quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

2012 Espreita

            Andreas Baumann                                          


                                                  Annette  Schmolling
                                                   
                      Annette Schmolling       

 É com alegria que esperamos a chegada do Novo Ano. 
Pintado com todas as cores.
Reclinados num sofá, fazemos um balanço do que aconteceu no ano que está a terminar.
É preciso ter calma...



Vésperas do Novo Ano


      Els Eichholzer                                Arturos Slepsis

     
















                Peter Säenger


Debruçamo-nos sobre o tempo que passou. Fazemos uma retrospectiva, avaliamos o que nos aconteceu e viramos as costas pensando e desejando que o ano que espreita nos traga tudo de bom. Por vezes, alguma nostalgia se apodera de nós, mas logo nos preparamos, cheios de esperança e confiança para o Novo Ano que se aproxima e  nem sempre nos apercebemos, que o tempo passa  de uma forma, cada vez, mais veloz.
É o tempo que passa, ou somos nós que passamos pelo tempo?


                                               

Assinatura





Jantar agradável, boa companhia, espaço acolhedor, de certo modo envolvente.
Tons de vermelho marcando o ambiente, candeeiro suspenso no meio da sala, com ar imponente.
Il faut savoir, Charles Aznavour, uma das músicas ouvidas que fez parte de anos por nós vividos e, certamente, deixou as suas marcas.
Assinatura, o nome do restaurante. Gostei e assinei as palavras pedidas, mas escritas com verdade: agradável,  simpatia, discrição, sofisticação, envolvente e sublime.




terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Verdade e Coerência


                             Matisse - Conversação

Verdade
Sugere-me sinceridade nas palavras e nas acções ,que têm que ter uma conexão com o pensamento.
No entanto, a verdade depende de valores, o que lhe confere alguma subjectividade.


A Verdade é sempre encontrada na simplicidade, nunca em confusão.
                                                                                          Isac Newton
 Coerência
Sugere-me uma triangulação – o que pensamos, o que dizemos, o que fazemos.


A contradição não consente o arrependimento e o pecado ao mesmo tempo.
                                                                                                       Dante


Todo o carácter coerente consigo mesmo  tem sempre razão; perder a razão é a única  contradição.  
                                                                                                                                Friedrich Schiller



Sempre que ouço e vejo o nosso primeiro ministro, estes conceitos apoderam-se do meu pensamento.
As verdades proferidas na actualidade atraiçoam os valores defendidos num passado recente.
A coerência não se vislumbra. Terá emigrado?



domingo, 25 de dezembro de 2011

Natal

Luzes, risos, azáfama, corre-corre, tudo lembra o Natal.
Memórias, recordações...
Família, grande, mesa cheia de iguarias, alegrias, tempo de espera.
Meia-noite!
Contentes, hora de abrir presentes.
Surpresa, felicidade, abraços, beijinhos.
Voando no tempo Castelo-Branco aparece, frio, mas doce...
Agitação constante, filhós deliciosas. amassadas, tendidas, fritadas, meladas.
Os sapatinhos na chaminé.
A alegria por todos partilhada.
Papás, avós, tios e primos.






 Castelo-Branco - Sé - madeiro 


terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Donos dos pensamentos, mas escravos das palavras

