sexta-feira, 13 de junho de 2014

13 de Junho


13 de Junho, dia de Santo António. Tarde já iniciada, toca o telefone e, do outro lado, ouve-se uma voz triste que diz "saudades, que saudades". Do lado de cá: é verdade.
Passaram dez anos, alguém que nos é muito querido partiu.
A nossa memória foi abrindo algumas gavetas e juntas partilhámos momentos que não se apagaram.
Senti que devia ter sido eu, desta vez, a fazer o papel da "mamã", ao contrário do que acontece habitualmente. Podes interrogar-te, mas sei que ambas sabemos o porquê.


sexta-feira, 23 de maio de 2014

A caça ao voto


A nossa classe política não aprende, ou melhor, não quer aprender, insiste e persiste no erro.
Atira-nos areia para os olhos como se estivessem na presença de pessoas incapazes de vislumbrarem a verdade. A essência é ultrapassada pelo acessório. Qualquer estratégia é lícita para captar a atenção dos eleitores. A encenação é notória e, muitas vezes, ultrapassa a racionalidade e aproxima-se do ridículo.
A CAÇA AO VOTO é a meta, imprescindível para a sua sobrevivência.
Os políticos sabem que os seus partidos e campanhas eleitorais são financiados pelo Estado, através dos impostos pagos pelos cidadãos. É incompreensível que mantenham uma “práxis “que em nada os favorece.
Observamos, analisamos, reflectimos e, rapidamente, concluímos que a narrativa que nos é impingido carece de credibilidade.
O voto é importante, ninguém duvida.
 

domingo, 9 de março de 2014

Alunos dos Cursos Profissionais só fazem um exame nacional para se canditarem ao Ensino Superior







Fala-se em rigor, mas as políticas adoptadas rumam em sentido contrário.
Critérios diferentes aplicados a alunos que pretendem aceder ao mesmo nível de ensino, leia-se o nível superior, provocam desigualdade e injustiça, mesmo que se trate de uma norma transitória.
O que pensarão os alunos dos Cursos Científico-Humanísticos? Como olharão para a tutela?
Provavelmente, o ministro da Educação e da Ciência, não olhou, com a devida atenção, para esta questão, mas quem o rodeia e aconselha também anda distraído, ou não consegue enxergar a verdadeira dimensão do problema.
Claro está que não estou a desculpar o ministro, principal responsável pelo que se passa na Educação.
Alteram-se as regras recorrendo a medidas discriminatórias de carácter negativo, lançando as sementes do descontentamento naqueles, que certamente terão dificuldade em compreender e aceitar uma legislação, que trata de forma desigual os alunos e facilita o percurso de alguns.
Que objectivos se pretendem perseguir com diplomas que, dificilmente, poderão ter a aprovação das partes envolvidas no processo, excluindo os que dela venham a beneficiar.

