sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Descendo a Avenida da Liberdade




Fim da manhã, o Sol brilha na Avenida da Liberdade e convida-nos a percorrê-la, sem pressa.
Tempo de férias, para  uns,  turistas que nos visitam, intervalo para o almoço para outros, ou simplesmente uma pausa para um café e dois dedos de conversa. 
As lojas de marca proliferam e as montras, de forma discreta, convidam-nos a espreitá -las, ou não estivéssemos na época das promoções. Espreitar e não olhar com alguma demora, ou prazer. Entrar e comprar está fora de questão, os preços proibitivos impedem tal ousadia  Pessoas, poucas, exibem os sacos que ostentam as marcas e a diferença marca presença.
A crise  persiste, a esperança não existe e um sentimento de angústia toma forma.


Nas últimas décadas a noção de bem-estar e de progresso tinha-se instalado.
As sociedades transformaram-se e evoluíram,  a clivagem social  esbatera-se e a riqueza gerada parecia melhor partilhada.
Hoje, vemos escapar de uma forma brutal o que julgávamos ter conseguido, somos peças de xadrez manipuladas de acordo com interesses que desconhecemos. O que é nosso vai desaparecendo como tivéssemos que pagar pelos erros que outros cometeram, mas que continuam impunes.

quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Passos Coelho - o Pedro e a mensagem no facebook



Parece mentira, mas é verdade. A mensagem que o Pedro enviou para o facebook provocou-me estupefacção e indignação.
"Já nos sentámos em mesas em que a comida esticava para chegar a todos, já demos aos nossos filhos presentes menores porque não tínhamos como dar outros. Mas a verdade é que para muitos, este foi apenas mais um dia num ano cheio de sacrifícios, e penso muitas vezes neles e no que estão a sofrer."
Muitos Portugueses ao lerem ou ouvirem estas palavras sentem-se insultados e pensam que não merecem ter um primeiro-ministro como Passos Coelho que é incompetente, incoerente e persiste em políticas que agravam os problemas.
A força dos Portugueses traduzir-se-á na união em torno de um objectivo comum, a mudança.
Como se não bastasse termina a mensagem falando na Laura, sua mulher, que também deseja Festas Felizes. A que propósito? Parece, no mínimo, ridículo, soa a falso.
E o Abraço? Pela minha parte dispenso.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

A União Europeia e o prémio Nobel da Paz

Foi hoje entregue, em Oslo, o prémio Nobel da Paz à União Europeia. Na cerimónia alguns Estados-membros não estiveram presentes. Vozes dissonantes sobre a atribuição do Nobel da Paz foram ouvidas.
Uma sensação estranha e amarga, comum a muitas pessoas, marca presença e   demora a desaparecer. As imagens das personalidades receptoras do prémio demonstram satisfação. Falaram da Europa e enfatizaram o gosto em serem europeus, mas ao olharmos para a Europa de hoje, é difícil vermos o espírito subjacente à sua formação. A solidariedade não existe. Os países mais fortes ditam as regras. Alguns esqueceram o passado recente e "esmagam" os mais fracos e os mais vulneráveis. A crise financeira acentuou a clivagem entre os ricos e os pobres.
Vemos uma Europa dividida e a desintegrar-se.
A participação do grupo musical português OqueStrada não apaga o sentimento instalado em muitos de nós, que também nos sentimos europeus, mas temos dificuldade em ver a mudança que urge.

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

A entrevista de Passos Coelho




Vamos chegar lá vivos mas vai custar muito. Nunca ninguém me ouviu dizer que ia ser pêra doce. Palavras de Passos Coelho ditas na entrevista de quarta-feira.
O conteúdo e a forma das suas intervenções só podem gerar perplexidade, indignação e revolta. A um primeiro ministro exige-se competência, respeito pelos cidadãos que governa e alguma elevação no discurso.
A esperança continua ausente. O que nos é apresentado assume contornos de castigo.

terça-feira, 27 de novembro de 2012

A inteligência dos Portugueses não confia nas políticas de Passos Coelho




A inteligência dos Portugueses referida por Passos Coelho no Congresso da Madeira não entende as medidas inscritas no Orçamento de Estado (OE) para 2013. Não pode aceitar que no OE não estejam contemplados cortes significativos nas despesas inerentes à organização e funcionamento do Estado, e ao invés, a carga fiscal seja brutal, castigando severamente, os que vivem exclusivamente dos rendimentos do seu trabalho ou das reformas/pensões paras as quais fizeram os descontos, confiando no Estado. A inteligência dos Portugueses não pode compreender que os funcionários públicos sejam, mais uma vez, discriminados de uma forma negativa como se fossem os culpados da situação em que o país se encontra. A inteligência dos Portugueses permite-lhes constatar que, apesar de Portugal estar numa situação de emergência financeira e a execução orçamental falhar consecutivamente, o OE não se esqueceu de incluir uma verba "escandalosa," a distribuir pelos partidos políticos, para o folclore da campanha eleitoral que se avizinha.
A inteligência dos Portugueses não tolera que se persista num caminho que não tem contribuído para a resolução dos problemas. A inteligência dos Portugueses não confia nas opções políticas e não aceita que lhes lancem  poeira para os olhos quando é dito "ser necessário ir contra a corrente, manter a firmeza, e que está a ser construído o futuro com responsabilidade e equidade".
A inteligência dos Portugueses permiti-lhes concluir que estamos perante aquilo que é a filosofia do governo, que não está orientada para a equidade e para justiça e teimosamente insiste numa austeridade excessiva que aumentará a pobreza e a miséria humana e fará com que muitos cidadãos se sintam forçados a abandonar o Portugal.

