terça-feira, 19 de junho de 2012

Miguel Cadilhe - O Imposto de 4% "one shot"



Miguel Cadilhe propôs, num seminário para assinalar um ano de governo, um imposto de 4% sobre a riqueza líquida em one shot, ou seja, de uma só vez, pago por todos os Portugueses para reduzir a dívida pública. O referido imposto mereceu o epíteto de "tributo da solidariedade".
O ex ministro das Finanças de Cavaco Silva passou por vários bancos, a saber, Banco de Fomento Exterior, Banco Comercial Português e Banco Português de Negócios, tendo recebido deste uma indemnização avultadíssima devido à sua nacionalização. Certamente, os seus rendimentos são vários e de um montante considerável, provavelmente o pagamento de mais um imposto não tem repercussão na sua vida.
A maioria dos Portugueses como reagirá ao tomar conhecimento desta "brilhante ideia"? 
Uns sentirão revolta, outros ficarão perplexos com as sugestões que, ultimamente, assolam a mente dos "iluminados".
Pela minha parte, não sei se devo rir, ou se devo chorar. Considerando o conteúdo da proposta, Miguel Cadilhe finge ignorar a realidade onde vive, ou pensa que os Portugueses são incapazes de avaliar o impacto da concretização da sua proposta. Engano o dele.
Como se atreve, alguém que teve responsabilidades governativas a propor mais um imposto?
Portugal não precisa de mais impostos. A redução sistemática dos rendimentos das pessoas não traz a solução para o problema da dívida pública. Esta poderá ser aliviada com cortes nas despesas, não através do corte dos subsídios de férias e de Natal, ou da descida do valor dos salários, mas acabando definitivamente com regalias ( vencimentos excessivos pagos a gestores públicos, reformas elevadas a quem está, ainda, na chamada vida activa, despesas de representação e outros subsídios, subvenções, etc...) cuja existência é uma afronta para quem trabalha e paga os seus impostos.
Serão os impostos a via a seguir, ou a opção a tomar não deverá incluir reformas, que não tenham apenas como objectivo acabar com o que está feito e funciona bem para tornar a fazer de novo?
É tempo de deixarmos de lado, uma  mentalidade mesquinha que nos leva a destruir o que está feito, não havendo razões que o justifiquem. Há que racionalizar, mas a destruição pela destruição tem custos muito elevados.
Há que ponderar e avaliar o impacto das medidas que se propõem.

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