Os pensamentos invadem-nos, apoderam-se de nós e com eles sentimos uma total liberdade que nos fascina. Constituem a nossa verdadeira liberdade, acompanham-nos permanentemente e acabam por se tornar a nossa intimidade mais autêntica.
Pensar é um acto comum, inofensivo, mas totalmente livre. 
 Consciente ou inconscientemente,  uma multiplicidade de ideias, imagens, intenções transformam-se  num universo que não tem limites.
As palavras são poderosas, poderão ser utilizadas como "armas", são igualmente fascinantes, mas se não forem utilizadas com bom senso, ou forem inoportunas, atraiçoam-nos, tornam-se inimigas e facilmente nos tornam escravos.
Há que saber escolher as palavras certas quando queremos transmitir as nossas ideias, ou sugerir opções, para os que nos irão ler ou ouvir, sobretudo, quando as funções exercidas resultam de uma legitimidade, obtida pelo exercício da cidadania.
Duas palavras "mágicas" deverão estar sempre presentes quando expressamos os nossos pensamentos e  nas acções que desenvolvemos - bom senso.
Foi com espanto, mas essencialmente com revolta, que ouvi o nosso primeiro ministro apontar, para muitos professores, meus colegas de profissão, a emigração como a solução milagrosa para os seus problemas.
Gosto muito do meu pais, mas é  triste constatar que não conseguimos agarrar as oportunidades que temos tido ao longo da nossa História. Somos uma das  Nações europeias mais antigas, temos a inteligência e as capacidades necessárias, mas a classe política, salvo raras excepções, não tem sabido estar à altura, umas vezes por incompetência, outras por pensarem que governar não exige honestidade, rigor, coerência e transparência.
Todos os que exercem cargos políticos deveriam conhecer melhor a História, pois provavelmente, retirariam ensinamentos muito válidos que os ajudariam a alterarem a sua atitude e a terem mais respeito e consideração pelos seus concidadãos.


A palavra é o fio de ouro do pensamento. 
                                 Sócrates (filósofo ateniense - século V aC)


Sábio é aquele que conhece os limites da própria ignorância.
                                Sócrates (filósofo ateniense - século V aC)




                                                        La Verita
                                               Giambattista Tiepolo (século XVII)

domingo, 18 de dezembro de 2011

O Nosso Natal


Como ecoam na minha memória as gargalhadas felizes de uma criança dizendo "é tão engraçado".
O menino traquinas cresceu abriu as asas, voou e deixou em mim grandes saudades do tempo passado, vivido, amado e por mim lembrado.
Olhando para trás sinto - como «curti» este menino - idas à praia, ao cinema, ao Planetário, atravessar de barco o rio Tejo, sei lá uma série de momentos que correspondem às nossas aventuras. 
Nas férias do Natal íamos ao circo, espectáculo por nós ansiado, ou não fosse a magia que nos transporta para o mundo do sonho e da fantasia.
A música sempre acompanhou este menino feliz, adorado por todos nós, mas há duas canções, por ele cantadas, sempre com muita alegria, que na época faziam parte das suas favoritas.






Um dos nossos momentos, que me divertia, mas que exigia uma grande paciência, era a ida às diversas lojas de roupa, onde eu entrava e dizia: espera só um bocadinho, não vou demorar. A minha vaidade, ainda que inconsciente, o entrar e sair, o pensar que uma criança até se distrairia com situações desta natureza, eram fortes aliados e levavam-me a agir, também como se fosse uma criança. Alias, repetidas vezes, outros, «mais adultos» diziam constantemente - parecem duas crianças, só que uma não tem idade para o ser. Engano o deles, pois nunca deixamos de o ser, só que uns disfarçam ou controlam mais as suas emoções. Há sempre momentos que, consciente, ou inconscientemente, necessitamos de ser crianças e  recusamos o estado de adulto.
Continuando, a criança foi crescendo e a sua própria música foi compondo.
Ainda, não é o dia de Natal, mas no jantar de hoje irá ser bebido um bom vinho, espero eu, da colheita do ano do seu nascimento, 1982, que me foi oferecido com uma recomendação  - deverá ser bebido numa ocasião especial.
Essa ocasião chegou. 
Desejo que o tempo não o tivesse alterado e permita uma celebração à Vida e ao Futuro.