domingo, 25 de novembro de 2012

O Conhecimento é importante



Não basta ter vontade ou desejo para fazer seja o que for, é preciso saber e ter as capacidades necessárias para levar à prática o que pretendemos. Actualmente, olhando à nossa volta, deparamo-nos com situações que não obedecem a critérios em que seja perceptível o conhecimento e as capacidades, condições "sine qua non"  para a elaboração e execução de qualquer trabalho em que a eficiência e a eficácia devam estar presentes.
É preciso fazer, não se questiona, quem e como se vai fazer. Atribuem-se responsabilidades a quem não reúne os requisitos, subalterniza-se o caminho que deve ser seguido e instala-se a ideia que, vulgarmente, pode ser definida da seguinte forma: o importante é cumprir o calendário, não interessa como, mas a sensação do dever cumprido surge no íntimo de alguns. Visão redutora que transporta consequências graves que nos deveriam conduzir a uma reflexão que alterasse os procedimentos. Este quadro, em que a ousadia aliada à ausência do conhecimento, e  a falta de humildade impede o reconhecimento das limitações, vai trinfando e impõe-se, umas vezes de forma sub-reptícia, outras de forma explícita. O que deveria ser produzido com rigor assume contornos difíceis de caracterizar e a sua leitura não é inteligível. Os envolvidos no processo, por convicção ou desconhecimento, persistem no erro. Quem procura pôr o dedo na ferida é olhado de forma estranha e tentam-lhe fazer ver que não fez a análise que deveria ter sido feita.
Ninguém é obrigado a saber tudo, mas quando não se tem o conhecimento necessário que possibilita a passagem à ação, há que procurar a informação ou a colaboração dos que poderão dar o seu contributo. O que é feito de ânimo leve, em que a ausência do conhecimento é notória, está condenado ao fracasso e não pode ser mobilizador.
A reação natural prende-se com a incredibilidade e alguma estupefação, mas não pactua com o silêncio.

sábado, 3 de novembro de 2012

O Presidente da Associação Sindical dos Juízes Portugueses


Ouvir o Presidente da Associação Sindical dos Juízes Portugueses, José Mouraz Lopes, afirmar que a independência dos "senhores juízes" pode estar em causa perante os cortes salariais é inadmissível e inqualificável.
O que se espera dos juízes? Que saibam exercer as competências que lhes estão atribuídas e julguem com independência, não em função de uma remuneração, mas  tendo como suporte a lei e um conjunto de valores que deverão orientar a sua acção.
Estamos na presença de funcionários públicos, que têm um estatuto privilegiado,  quando comparados com outros outros funcionários públicos. Usufruem de regalias que incluem remunerações, subsídio de renda no valor de 600,00€, sistema de saúde com mais benefícios, deslocações gratuitas nos transportes públicos, etc.
A opinião que existe da parte de muitos Portugueses, ao referirem-se a esta classe profissional, é pouco favorável, na medida em que muitos não têm sabido corresponder ao que se espera deles, ou seja, fazer com que a justiça funcione.  
Vêm, de imediato, a terreiro defender os seus interesses demonstrando (des)conhecimento das políticas aplicadas à função pública, que são injustas para todos os funcionários e não em particular para os senhores magistrados.

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terça-feira, 30 de outubro de 2012

Refundação do memorando


Passos Coelho introduziu, recentemente, no seu discurso a necessidade de proceder à refundação do memorando da "troika". O primeiro-ministro não desconhecerá, certamente, que a palavra refundar poderá ter, entre outros, o significado de afundar.
Por um lado, afirmou não ser necessário pôr em causa o Estado Social, nem proceder a uma revisão da Constituição, mas por outro lado, sublinhou a inevitabilidade de um segundo resgate financeiro, caso o Estado não seja reformulado.
Afinal, quais serão as verdadeiras intenções de Passos Coelho? 
Tem ignorado o principal partido da oposição em momentos cruciais, mas agora pretende demonstrar ser importante e essencial o sua participação e envolvimento no processo.
Temos sido confrontados, de uma forma sistemática, com incoerências, mentiras e arrogância.
Quais serão as  suas verdadeiras intenções? 
As suas convicções ideológicas sobrepor-se-ão ao que deveria ser a sua "praxis", tendo em atenção o país real e os Portugueses?
Quando um alerta assume um carácter, ainda que velado, de ameaça, a descrença surge e a desconfiança instala-se.