terça-feira, 4 de março de 2014

É fundamental estarmos informados



Sei que não devemos generalizar, é perigoso, podemos ser mal interpretados, mas não posso ficar indiferente perante a prestação da jornalista Judite e Sousa e as opiniões emitidas  pelos seus convidados, Professor Mithá Ribeiro e Professor Medina Carreira, no programa de ontem na TVI24.
Quando se aborda um tema, como ensino, há que fazê-lo com critérios de rigor. O tema, já por si, é polémico, a imagem da classe docente, junto da opinião pública, não é das mais favoráveis, logo há que que ter cuidado com o que se diz e com a forma como se pretende transmitir a mensagem.
No mínimo, a jornalista Judite de Sousa dever-se-ia ter preparado, ou seja, estar na posse da informação imprescindível, evitando tropeçar em situações equívocas, e que para os mais incautos poderão contribuir para a formulação de juízos errados e não devidamente fundamentados.
Podemos não estar de acordo com as políticas adoptadas, mas temos que saber do que estamos a falar. Existem leis que orientam os procedimentos, não estamos na presença de documentos avulsos, de carácter arbitrário, mas perante diplomas aprovados promulgados e publicados no Diário da República, cuja aplicação é de âmbito nacional. Chamar a uma Lei, um conjunto de folhas de teor complexo não é correcto.
Quando as leis não são exequíveis, ou carecem de uma interpretação clara, impõe-se a sua alteração por processos legais. Não posso passar “ao lado da lei”, ignorando-a, ou fazendo uma interpretação de cariz pessoal.
O professor Medina Carreira, dado que é um convidado permanente e gosta de analisar, com espírito crítico, o que se passa no País, devia munir-se da informação indispensável de forma a poder debater, com alguma seriedade, o tema colocado em cima da mesa.
Ninguém concorda com a indisciplina na Escola, nem tão pouco com a facilitação e a burocratização do processo de ensino e de aprendizagem.
Quem é professor e está no terreno não pactua  com a indisciplina e o facilitismo. Temos que ter consciência que as regras mudaram, nem tudo é perfeito, todos o sabemos, mas analisar, de forma simplista, esta problemática é perigoso e não contribui para o esclarecimento dos Portugueses.
No passado, o ensino estava orientado para uma elite, hoje é completamente diferente. Não queremos, penso eu, voltar ao passado, em que uma minoria tinha acesso à Escola e os alunos eram pessoas passivas e o espírito crítico não era incentivado.
A avaliação não pode circunscrever-se aos exames, implica o recurso a instrumentos diversificados.
A Escola actual, enquanto organização, é complexa, mas tem muitos professores que "dão" tudo pelos seus alunos e continuam motivados. 

sábado, 22 de fevereiro de 2014

A Democracia versus Incompetência


A democracia muitas vezes significa o poder nas mãos de uma maioria incompetente”.
 Bernard Shaw




Falamos em direitos, em liberdade, em transparência e coerência.
Fazemos tudo para conquistar a democracia.
Dizemos que queremos aperfeiçoar e aprofundar a vivência democrática.
Na prática, muitos continuam a ignorar as regras: pressionam, manipulam, tentam influenciar, atraiçoam a sua consciência.
Escolhem a hipocrisia, a falsidade e admitem que conseguem passar incólumes, julgando-se mais perspicazes e inteligentes. Demonstram a mesquinhez que os caracteriza.
Fica a esperança que o tempo acabe por fazer ver claro que grande será a responsabilidade em terem pactuado e permitido que os valores que propagavam e diziam defender foram, num ápice, secundarizados, ou esquecidos, vá se lá saber porquê.
Fica a satisfação que nem todos se deixam enredar na teia de interesses e conseguem, por vontade própria, agir de forma coerente.
A prática assente em regras democráticas deve ser constante, qualquer que seja a situação e o local em que nos encontremos. No entanto, algumas pessoas esquecem-se, com alguma facilidade, que nem sempre agem em função dos valores subjacentes à democracia, embora propaguem o contrário. A coerência e a transparência são pilares básicos e essenciais, mas facilmente são relegados para um plano secundário. Se cada um de nós seguisse esta orientação nas diversas situações com que se confronta, ao longo da sua vida, contribuiria, por certo, para que estivéssemos num patamar mais evoluído.


