domingo, 18 de dezembro de 2011

O Nosso Natal


Como ecoam na minha memória as gargalhadas felizes de uma criança dizendo "é tão engraçado".
O menino traquinas cresceu abriu as asas, voou e deixou em mim grandes saudades do tempo passado, vivido, amado e por mim lembrado.
Olhando para trás sinto - como «curti» este menino - idas à praia, ao cinema, ao Planetário, atravessar de barco o rio Tejo, sei lá uma série de momentos que correspondem às nossas aventuras. 
Nas férias do Natal íamos ao circo, espectáculo por nós ansiado, ou não fosse a magia que nos transporta para o mundo do sonho e da fantasia.
A música sempre acompanhou este menino feliz, adorado por todos nós, mas há duas canções, por ele cantadas, sempre com muita alegria, que na época faziam parte das suas favoritas.






Um dos nossos momentos, que me divertia, mas que exigia uma grande paciência, era a ida às diversas lojas de roupa, onde eu entrava e dizia: espera só um bocadinho, não vou demorar. A minha vaidade, ainda que inconsciente, o entrar e sair, o pensar que uma criança até se distrairia com situações desta natureza, eram fortes aliados e levavam-me a agir, também como se fosse uma criança. Alias, repetidas vezes, outros, «mais adultos» diziam constantemente - parecem duas crianças, só que uma não tem idade para o ser. Engano o deles, pois nunca deixamos de o ser, só que uns disfarçam ou controlam mais as suas emoções. Há sempre momentos que, consciente, ou inconscientemente, necessitamos de ser crianças e  recusamos o estado de adulto.
Continuando, a criança foi crescendo e a sua própria música foi compondo.
Ainda, não é o dia de Natal, mas no jantar de hoje irá ser bebido um bom vinho, espero eu, da colheita do ano do seu nascimento, 1982, que me foi oferecido com uma recomendação  - deverá ser bebido numa ocasião especial.
Essa ocasião chegou. 
Desejo que o tempo não o tivesse alterado e permita uma celebração à Vida e ao Futuro.


                                                    Edouard Manet 

1 comentário:

  1. Recordo com saudade muitos detalhes, hábitos, cerimónias,etc. dos Natais da minha infância.

    Uma coisa porém volta sempre, como uma pequena magia: o cheiro dos Natais que proliferava pelas minhas casas!

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