domingo, 21 de outubro de 2012

Sindicatos e magistrados



O contrato social e a separação dos poderes, ligados ao Iluminismo, remontam ao século XVIII. Montesquieu, no Espírito das Leis, em 1748, defendeu a separação dos poderes. Existem três qualidades de poderes, o executivo, o legislativo e o judicial. Os sindicatos surgiram no século XIX e têm objectivos e finalidades específicas. De uma forma simplista, poderemos dizer que os sindicatos tratam das questões laborais das diversas actividades profissionais - salários, condições de trabalho, direitos e deveres dos trabalhadores.
Como é do conhecimento geral, os órgãos de soberania exercem os diferentes poderes e devem ser independentes. Considero que não faz sentido a existência de sindicatos de magistrados e questiono a sua legitimidade. Os magistrados constituem um órgão de soberania que exerce o poder judicial. Os outros órgãos de soberania, Assembleia da República e Governo que exercem o poder legislativo e executivo, respectivamente, não têm sindicatos e penso que não está no seu horizonte a sua formação. 
É estranho e sou levada a reflectir nas razões que mobilizam os senhores magistrados, conhecedores privilegiados desta problemática, a continuarem com esta prática.  

domingo, 14 de outubro de 2012

Véspera da apresentação do Orçamento de Estado


Propostas anunciadas, propostas alteradas e expectativas goradas. A indignação e a revolta crescem e levam as pessoas a manifestarem-se e a mostrarem que a força da razão que as envolve de esperança é partilhada em torno do que é legítimo, uma vida digna em que o respeito, a justiça e a equidade sejam os pilares.
O enorme aumento de impostos inscrito no Orçamento de Estado e comunicado por Vítor Gaspar, que fez questão de sublinhar a progressividade e a maior equidade, fez disparar um conjunto de análises e comentários. A redução do défice, o equilíbrio orçamental, o crescimento da economia e a inversão da taxa do desemprego foram a fundamentação explicitada.
O espanto, a incompreensão e a preocupação são visíveis. O receio e, nalguns casos, o pânico instalam-se.
Paulo Portas no debate quinzenal, na Assembleia da República, manteve-se silencioso, entre risos infelizes trocados por Passos Coelho e Miguel Relvas, mas fora do hemiciclo afirmou ser preciso mudar significativamente, incluindo o próprio Estado.
Vozes dissonantes, provenientes de quadrantes diferentes, são ouvidas e explicações dadas demonstram que as políticas cegas e cujo impacto parece não ser avaliado, contrariamente ao que é dito, não irão contribuir para alcançar as metas pretendidas. Os epítetos escolhidos apontam na mesma direcção: “o aumento do Imposto sobre o Rendimento de Pessoas Singulares (IRS) é um assalto à mão armada”, (Marques Mendes) “bomba de napalm”, (Bagão Félix), “bomba atómica lançada sobre os Portugueses” (António José Seguro).
Todos sabemos que a Intervenção externa é tripartida, o mesmo será dizer, que  resulta do Fundo Internacional Monetário (FMI), Comissão Europeia (CE) e Banco Central Europeu (BCE).
Cristine Lagarde, presidente do FMI, alertou para os efeitos recessivos da austeridade, que têm sido subestimados pelos governos europeus, e reconheceu que as medidas de contenção orçamental aplicadas tiveram um impacto negativo na economia, superior ao previsto, como é o caso de Portugal. A projecção feita apontava para que por cada euro de cortes de despesa pública ou de agravamento fiscal se perderia 0,5 euros no Produto Interno Bruto (PIB), mas a realidade mostra que o valor é maior, situa-se entre 0,9 e 1,7 euros. Estes erros de cálculo são significativos, logo não devem ser ignorados e indicam que é necessário e urgente a alteração das políticas seguidas.
Durão Barroso, presidente da Comissão Europeia, afirmou em Bruxelas, no dia 11 de Outubro, que os governos são os responsáveis pelas medidas de austeridade, salientando que estas não são uma imposição da CE, do FMI nem do BCE: “Não é a “troika” que decide as medidas que irão ser aplicadas, mas os governos.”
Os maus resultados obtidos não desviam os responsáveis políticos do rumo que traçaram, persistem no erro, não dão ouvidos àqueles que os alertam e ignoram o sofrimento dos Portugueses vítimas das suas práticas. Perante este panorama, impõem-se algumas perguntas?
Estamos na presença de políticos incompetentes e insensíveis?
Estamos na presença de um governo que perdeu o rumo?
Estamos na presença de pessoas que querem impor uma ideologia, em que os valores e os direitos são secundarizados?
O que esperamos? A definição de políticas que invertam a situação presente e garantam a sustentabilidade das nossa vidas.

terça-feira, 9 de outubro de 2012

                                                                Tatyana Markovetsv                        
                               

sábado, 6 de outubro de 2012

Classe política sem prestígio





                              

