermos como nem porquê, sobrepôe-se e o sofá passa a ser uma das nossas companhias fiéis. No fundo, nem sempre queremos que seja assim, mas acabamos por nos adaptar confiando na esperança que nos conforta e diz que uma sexta-feira virá e nada nos fará parar.

quarta-feira, 2 de maio de 2012

Jerónimo Martins e o dia 1 de maio

O Grupo Jerónimo Martins decidiu no dia 1 de maio, dia em que se comemora o dia do trabalhador, colocar à venda os seus produtos com 50% de desconto.
A análise desta situação deve ser objetiva, ou seja, deve obedecer a uma apreciação dos factos tal como ocorreram.
Abrir um conjunto de lojas, no dia do trabalhador, revela falta de ética e de respeito,  não só pelos trabalhadores que desempenham funções nas empresas do grupo, mas também pelo significado da data celebrada que custou grandes sacrifícios a muitos.
Analisando a reação das pessoas, que acorreram em massa ás lojas Pingo Doce, somos confrontados com as dificuldades com que muitos Portugueses se debatem na atualidade e leva-nos a concluir que a miséria humana é exposta de uma forma inaceitável. 
Os acontecimentos deveriam ser objeto de uma reflexão da parte dos que os  propiciaram, mas que se arvoaram em defensores dos interesses dos mais fracos.
Todos sabemos que não estamos na presença de filantropos, pelo contrário, a  brusca queda dos preços, designada de "dumping", denota uma concorrência assente na deslealdade, que não abona quem a pratica. Se o móbil das suas intenções tivesse alguma ligação com atos de beneficência uma pergunta, de imediato, se impunha, porquê a escolha desta data?
Um gestor do grupo procurou justificar a data com a maior afluência dos clientes, mas é difícil acreditar na argumentação explicitada.
Não posso deixar de manifestar a minha indignação e revolta face ao discurso de alguns, que conseguem vislumbrar um acto de generosidade na medida adotada  pelo grupo Jerónimo Martins, considerando, que aqueles que atravessam maiores dificuldades, tiveram uma oportunidade para usufruirem de um benefício.
É lamentável que não queiram reconhecer que nada justifica o que aconteceu ontem, em que a condição humana acabou por ser explorada.
As tentativas de explicação enfermam, inevitavelmente, de subjetividade e é natural, que de acordo com a visão de cada um, a compreensão dos factos seja apresentada de forma diversa, mas todos deveríamos ter a lucidez para proceder a uma análise baseada na ética e na moral.  
  
  

terça-feira, 1 de maio de 2012

Documento de Estratégia Orçamental

http://sicnoticias.sapo.pt/incoming/2012/04/30/gaspar_conselho_ministros_lusa.jpg/ALTERNATES/w620/gaspar_conselho_ministros_Lusa.JPG

Foi ontem aprovado no Conselho de Ministros e entregue na Assembleia da República o Documento de Estratégia Orçamental (DOE).
Independentemente do conteúdo do documento, a forma escolhida na sua elaboração não merece a minha concordância.
O ministro das finanças, Vítor Gaspar, admite ajustamentos, mas não contactou o líder do maior partido da oposição, António José Seguro, o que à partida não me parece correto.
No passado criticou-se o primeiro-ministro, José Sócrates, por agir isoladamente, ignorando o líder da oposição, aliás "um episódio mal contado" por Passos Coelho.
O tempo mudou, mas a atitude repudiada foi a adotada.
A maioria dos políticos atuais demonstra, de uma forma continuada,  desconhecer o significado da palavra coerência.

1 de maio

                                                    1 de maio Chicago
                                            http://dialogosocial.files.wordpress.com/2008/04/1-maio-chicago.jpg?w=450


1de maio, dia em que se comemora o dia do trabalhador.
Foi em em 1886 que muitos trabalhadores se manifestaram em Chicago, nos Estados Unidos da América, exigindo a redução do horário de trabalho para oito horas diárias. A manifestação foi reprimida pela polícia que matou e feriu vários manifestantes.
Em 1889, a segunda Internacional Socialista, reunida em Paris, decidiu convocar todos os anos uma manifestação pela luta das oito horas de trabalho por dia. Foi escolhido o dia 1 de maio para homenagear as lutas de Chicago.