domingo, 9 de março de 2014

Alunos dos Cursos Profissionais só fazem um exame nacional para se canditarem ao Ensino Superior







Fala-se em rigor, mas as políticas adoptadas rumam em sentido contrário.
Critérios diferentes aplicados a alunos que pretendem aceder ao mesmo nível de ensino, leia-se o nível superior, provocam desigualdade e injustiça, mesmo que se trate de uma norma transitória.
O que pensarão os alunos dos Cursos Científico-Humanísticos? Como olharão para a tutela?
Provavelmente, o ministro da Educação e da Ciência, não olhou, com a devida atenção, para esta questão, mas quem o rodeia e aconselha também anda distraído, ou não consegue enxergar a verdadeira dimensão do problema.
Claro está que não estou a desculpar o ministro, principal responsável pelo que se passa na Educação.
Alteram-se as regras recorrendo a medidas discriminatórias de carácter negativo, lançando as sementes do descontentamento naqueles, que certamente terão dificuldade em compreender e aceitar uma legislação, que trata de forma desigual os alunos e facilita o percurso de alguns.
Que objectivos se pretendem perseguir com diplomas que, dificilmente, poderão ter a aprovação das partes envolvidas no processo, excluindo os que dela venham a beneficiar.

terça-feira, 4 de março de 2014

É fundamental estarmos informados



Sei que não devemos generalizar, é perigoso, podemos ser mal interpretados, mas não posso ficar indiferente perante a prestação da jornalista Judite e Sousa e as opiniões emitidas  pelos seus convidados, Professor Mithá Ribeiro e Professor Medina Carreira, no programa de ontem na TVI24.
Quando se aborda um tema, como ensino, há que fazê-lo com critérios de rigor. O tema, já por si, é polémico, a imagem da classe docente, junto da opinião pública, não é das mais favoráveis, logo há que que ter cuidado com o que se diz e com a forma como se pretende transmitir a mensagem.
No mínimo, a jornalista Judite de Sousa dever-se-ia ter preparado, ou seja, estar na posse da informação imprescindível, evitando tropeçar em situações equívocas, e que para os mais incautos poderão contribuir para a formulação de juízos errados e não devidamente fundamentados.
Podemos não estar de acordo com as políticas adoptadas, mas temos que saber do que estamos a falar. Existem leis que orientam os procedimentos, não estamos na presença de documentos avulsos, de carácter arbitrário, mas perante diplomas aprovados promulgados e publicados no Diário da República, cuja aplicação é de âmbito nacional. Chamar a uma Lei, um conjunto de folhas de teor complexo não é correcto.
Quando as leis não são exequíveis, ou carecem de uma interpretação clara, impõe-se a sua alteração por processos legais. Não posso passar “ao lado da lei”, ignorando-a, ou fazendo uma interpretação de cariz pessoal.
O professor Medina Carreira, dado que é um convidado permanente e gosta de analisar, com espírito crítico, o que se passa no País, devia munir-se da informação indispensável de forma a poder debater, com alguma seriedade, o tema colocado em cima da mesa.
Ninguém concorda com a indisciplina na Escola, nem tão pouco com a facilitação e a burocratização do processo de ensino e de aprendizagem.
Quem é professor e está no terreno não pactua  com a indisciplina e o facilitismo. Temos que ter consciência que as regras mudaram, nem tudo é perfeito, todos o sabemos, mas analisar, de forma simplista, esta problemática é perigoso e não contribui para o esclarecimento dos Portugueses.
No passado, o ensino estava orientado para uma elite, hoje é completamente diferente. Não queremos, penso eu, voltar ao passado, em que uma minoria tinha acesso à Escola e os alunos eram pessoas passivas e o espírito crítico não era incentivado.
A avaliação não pode circunscrever-se aos exames, implica o recurso a instrumentos diversificados.
A Escola actual, enquanto organização, é complexa, mas tem muitos professores que "dão" tudo pelos seus alunos e continuam motivados.