O nosso querido e belo Portugal tem uma classe política sem espírito de missão que age sem rigor e transparência e continua a deixar-se tentar pelo nepotismo, confundido o serviço público com os interesses privados.
Vítor Gaspar anunciou, no seu estilo habitual, um aumento enorme de impostos. Apesar de ter frisado a repartição entre o rendimento do trabalho e o rendimento do capital, não explicou como, acontecendo o mesmo em relação à despesa pública.
Passado pouco tempo afirmou que o povo português revelou-se o melhor do mundo. Não deixa de ser insólito e causa-me alguma perplexidade. Temos sido maltratados e não tem havido a preocupação de nos darem a conhecer a realidade do país. Tiram-nos os salários, alteram as regras, retiram-nos direitos e falam connosco como se fossemos analfabetos ou estúpidos.
Olhemos para as duas figuras principais do Estado, o Presidente da República e a Presidente da Assembleia da República, cargos exercidos por dois aposentados, que perante a emergência em que o país se encontra, optaram por receber o valor das suas reformas, ao invés dos salários correspondentes às respectivas funções, cujo valor é mais baixo.
Estranho? Não. Se analisarmos bem, uma grande parte da legislação produzida visa servir os interesses dos que detêm o poder e respectivas clientelas, ao contrário do que deveria acontecer, ou seja, ao serviço daqueles que representam, em que a justiça,   a equidade e o rigor tinham que estar presentes.
Ao olharmos para os membros do governo somos confrontados com algo de "sui generis". Um conjunto de jovens, saídos recentemente das faculdades, exercem cargos de especialistas e de assessores. Não está em questão, que jovens com determinadas qualificações possam aceder ao desempenho de determinados cargos, mas para tal é imprescindível conhecimento e experiência, mas o que podemos constatar é que a grande maioria provém das juventudes partidárias, o que é condenável e preocupante. Que critérios foram levados em linha de conta? As competências, o mérito, ou o compadrio? É triste mas esta realidade é transversal  a todos os partidos. A promiscuidade entre os partidos e as nomeações é visível.
Presentemente vemos Portugal  a ser governado por pessoas, cujo conhecimento e experiência nos levantam sérias dúvidas. O discurso vigente contraria o proferido no passado. Fica a sensação que algo nos escapa e parece não haver ninguém que chame à razão aqueles que insistem em lidar com os Portugueses como se não fossem pessoas.

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Comemorações do 5 de Outubro




5 de Outubro, comemoração da implantação da República. Tudo parece estranho e diferente. O local das comemorações, Pátio da Galé, ao contrário da tradição, o hastear da bandeira envolto de algo bizarro, dando  a entender que o estado do país e o sentimento dos Portugueses está eivado de perplexidade. O discurso do presidente da república não correspondeu, mais uma vez, às expectativas de alguns Portugueses. Digo alguns, na medida em que a mim, e provavelmente não estarei só nesta análise, já  não me causa espanto. Faltou-lhe alma e coragem não contribuindo para que alguma réstia de esperança animasse as pessoas que se vêem confrontadas com dias difíceis, não vislumbrando uma solução para os seus problemas e angústias, estampados nos gestos de uma senhora que teve a coragem de manifestar o desespero, a indignação e a revolta, tornando público o seu baixíssimo rendimento.
Fica um amargo de boca e a sensação que alguns têm vergonha de assinalar datas que marcam a nossa história.


quinta-feira, 4 de outubro de 2012


Dia 4 de Outubro, dia de anos da mamã, Quinta-feira



Mãe e filha - Frederic Leighton
Dia 4 de Outubro, dia do aniversário da mamã, a quem sempre ouvimos dizer que todas as idades têm a sua beleza. Neste dia era habitual estarmos juntos ao jantar para confraternizarmos e cantarmos os parabéns, a que se seguia um brinde que a mamã tanto apreciava. A sua alegria estava expressa no olhar com que nos envolvia e  a a sua felicidade era visível. 
Sempre optimista e com vontade de seguir em frente, duas expressões marcavam a sua personalidade: "quem tem boca vai a Roma"; "entre mortos e feridos alguém há-de escapar".
A mamã, quando éramos mais pequeninos, recordava com grande amor e ternura as prendas que o papá lhe tinha dado. Destacava-se uma, enviada de Lisboa, pelo correio, uma escrava de ouro que há tempos era desejada. Grande foi a surpresa, maior o contentamento e, por certo, asas à imaginação foram dadas.
Anos mais tarde, o papá, dias antes, dava-nos conta da sua preocupação que estava directamente relacionada com o presente que queria dar "à vossa mãe". 
Será que ela vai gostar? Será que lhe faz falta? 
Não restam dúvidas que se trata de uma família muito unida e especial, em que duas pessoas nos marcaram muito e a quem tudo devemos.


sábado, 29 de setembro de 2012

As sombras de Miguel Relvas


As afirmações de Miguel Relvas proferidas no Algarve, perante uma assembleia de empresários, não devem ser levadas a sério, mas não conseguem deixar-me indiferente. Esta personalidade, cuja credibilidade é reduzida, não deixa por mãos alheias o que lhe vai na alma e não terá sido por acaso que disse que estavam a regressar sombras após décadas de luz. Não posso deixar de me interrogar. O que pensará e sentirá o próprio? Certamente tem a noção da sua fragilidade, quer como político, quer como cidadão.
Não deixa de ser surrealista sermos confrontados com afirmações deste teor. Pensará Miguel Relvas que é a luz que possibilita ver o melhor caminho a seguir? Atrevimento não lhe falta e, provavelmente, está convencido que o conteúdo do seu discurso merece uma reflexão que não deverá ser esquecida antes que um manto de sombras nos cubra e fiquemos sem alternativa. 
As trapalhadas que o caracterizam impedem-me que o olhe de forma séria.