Factura da Sorte
















Repugna-me a elaboração de um diploma, Decreto-Lei n.º 26-A /2014, de 17 de Fevereiro, que cria o sorteio designado por “Factura da Sorte”, que tem como finalidade valorizar e premiar a cidadania fiscal dos contribuintes no combate à economia paralela.
Esta competência só pode ser assacada aos serviços do Estado que têm essa missão, que devem fiscalizar e punir, de acordo com a legislação em vigor, quem cometer algum ilícito.
A aquisição de bens e serviços pelos consumidores exige a emissão de uma factura com a despesa efectuada e os impostos aplicados. Quem vende não tem que perguntar aos cidadãos se querem factura, tem a obrigação de a emitir através dos meios adequados para o efeito.
A entrega da factura com a indicação dos impostos aplicados é obrigatória, assim como a sua comunicação à Autoridade Tributária.
A regulamentação de um sorteio (Portaria44-A/2014 de 20 de Fevereiro) que irá distribuir prémios (veículos automóveis e motociclos), cujo valor económico está previsto para o ano em curso e para o ano de 2015, não me parece que obedeça a critérios racionais e que dignifiquem os Portugueses. Pelo contrário, leva as pessoas, por vezes, de forma inconsciente a pactuarem com práticas desajustadas, aplicadas num País, que se quer digno e desenvolvido, e não pode andar a reboque de sorteios desta natureza.
A fraude fiscal é um crime incompatível com a impunidade. Os perdões fiscais devem obedecer a critérios rigorosos.
A receita do Estado provem, na sua maioria, do pagamento dos impostos, que deverão ser pagos por todos os cidadãos contribuintes e cobrados no momento certo. A "Factura da Sorte"não evita a economia paralela.

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Os Salários têm que baixar?




QUE SALÁRIOS TÊM QUE BAIXAR?

Uns pais, cuja maioria dos cidadãos ganha salários que não lhes permite viver uma vida digna, mas apenas asseguram, em muitos casos, a sobrevivência, em que muitos foram atirados para a mendicidade e indigência pode ser analisado desta forma? Que dizer dos salários escandalosos auferidos pelos deputados europeus, comissários e outros funcionários da União Europeia, não contabilizando as mordomias que os rodeiam.
É inacreditável e revoltante saber que existem pessoas que pensam desta forma e defendem políticas, em nome da sustentabilidade, mas cujo impacto se traduz no aumento da miséria humana. Arrogam-se no direito de se considerarem sociais-democratas, ou democratas-cristãos, mas a ideologia e a prática demonstram o contrário.
O sonho de uma Europa forte e coesa não é conciliável com procedimentos que se focalizam no empobrecimento e contribuem descaradamente para o agravamento da cisão ente os que continuam a enriquecer e os que empobrecem de forma vertiginosa, a quem não pode ser assacada qualquer tipo de responsabilidade, porque não a têm. Trabalham e trabalharam, cumprem com as obrigações, confiaram no Estado e não esperavam serem espoliados dos seus rendimentos e dos direitos, alcançados ao longo da História, com o sacrifício de muitos, é certo, mas em prol de uma sociedade mais justa e mais fraterna.
O desemprego está em níveis inaceitáveis, diz o Fundo Monetário Internacional (FMI) e acrescenta que os custos salariais têm que baixar mais do que os 5,5 por cento que Portugal já reduziu nos últimos cinco anos.

Que reformas foram feitas, que possibilitem o crescimento económico, a racionalização dos custos, a ausência do clientelismo, e o afastamento da corrupção?
O corte de salários e pensões, a diminuição da qualidade dos serviços públicos, ou a sua extinção não corresponde a reformas. Todos sabemos do que estamos a falar.
Temos assistido a “remendos” que não se traduzem  em reformas.
Como se poder evocar a sustentabilidade de forma gratuita?
Onde existe a liberdade de que tanto se fala, quando sabemos e vemos pessoas que vivem situações dramáticas e não vislumbram uma alternativa, e muito menos sentem a esperança na mudança?

Em que país nos estamos a transformar?

Não me venham com a resposta já gasta: gastámos mais do que podíamos, temos que alterar os nossos hábitos.

Merecemos mais e melhor. Queremos pessoas com conhecimento e experiência, que sejam competentes e não dêem a imagem que tudo vai bem, agora de forma sustentável, palavra tão cara a quem a não se cansa de a repetir, e que os esforços que têm que desenvolver, para corrigir os erros do passado, tocam a todos e exigem grandes sacrifícios.

Já chega. Basta!