quinta-feira, 29 de novembro de 2012

A entrevista de Passos Coelho




Vamos chegar lá vivos mas vai custar muito. Nunca ninguém me ouviu dizer que ia ser pêra doce. Palavras de Passos Coelho ditas na entrevista de quarta-feira.
O conteúdo e a forma das suas intervenções só podem gerar perplexidade, indignação e revolta. A um primeiro ministro exige-se competência, respeito pelos cidadãos que governa e alguma elevação no discurso.
A esperança continua ausente. O que nos é apresentado assume contornos de castigo.

terça-feira, 27 de novembro de 2012

A inteligência dos Portugueses não confia nas políticas de Passos Coelho




A inteligência dos Portugueses referida por Passos Coelho no Congresso da Madeira não entende as medidas inscritas no Orçamento de Estado (OE) para 2013. Não pode aceitar que no OE não estejam contemplados cortes significativos nas despesas inerentes à organização e funcionamento do Estado, e ao invés, a carga fiscal seja brutal, castigando severamente, os que vivem exclusivamente dos rendimentos do seu trabalho ou das reformas/pensões paras as quais fizeram os descontos, confiando no Estado. A inteligência dos Portugueses não pode compreender que os funcionários públicos sejam, mais uma vez, discriminados de uma forma negativa como se fossem os culpados da situação em que o país se encontra. A inteligência dos Portugueses permite-lhes constatar que, apesar de Portugal estar numa situação de emergência financeira e a execução orçamental falhar consecutivamente, o OE não se esqueceu de incluir uma verba "escandalosa," a distribuir pelos partidos políticos, para o folclore da campanha eleitoral que se avizinha.
A inteligência dos Portugueses não tolera que se persista num caminho que não tem contribuído para a resolução dos problemas. A inteligência dos Portugueses não confia nas opções políticas e não aceita que lhes lancem  poeira para os olhos quando é dito "ser necessário ir contra a corrente, manter a firmeza, e que está a ser construído o futuro com responsabilidade e equidade".
A inteligência dos Portugueses permiti-lhes concluir que estamos perante aquilo que é a filosofia do governo, que não está orientada para a equidade e para justiça e teimosamente insiste numa austeridade excessiva que aumentará a pobreza e a miséria humana e fará com que muitos cidadãos se sintam forçados a abandonar o Portugal.

domingo, 25 de novembro de 2012

O Conhecimento é importante



Não basta ter vontade ou desejo para fazer seja o que for, é preciso saber e ter as capacidades necessárias para levar à prática o que pretendemos. Actualmente, olhando à nossa volta, deparamo-nos com situações que não obedecem a critérios em que seja perceptível o conhecimento e as capacidades, condições "sine qua non"  para a elaboração e execução de qualquer trabalho em que a eficiência e a eficácia devam estar presentes.
É preciso fazer, não se questiona, quem e como se vai fazer. Atribuem-se responsabilidades a quem não reúne os requisitos, subalterniza-se o caminho que deve ser seguido e instala-se a ideia que, vulgarmente, pode ser definida da seguinte forma: o importante é cumprir o calendário, não interessa como, mas a sensação do dever cumprido surge no íntimo de alguns. Visão redutora que transporta consequências graves que nos deveriam conduzir a uma reflexão que alterasse os procedimentos. Este quadro, em que a ousadia aliada à ausência do conhecimento, e  a falta de humildade impede o reconhecimento das limitações, vai trinfando e impõe-se, umas vezes de forma sub-reptícia, outras de forma explícita. O que deveria ser produzido com rigor assume contornos difíceis de caracterizar e a sua leitura não é inteligível. Os envolvidos no processo, por convicção ou desconhecimento, persistem no erro. Quem procura pôr o dedo na ferida é olhado de forma estranha e tentam-lhe fazer ver que não fez a análise que deveria ter sido feita.
Ninguém é obrigado a saber tudo, mas quando não se tem o conhecimento necessário que possibilita a passagem à ação, há que procurar a informação ou a colaboração dos que poderão dar o seu contributo. O que é feito de ânimo leve, em que a ausência do conhecimento é notória, está condenado ao fracasso e não pode ser mobilizador.
A reação natural prende-se com a incredibilidade e alguma estupefação, mas não pactua com o silêncio.

sábado, 3 de novembro de 2012

O Presidente da Associação Sindical dos Juízes Portugueses


Ouvir o Presidente da Associação Sindical dos Juízes Portugueses, José Mouraz Lopes, afirmar que a independência dos "senhores juízes" pode estar em causa perante os cortes salariais é inadmissível e inqualificável.
O que se espera dos juízes? Que saibam exercer as competências que lhes estão atribuídas e julguem com independência, não em função de uma remuneração, mas  tendo como suporte a lei e um conjunto de valores que deverão orientar a sua acção.
Estamos na presença de funcionários públicos, que têm um estatuto privilegiado,  quando comparados com outros outros funcionários públicos. Usufruem de regalias que incluem remunerações, subsídio de renda no valor de 600,00€, sistema de saúde com mais benefícios, deslocações gratuitas nos transportes públicos, etc.
A opinião que existe da parte de muitos Portugueses, ao referirem-se a esta classe profissional, é pouco favorável, na medida em que muitos não têm sabido corresponder ao que se espera deles, ou seja, fazer com que a justiça funcione.  
Vêm, de imediato, a terreiro defender os seus interesses demonstrando (des)conhecimento das políticas aplicadas à função pública, que são injustas para todos os funcionários e não em particular para os senhores magistrados.

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