Os ignorantes para António Borges


Ouvir António Borges causa-me sempre uma sensação de espanto mitigada pela indignação, que a sua arrogância e desfaçatez conseguem gerar.
Era de prever que a medida proposta por Passos Coelho, referente à Taxa Social Única (TSU), tivesse na sua génese um autor, que se considera a si próprio, o expoente máximo da inteligência e da lucidez a que acresce a eficácia e o sentido da oportunidade. Este consultor do governo para as privatizações teve o arrojo de insultar publicamente os empresários deste país pelo facto de terem chamado a atenção para os efeitos negativos decorrentes da TSU, caso fosse aplicada nos moldes anunciados.
É inadmissível que alguém, referindo a sua qualidade de professor, tenha afirmado, peremptoriamente, que ninguém passaria no 1.º ano na faculdade onde dá aulas se ousasse expressar um raciocínio contrário ao seu no que concerne à TSU. António Borges está convencido que  a sua sabedoria é única e despreza as ideias dos outros.
Será que defende o pensamento único? Não desconhecerá com certeza o que se passa nos outros países.
O que leva este senhor a persistir no insulto e a propor medidas que só poderão contribuir para a ruína de Portugal e dos Portugueses?
É triste ouvirmos pessoas que ousam proferir um discurso ofensivo, alicerçado na arrogância, em que a sensatez e o respeito estão ausentes.

domingo, 23 de setembro de 2012

Cigarras ou formigas? Parasitas



Miguel Macedo, ministro da Administração Interna cheio de "graça" afirmou em Campia, Vouzela: "Portugal não pode ser um país de muitas cigarras e poucas formigas".
Será que os políticos portugueses não têm a percepção que o seu estado de graça tem os dias contados?
Olhando para a maioria dos políticos portugueses que nos rodeiam, o que vemos?
Não conseguimos vislumbrar cigarras, que quanto mais não fosse, poderiam servir para alegrar as nossa vidas. Formigas? Tão pouco.
Vemos parasitas que sugam o que podem e não olham a meios para atingirem os seus fins.

O Conselho de Estado

Grandes expectativas? Não. Infelizmente, já estamos habituados à ausência de atitudes por parte daqueles que as deviam adoptar em tempo oportuno. Silêncios que se avolumam e se prolongam, indiferentes ao que alguns ainda acalentam. Esperança que se desvanece e transforma em indignação e revolta.
Após uma reunião, que se estendeu até ao início da madrugada, um comunicado foi lido. Ficámos a saber que a taxa social única (TSU) não seria aplicada da forma como tinha sido prescrita por Passos Coelho, mas não nos iludamos, outras medidas, igualmente injustas, foram anunciadas. É bom que tenhamos presente que o primeiro-ministro persistiu no corte dos dois subsídios para pensionistas e reformados, assim como num corte progressivo de 5%, tal como aconteceu, no governo de Sócrates, aos funcionários públicos que estão no activo. O debate tem sido focalizado na TSU, mas temos que estar atentos.

sábado, 15 de setembro de 2012

Manifestação de 15 de Setembro, a esperança na mudança


Há muito tempo que não via uma manifestação como esta. Pessoas de diferentes idades e estratos sociais em torno de um sentimento comum, marcado pela revolta e pela indignação, proclamavam pela mudança.
Ao chegar ao Saldanha, um mar de gente desfilava, a necessidade de justiça estava estampada no rosto de todos que iam caminhando ao longo da avenida da República. Era impossível ficar indiferente. Imagens passadas, de imediato, afloraram à minha memória e foi grande a emoção perante a força que vi e senti. A minha opção só podia ser uma, participar na manifestação. Sei que necessitamos de ajuda externa e não podemos dispensá-la, mas certamente haverá outras políticas mais justas e equitativas.
Os Portugueses souberam responder às injustiças anunciadas pelos nossos governantes, cuja incompetência e insensibilidade   a que se alia a arrogância saltam à vista de qualquer cidadão. 

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

A democracia portuguesa está ferida

                                                                                       A Alegoria da Caverna

O sistema democrático vigente em Portugal não responde às necessidades dos Portugueses. Vivemos numa sociedade em que os governantes, à medida que o tempo passa, são cada vez mais incompetentes e desprovidos de experiência profissional que os habilite para o exercício dos diversos cargos de forma credível e responsável, em que a eficiência e a eficácia estejam presentes. Falta de visão, ausência de espírito de missão, não definição de prioridades e direi mesmo falta de ética.
O respeito que os governados merecem e a que têm direito não consta do código de conduta, a mentira é utilizada de uma forma descarada e a prestação de contas não faz parte do caderno de encargos.
Será que temos de continuar a ser complacentes com este sistema?
A falta de pudor está subjacente à prática política  e o discurso oficial é construído no pressuposto de que os Portugueses são estúpidos e ignorantes.
A falta de equidade é patente, os sacrifícios pedidos e feitos não alteram os resultados, mas a persistência num caminho errado continua a fazer parte da agenda. 
A democracia está ferida. Os Portugueses estão indignados, não compreendem as políticas adoptadas e têm grande dificuldade em aceitá-las.

