terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Donos dos pensamentos, mas escravos das palavras

Os pensamentos invadem-nos, apoderam-se de nós e com eles sentimos uma total liberdade que nos fascina. Constituem a nossa verdadeira liberdade, acompanham-nos permanentemente e acabam por se tornar a nossa intimidade mais autêntica.
Pensar é um acto comum, inofensivo, mas totalmente livre. 
 Consciente ou inconscientemente,  uma multiplicidade de ideias, imagens, intenções transformam-se  num universo que não tem limites.
As palavras são poderosas, poderão ser utilizadas como "armas", são igualmente fascinantes, mas se não forem utilizadas com bom senso, ou forem inoportunas, atraiçoam-nos, tornam-se inimigas e facilmente nos tornam escravos.
Há que saber escolher as palavras certas quando queremos transmitir as nossas ideias, ou sugerir opções, para os que nos irão ler ou ouvir, sobretudo, quando as funções exercidas resultam de uma legitimidade, obtida pelo exercício da cidadania.
Duas palavras "mágicas" deverão estar sempre presentes quando expressamos os nossos pensamentos e  nas acções que desenvolvemos - bom senso.
Foi com espanto, mas essencialmente com revolta, que ouvi o nosso primeiro ministro apontar, para muitos professores, meus colegas de profissão, a emigração como a solução milagrosa para os seus problemas.
Gosto muito do meu pais, mas é  triste constatar que não conseguimos agarrar as oportunidades que temos tido ao longo da nossa História. Somos uma das  Nações europeias mais antigas, temos a inteligência e as capacidades necessárias, mas a classe política, salvo raras excepções, não tem sabido estar à altura, umas vezes por incompetência, outras por pensarem que governar não exige honestidade, rigor, coerência e transparência.
Todos os que exercem cargos políticos deveriam conhecer melhor a História, pois provavelmente, retirariam ensinamentos muito válidos que os ajudariam a alterarem a sua atitude e a terem mais respeito e consideração pelos seus concidadãos.


A palavra é o fio de ouro do pensamento. 
                                 Sócrates (filósofo ateniense - século V aC)


Sábio é aquele que conhece os limites da própria ignorância.
                                Sócrates (filósofo ateniense - século V aC)




                                                        La Verita
                                               Giambattista Tiepolo (século XVII)

1 comentário:

  1. "Não existe nada completamente errado no mundo, mesmo um relógio parado consegue estar certo duas vezes ao dia."
    Paulo Coelho

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