sábado, 26 de maio de 2012

Mentira versus omissão

                                                        Marcia Babler


Mentira vem do latim "mentior", significa faltar à verdade. Corresponde a afirmações ditas por alguém que sabe que são falsas, mas que tem a intenção propositada de levar os outros a acreditarem que são verdadeiras.
O recurso à mentira requer habilidade, mas será que se traduz na aplicação de mecanismos ligados à inteligência?
Quem recorre à mentira, utiliza-a como uma estratégia, pensando que está na posse de uma arma poderosa que transforma a verdade num embuste.
O móbil que estimula o que mente é sempre o mesmo, a tentativa de enganar o outro.
Os que mentem podem demonstrar confiança e segurança, elementos imprescindíveis da estratégia urdida, que mais cedo ou mais tarde, acabam por ser desmontados pelos que "passam a pente fino" o conteúdo das mentiras produzidas.
Porque se mente? Várias serão as motivações, mas uma adquire um grande peso, o medo das consequências, o desejo de transmitir uma imagem impoluta e irrepreensível, ou a vontade de não perder o que foi conquistado.
A omissão está associada àquilo que não é dito, ao lapso, à preterição.
Omitir é assumir um comportamento, que também obedece a uma estratégia pensada e elaborada, que provoca lacunas no que é dito, atenuando ou apagando o que se pretende.
É comum ouvirmos dizer que "a mentira tem pernas curtas".
A detecção das omissões acaba por surgir. A comparação do que foi dito, consecutivamente, pode atraiçoar a sua inconsistência.
Existe um traço comum nestes procedimentos manifestado na falta de coragem de falar, apenas, a verdade.

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