As afirmações de António Nogueira Leite

O vice-presidente da Caixa Geral de Depósitos (CGD), António Nogueira Leite, através de uma mensagem publicada na página pessoal do facebook afirmou: "se me obrigarem a trabalhar mais de sete meses só para o Estado, palavra de honra que me piro". À primeira vista esta afirmação poderá ser entendida como uma crítica severa às medidas de austeridade anunciadas pelo governo e uma voz que se junta ao coro dos que sentem na pele o impacto dessas medidas. Contudo, uma pergunta deve ser colocada.
Que moralidade tem António Nogueira Leite, que apesar de ter renunciado a todos os cargos remunerados, usufrui de uma situação de excepção, autorizada pelo governo,  e se traduz num vencimento cujo valor não tem nada a ver com os rendimentos auferidos pela maioria dos Portugueses?
A CGD onde Nogueira Leite exerce a sua actividade profissional é um banco do Estado e como tal não deveria ser objecto de medidas de excepção. O Estado deve agir com rigor e justiça e de forma exemplar.
A coerência deve estar presente na acção, o mesmo será dizer que há que retirar consequências e agir em conformidade.

A utilização do facebook

Cavaco Silva utiliza o facebook para enviar mensagens aos Portugueses como se os Portugueses tivessem acesso e soubessem utilizar esta forma de comunicação.
Passos Coelho recorreu à mesma rede social, na passada sexta-feira, na qualidade do amigo Pedro, para justificar as novas medidas de austeridade que irão agravar drasticamente as suas vidas, após ter assistido a um espectáculo na companhia da sua mulher, deslocando-se num carro do Estado, como se vivesse no país da "Alice das Maravilhas". A insensatez e a insensibilidade ficaram demonstradas. 
Impunha-se que o comportamento do primeiro-ministro tivesse sido diametralmente oposto. A sua consciência dever-lhe-ia ter ditado o recato.
 

sábado, 8 de setembro de 2012

As medidas de Passos Coelho

Existem pessoas que se julgam mais inteligentes do que as outras, mas ao analisarmos o que dizem ou o que fazem, é fácil concluir que essa "inteligência" não existe e estamos na presença de alguém que se atreve a menosprezar a inteligência dos outros.
Passos Coelho, ao anunciar  as novas medidas de austeridade, revelou fazer parte dos que pensam que conseguem enganar os outros, mas no fundo enganam-se a si próprios. Com grande solenidade e, tendo no horizonte o combate ao desemprego e  a exigência do Tribunal Constitucional (TC), o primeiro-ministro comunicou ao país um aumento de 7% na contribuição para a Segurança Social extensiva a todos os trabalhadores (públicos e privados), a descida da contribuição exigida às empresas, o corte de um dos subsídios para os funcionários públicos, sendo o outro distribuído pelos doze meses do salário e a manutenção do corte dos dois subsídios para pensionistas e reformados.
O TC considerou inconstitucional o corte dos subsídios, mas Passos Coelho e o governo persistem no erro. Os funcionários públicos ficam na mesma, ou seja, na prática vão auferir menos dois salários e os pensionistas e reformados continuam   a ser sacrificados. A equidade proclamada não existe, o que denota grande insensibilidade.
A realidade traduz-se no elevado esforço pedido às pessoas que vivem dos rendimentos do seu trabalho e  pagam escrupulosamente os seus impostos.
Alguém pode ficar satisfeito com o empobrecimento generalizado e a destruição da classe média?
Onde está a consciência dos governantes?. Onde estão os princípios e os valores da doutrina social da Igreja que servem de inspiração a um dos partidos da coligação?
Quando não somos capazes de resolver com seriedade, justiça e equidade os problemas devemos ter a humildade de agir em conformidade e criar as condições que possibilitem a adopção de outras políticas.
É difícil encontrar as palavras que descrevam o sentimento que se instala e envolve os Portugueses que vão perdendo a esperança e olham com grande desconfiança para os políticos que governam Portugal.

sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Parabéns Professor Adriano Moreira




Ontem, dia 6 de Setembro, o Professor Adriano Moreira completou 90 anos. Personagem ilustre da nossa história que tenho o privilégio de conhecer e convidei para uma conferência realizada na escola onde trabalho. Estávamos nos finais da década de noventa do século XX e, no salão nobre da escola, uma assembleia atenta ouvia e "bebia" as palavras proferidas pelo professor sobre a globalização.
É grande  o fascínio que o Professor provoca através do seu discurso e da sua forma de estar. A sua inteligência, verticalidade e simplicidade marcam-nos e  suscitam admiração.
Na entrevista transmitida pela RTP o seu olhar sobre a sua vida é a prova da grande dignidade que o caracteriza. A ternura e a dedicação com que se referiu aos seus pais não deixam ninguém insensível. A lucidez com que analisou a evolução da sociedade leva-nos a concluir que é grande o seu conhecimento e sabedoria. 
A propósito do Estado Social, uma criação da doutrina social da Igreja e do socialismo democrático, uma afirmação, cheia de significado foi dita:"não se pode deitar a esperança pela janela."
Parabéns Professor.

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Sonho roubado


















Sonho desfeito.
Sonho roubado.
Por quem se esconde por trás do cinismo.
Por quem pensa que a maldade ilude a verdade.

