sexta-feira, 6 de abril de 2012

Há que separar as águas

Por uma questão de honestidade intelectual, devo confessar que defendo o aumento da idade para poder aceder à reforma, dado que se verificou um aumento da esperança média de vida. Aliás, vou mais longe, na medida em que penso que desde que as pessoas estejam no pleno exercício das suas faculdades físicas e psíquicas e queiram, deveriam poder trabalhar durante mais tempo.
Se olharmos à nossa volta, vemos exemplos de pessoas que já ultrapassaram os 70 anos de idade e ocupam lugares de destaque.
Sem querer personalizar, refiro o caso do Presidente da República e do Presidente da Fundação do Centro Cultural de Belém, mas outros haverá.
A minha opinião sobre a matéria em causa não invalida, contudo, o repúdio pela metodologia adotada por Passos Coelho, que mereceu a conivência do Presidente da República.
Há que separar as águas, ou seja, o conteúdo do diploma legal e a forma como o processo decorreu. Para além de se poder questionar a legalidade e a legitimidade do Decreto-Lei, as partes envolvidas não deveriam ser ignoradas.
Uma democracia evoluída não deve marginalizar as pessoas, uma vez que constituem a sua essência. Comportamentos de cariz ditatorial, mais cedo, ou mais tarde, geram reações que provocam o seu fim.
A História ensina-nos tudo isto. É pena que o seu conhecimento seja subalternizado.

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