sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Descendo a Avenida da Liberdade




Fim da manhã, o Sol brilha na Avenida da Liberdade e convida-nos a percorrê-la, sem pressa.
Tempo de férias, para  uns,  turistas que nos visitam, intervalo para o almoço para outros, ou simplesmente uma pausa para um café e dois dedos de conversa. 
As lojas de marca proliferam e as montras, de forma discreta, convidam-nos a espreitá -las, ou não estivéssemos na época das promoções. Espreitar e não olhar com alguma demora, ou prazer. Entrar e comprar está fora de questão, os preços proibitivos impedem tal ousadia  Pessoas, poucas, exibem os sacos que ostentam as marcas e a diferença marca presença.
A crise  persiste, a esperança não existe e um sentimento de angústia toma forma.


Nas últimas décadas a noção de bem-estar e de progresso tinha-se instalado.
As sociedades transformaram-se e evoluíram,  a clivagem social  esbatera-se e a riqueza gerada parecia melhor partilhada.
Hoje, vemos escapar de uma forma brutal o que julgávamos ter conseguido, somos peças de xadrez manipuladas de acordo com interesses que desconhecemos. O que é nosso vai desaparecendo como tivéssemos que pagar pelos erros que outros cometeram, mas que continuam impunes.

quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Passos Coelho - o Pedro e a mensagem no facebook



Parece mentira, mas é verdade. A mensagem que o Pedro enviou para o facebook provocou-me estupefacção e indignação.
"Já nos sentámos em mesas em que a comida esticava para chegar a todos, já demos aos nossos filhos presentes menores porque não tínhamos como dar outros. Mas a verdade é que para muitos, este foi apenas mais um dia num ano cheio de sacrifícios, e penso muitas vezes neles e no que estão a sofrer."
Muitos Portugueses ao lerem ou ouvirem estas palavras sentem-se insultados e pensam que não merecem ter um primeiro-ministro como Passos Coelho que é incompetente, incoerente e persiste em políticas que agravam os problemas.
A força dos Portugueses traduzir-se-á na união em torno de um objectivo comum, a mudança.
Como se não bastasse termina a mensagem falando na Laura, sua mulher, que também deseja Festas Felizes. A que propósito? Parece, no mínimo, ridículo, soa a falso.
E o Abraço? Pela minha parte dispenso.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

A União Europeia e o prémio Nobel da Paz

Foi hoje entregue, em Oslo, o prémio Nobel da Paz à União Europeia. Na cerimónia alguns Estados-membros não estiveram presentes. Vozes dissonantes sobre a atribuição do Nobel da Paz foram ouvidas.
Uma sensação estranha e amarga, comum a muitas pessoas, marca presença e   demora a desaparecer. As imagens das personalidades receptoras do prémio demonstram satisfação. Falaram da Europa e enfatizaram o gosto em serem europeus, mas ao olharmos para a Europa de hoje, é difícil vermos o espírito subjacente à sua formação. A solidariedade não existe. Os países mais fortes ditam as regras. Alguns esqueceram o passado recente e "esmagam" os mais fracos e os mais vulneráveis. A crise financeira acentuou a clivagem entre os ricos e os pobres.
Vemos uma Europa dividida e a desintegrar-se.
A participação do grupo musical português OqueStrada não apaga o sentimento instalado em muitos de nós, que também nos sentimos europeus, mas temos dificuldade em ver a mudança que urge.