Olhares trocados com cumplicidade.
Palavras eivadas de falsidade.
Sorrisos fingidos, dissimulados.
Ar de triunfo pela vitória, sem esforço alcançada.
Marcada por consciências imunes à verdade.

                                        

domingo, 2 de setembro de 2012


Setembro

Setembro começou, regresso de férias e o trabalho recomeça. Dias passados na praia vão ficando para trás. o verão está a despedir-se, não tarda, e tonalidades diferentes vão surgindo no horizonte.
Há imagens que se fixam na nossa retina e nos acompanham ao longo do tempo. Marcam momentos do nosso percurso e, sempre que nos vêm à memória, um turbilhão de sentimentos nos envolve. A felicidade e o prazer aliam-se à nostalgia e à saudade.
Três são as imagens que relembro com grande nitidez e, de imediato, viajo até Portalegre, Coimbra e Guarda. Um traço comum as enquadra, fim de tarde, o sol   na linha do horizonte, o contraste da paisagem com o azul do céu, como se de um recorte se tratasse. De um lado o sol a desaparecer e do outro a lua a querer espreitar. Luzes que se acendem e a noite lentamente vai caindo.
O meu olhar fica preso nesta beleza tamanha e por ela se deixa atrair.

domingo, 12 de agosto de 2012


Dois olhos, dois ouvidos e uma boca.
Ver o que nos rodeia.
Ver o que não existe.
Não querer ver o que é claro.
Ver e perceber.
Saber ouvir.
Ouvir o que se diz.
Fingir não ouvir o que é dito.
Saber o que se vai dizer.
Procurar as palavras certas.
Falar e não dizer o que deveria ser dito.
Deixar falar.
Não silenciar.

terça-feira, 7 de agosto de 2012

Carris, alterações que não servem os utentes



O cidadão comum, cujos rendimentos têm que ser geridos com muita ponderação, por regra, deslocam-se em transportes públicos, sendo o autocarro um dos mais utilizados.
Apercebi-me que a Carris extinguiu algumas carreiras, alterou os horários de funcionamento, suprimindo determinadas linhas ao sábado e domingo e alterou percursos. A situação criada não deixa grandes alternativas aos utentes, pessoas merecedoras de respeito e consideração que têm de esperar longos minutos, dado que os horários, a maior parte das vezes não são cumpridos.
Impunha-se que fossem conhecidos os critérios que presidiram às alterações em curso. Quem tem o poder de tomar decisões nesta área, certamente, não recorre aos transportes públicos e ser-lhe-á difícil ter a percepção dos prejuízos causados.
Assim, não é de admirar que, cada vez mais, se verifique um decréscimo dos utilizadores dos transportes públicos. Como se não bastasse o aumento dos títulos dos transportes, surge uma mudança na visão desta empresa pública que não está a prestar um serviço de acordo com as necessidades das pessoas. 
Conclusão a clivagem social acentua-se a passos largos. Uns continuam a ter tudo, ou mais à sua disposição, outros vão empobrecendo e ficam à mercê de decisores, que de uma forma prepotente e arrogante vão espezinhando os mais fracos.

sábado, 4 de agosto de 2012




Será que dei tudo a quem devia dar?
Será que dou tudo a quem não devo dar?
Dar tudo, muito, ou pouco...
Dar o que se tem, ou o que se pode?
Tudo nunca se dá.
Poderá haver sempre mais para dar.
Dar para receber?
Dar porque se quer.
Dar por prazer.
Dar é compreender, é satisfazer.
Dar sem esperar receber, apenas dar e
dar...

        

Palavras disparadas





Ser parcial.
Amesquinhar.
Não querer ouvir.
Não reconhecer.
Gritar, vociferar.
Palavras disparadas que ferem.
Magoar, por magoar.
Faça o que fizer nada muda.
Porquê tanta raiva acumulada?

terça-feira, 31 de julho de 2012

As palavras de Passos Coelho...



Alguns analistas consideram que em Portugal está a chegar ao poder a geração dos políticos profissionalizados, fundamentando o seu ponto de vista no facto de terem desempenhado funções nas juventudes partidárias, as chamadas "jotas", cujas carreiras assentam em cargos de nomeação política, sendo a experiência profissional escassa.
Ao observar a classe política que está a governar Portugal, sem grandes reflexões, constato que a falta de preparação e de conhecimentos é notória, o que tem  um impacto negativo nas ações desenvolvidas. O desempenho de tarefas diversas nos partidos políticos, a liderança assumida nessas organizações, o acesso rápido ao Parlamento na qualidade de deputados dá-lhes alguma formação, é certo, mas, contrariamente ao que muitos deles poderão pensar, o saber, o conhecimento da realidade nacional e internacional e um percurso baseado no trabalho são fundamentais. Nas organizações partidárias, a sede do poder, o tráfico de influências, os "lobbys" e a intriga política transforma-os em políticos sem carisma em que a mediocridade sobressai.
Passos Coelho, recentemente, usou expressões cujo conteúdo é grosseiro e revelou não ter sabido estar à altura do cargo que desempenha. No Parlamento, no debate sobre o Estado da Nação,  em resposta à intervenção do deputado Francisco Louçã sobre os impostos que iriam ser agravados disse: "não estamos a pôr porcaria na ventoinha e a assustar os Portugueses". Posteriormente, durante um jantar do grupo parlamentar para assinalar o fim desta sessão legislativa, afirmou: " que se lixem as eleições, o que interessa é Portugal, ninguém foi eleito para ganhar as próximas eleições."
Políticos profissionais e sérios não podem demonstrar leviandade, nem na forma nem no conteúdo do seu discurso. Têm que ter, qualquer que seja a circunstância, respeito pelos Portugueses, não devem recorrer à falácia com o intuito de se tornarem populares e pretenderem dar a imagem de impolutos e desprendidos do poder, quando os terrenos que pisaram revelam o oposto. 