                                                    Edouard Manet 

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Viva a História




                         Nikolaos Gysis

Foi com prazer que há, aproximadamente dois dias, ouvi o ministro da Educação e Ciência afirmar repetidas vezes que a disciplina de História deverá ter um tratamento diferente nos novos currículos. Não fiquei espantada, pois qualquer pessoa e, sobretudo um professor, ainda que não pertença  à área das Ciências Humanas e Socais, não poderá ficar indiferente à ignorância que grassa neste domínio, não apenas entre os mais jovens, que ainda estão num processo de aprendizagem, mas também junto de outros que exercem funções, algumas de carácter público, que exigem conhecimento, o que revela maior perplexidade.
O ministro Nuno Crato não foi o primeiro que, no ministério que dirige, chamou a atenção para esta problemática. Em tempos idos, um outro ministro, Oliveira Martins terá ido mais longe, penso que a memória não me atraiçoa, ao defender o carácter de obrigatoriedade da disciplina de História. 
O conhecimento é vital e a História  informa-nos, conduz-nos a uma análise e reflexão, possibilita a compreensão da evolução das sociedades, em suma, enriquece-nos.
Nunca é demais sublinhar - A História não se reescreve.
Parafraseando Cícero A História é testemunha do passado, luz da verdade, vida da memória, mestra da vida.
Muitos dos políticos que exercem funções de grande responsabilidade revelam um total desconhecimento da História  que, muitas vezes, acaba por se repercutir nas decisões que tomam, mas que afectam a  vida de todos os cidadãos.
Na formação dos alunos, nos vários graus de ensino, é imperioso uma visão holística das áreas do conhecimento, onde a História assume um papel determinante, para que erros cometidos, num passado recente, não se repitam e haja a coragem de romper com práticas que não demonstraram eficiência nem eficácia. 
De acordo com  Benedetto Croce História inclui todo o traço e vestígio de tudo o que o homem fez ou pensou desde o seu primeiro aparecimento sobre a Terra.
Atrevo-me a concluir com uma frase de Santayana. 
 "Aqueles que não conhecem a  História, estão condenados a repeti-la".                

sábado, 10 de dezembro de 2011

Aproxima-se o dia 12 de Dezembro


  • Adormecida?
    Presa, ou simplesmente pensando...
    Esperando aquele que numa determinada noite de inverno, num bar, entre uma bebida, palavras ditas e não ditas, gestos assumidos, foi despertada para o início de um percurso de vida.

 
Rachel Ferguson

Uma noite imensa, intensa e, simultaneamente, curta. Um conjunto de emoções, um fervilhar de pensamentos, receio, mas uma vontade enorme de dar continuidade ao que, naturalmente, ia sucedendo.
A dança numa discoteca, onde dançou sozinha, mas sentido os olhos postos em si, como se fosse o alvo da admiração.
A paixão parecia apoderar-se dela não pensando que tudo poderia ser, simplesmente, ridículo.



 Mirada - Joan Grau


A menina transformou-se numa mulher, deixando-se conduzir e acreditando que a paixão permaneceria incólume às ameaças que viessem. Nada era suficiente para demonstrar a felicidade que sentia.
A obsessão envolveu-a, retirou-lhe a lucidez e a segurança que eram marcas da sua identidade.

          Diego Rivera                                    Glevgrent
                                                              Glevgrent

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

No passado, 8 de Dezembro, Dia da Mãe


Há alguns anos, o dia 8 de Dezembro era um dia especial, Dia da Mãe . Grande era a agitação, a espera, o querer surpreender, com um simples presente, para a nossa querida mãe . Recordo com ternura e muita saudade três crianças, em que duas tinham um papel protector e, atrever-me-ia a acrescentar que duas delas, queriam, ou melhor, quase que disputavam a vontade de demonstrar o grande carinho sentido pelo irmão mais novo, tão querido, centro de toda a atenção.
Claro está, que recorriam, a maior parte das vezes. à ajuda do papá querido.
Delicio-me  a recordar as três crianças pequeninas que ficavam felizes com a compra de santinhos, onde escreviam simples palavras para oferecerem à mamã.querida, que, para espanto meu, os guardou religiosamente no seu missal. 

