sábado, 12 de maio de 2012

A memória dos cheiros


                                                Jardim da Corredoura 
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A nossa memória retém diversos cheiros a que se ligam acontecimentos e, sempre que os sentimos, somos impelidos a viajar no tempo e um conjunto de lembranças guardadas nas nossa "gavetas" saem e vêem até nós. 
Somos invadidos por sentimentos e recordações que nos causam alguma nostalgia, mas também exercem fascínio e, sem darmos conta, sorrimos e pensamos, o tempo passa mas não apaga o que nos vai marcando e mereceu o nosso olhar e a nossa atenção.
Passando, hoje na Praça de Londres senti o cheiro do abrunho e, de imediato, aflorou à minha memória o  percurso ao longo do Jardim da Corredoura,  à saída da escola, em Portalegre. O mesmo cheiro e, interiormente, sorri e dei por mim a pensar no tempo que demorava, junto ao lago, a observar os cisnes e os peixinhos vermelhos que por lá andavam. 
Este jardim aguçou sempre a minha curiosidade. Perante os meus olhos era enorme, cheio  de recantos, palmilhados vezes sem conta, sozinha ou acompanhada pelas minhas amigas de escola.
Nos dias de inverno guardo uma imagem acinzentada, como se fosse uma tela que o nevoeiro se encarregava de  pintar. 
A primavera chegava e os cheiros intensos emanados pelas árvores impunham-se.

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