sexta-feira, 27 de julho de 2012



Não me peçam paciência perante a incoerência.
Não me peçam complacência perante a incompetência.
A minha consciência exige-me coerência.
Os meus olhos não querem que finja o que vejo.
Os meus ouvidos negam ouvir a falsidade.
A minha boca nega o silêncio e leva-me a dizer a verdade.

quinta-feira, 26 de julho de 2012

Grito pela justiça e pela verdade


A força da razão faz-me "gritar".
Não pactuo com a falsidade mascarada de verdade.
Não pactuo com a prepotência disfarçada de benevolência.
Procuro não misturar a emoção com a razão.
Não devo ignorar o que me rodeia.
Não quero silenciar.
Grito contra a dissimulação.
Grito contra a hipocrisia.
Não calo a revolta e a indignação.
Grito pela justiça e pela verdade.
Grito pela liberdade.

sábado, 21 de julho de 2012


Hermano Saraiva, o homem, o historiador e o comunicador


"Continuará a haver luar, a serra de Sintra e o Tejo correrá para mar". 
Esta foi a resposta dada por Hermano Saraiva, ao ser questionado sobre o futuro numa entrevista feita para a televisão.
Frases ditas que me tocaram e que muito apreciei.
Independentemente da forma como se olha para o professor e historiador Hermano Saraiva, há algo que o identifica e faz com que seja considerado, sem qualquer dúvida, um homem que soube comunicar com alma a nossa História. A força e o entusiasmo que punha nas palavras não nos deixou indiferentes.
O futuro é uma incógnita, mas certamente, o professor José Hermano Saraiva fará parte da memória colectiva do país que lhe mereceu um olhar que partilhou connosco e nos deixará saudades.

sexta-feira, 20 de julho de 2012

Deixem-me ser como sou.




Não sei se por formação, ou deformação, gosto de compreender o que me é dito na sua verdadeira dimensão. Tornar inteligível o que parece rumar em sentido contrário faz parte da minha essência. 
Circunstâncias diversas orientam o meu olhar para o conteúdo do que me é dito numa busca incessante de encontrar as respostas que permitam uma interpretação clara e coerente.
O meu pensamento é confrontado com interrogações que resultam de uma mistura de espanto e de perplexidade.
Palavras pensadas, ditas, ou simplesmente "atiradas"?
Palavras que funcionam coma armas de arremesso ou de defesa?
Certezas não existem. Verdades absolutas, tão pouco. 
Dúvidas, muitas.
Conclusões, algumas.
Decisões, poucas, mas uma adquire grande nitidez e leva-me a dizer o seguinte:
a vontade e a determinação que me acompanham fazem com que caminhe na direcção que considero certa e contribui para a minha felicidade.
Respeito ideias e atitudes diferentes das minhas.
Quero ser o que sou e não pretendo enganar nem esmagar ninguém.
Deixem-me ser como sou.

sábado, 14 de julho de 2012

As trapalhadas de Miguel Relvas


Quando as convicções não correspondem a reflexões um conjunto de disparates pode surgir. O riso que provocam é o mal menor, dado que o pensamento que aflora, de imediato, nos leva a perguntar como é possível não ter a noção que uma atitude se impõe, a demissão.

quarta-feira, 4 de julho de 2012

Almoço de família



Um tronco comum criado por Isabel Caldeira e José Pinto de Almeida, nossos bisavós, deu origem  aos Pinto de Almeida, aos Caldeira Fradique e aos Boavida. 
No passado domingo, 2 de junho, na quinta da Líria a dois quilómetros de Castelo Branco a família reuniu-se.
Bisavós, avós, tios e primos não faltaram ao encontro. Os "ausentes" estiveram presentes nas nossas memórias e nos nossos corações. 
Encontros, reencontros, confraternização e celebração marcaram esta data. 
Momentos felizes foram vividos, palavras com significado foram ditas.
Fiquei a saber que o nosso bisavô escrevera ao rei uma carta manifestando a sua discordância pelo preço elevado da água, o que nos levou a pensar que na família há um traço comum que não se compadece com o cruzar de braços e faz com que ajamos em função do que consideramos injusto.
A nossa bisavó, mulher de fibra e determinada, foi recordada de uma forma especial por uma das suas netas para quem a sua presença foi fundamental.
Ficou a sensação que valeu a pena termos estado todos juntos. Podem passar meses e anos em que não nos vemos, mas basta encontrarmo-nos e parece que há sempre algo para dizer, que uma conversa foi interrompida e, de imediato, tudo recomeça.