Renoir



Falar, conversar, poder comunicar é deveras importante. A perda de alguém que muito amamos dá-nos a verdadeira dimensão do significado de uma simples palavra.
Nunca me esqueço do dia, em que através de uma simples música que falava em conversar, do impacto que me causou e da impotência que me fez sentir, por constatar que a comunicação com os que amamos pode terminar e deixar um vazio irreparável, que o tempo pode atenuar, mas não apaga. O simples tocar do telefone, a voz que se ouve, ou o riso ficam gravados na nossa memória e trazem-nos sucessivas lembranças que às vezes conseguimos partilhar com aqueles que têm uma verdadeira compreensão dos nossos sentimentos e conseguem acompanhar-nos num percurso que, embora nos cause tristeza, também nos permite sorrir. 


quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Tempo de Tristeza - Necessidade de um abraço

Deixar correr os dias como se nada acontecesse, não expor as preocupações que me assaltam, me amedrontam e me entorpecem como se existisse um vazio... e nada fazer. O pensamento não pára, é implacável, não me atraiçoa, mas assusta-me e, por vezes, confunde-me, ou melhor, conduz-me ao que me conforta como se um de um abraço se tratasse.
Há pouco tempo, numa manhã de primavera, ensolarada, a caminho do meu trabalho senti a necessidade de um abraço e dei por mim  a pensar... apetecia-me um abraço, e que abraço e, pensei de imediato, quem eu queria que mo desse não podia. À noite, partilhando este desejo, recebi o abraço, não o desejado, mas o possível. 
O valor foi diferente, mas a coincidência de receber o que ansiei, não terá sido obra do acaso.






quarta-feira, 23 de novembro de 2011

A Dança da vida




A dança envolve, suscita emoções, paixões e transporta-nos ao mundo que aspiramos viver.


                                             Alphonse Mucha - Dança



Vamos fazer o que ainda não foi feito


Um convite?
Um desafio?
Uma coisa é certa. Qualquer atitude resulta de uma escolha, baseada na razão, mas também na emoção. 
Algo poderá ser colocado noutro plano, não menos importante, apenas diferente.
Quantas vezes somos confrontados com a necessidade de mudar? 
O receio limita-nos a acção, temos consciência da inevitabilidade da mudança, mas o comodismo apodera-se de nós.
A mudança gera a evolução.




Só a mudança é imutável (Heráclito).









segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Asas à imaginação

Jardim das Delícias
Bosch,Hiernymous (c.1504)


Deliciem-se com os pensamentos que nos assaltam e envolvem constantemente.
Dêem asas à vossa imaginação, estejam atentos às delícias que a vida põe à nossa disposição  e que nem sempre valorizamos no tempo certo.
Despertamos tarde e concluímos: o tempo passa  rapidamente, não usufruimos, estivémos distraídos, ou simplesmente adormecidos...




domingo, 20 de novembro de 2011

Estado de Alma



A verdadeira liberdade reside no pensamento


Não é por acaso que tudo o que faço provoca em mim  a vossa lembrança, a minha saudade, o meu agradecimento.
São o meu princípio, a minha protecção, o meu refúgio, o meu conforto.


O Tempo
É tudo uma questão de tempo
O tempo voa.
Não tenho tempo.
Se tiver tempo.
Quando tiver tempo.
 É tudo uma questão de tempo.
O tempo persegue-nos, acompanha-nos, ultrapassa-nos.
O que é o tempo?
O tempo une-nos mas também nos afasta.
Afaga-nos, maltrata-nos, esmaga-nos.
O tempo é vida, mas também é morte.
O tempo que marca, que se celebra.
Que vai e vem e nos conforta.
O tempo, sempre o tempo…
O tempo que nos consola, que nos embala,
Que nos surpreende
Ontem, hoje, amanhã, tudo é o tempo, o tempo…

É tempo de dizermos o que nos vai na alma, de partilharmos os nossos pensamentos, preocupações, angústias, revoltas e tudo mais que acharmos conveniente.