segunda-feira, 4 de junho de 2012

A má gestão política


Desfilam perante os nossos olhos políticos, cuja acção nos causa um sentimento de profunda indignação e revolta.
Ontem, a SIC apresentou uma reportagem alusiva à herança deixada, ao longo dos últimos vinte anos, na área das obras públicas realizadas em Portugal. Várias personalidades, desde o Partido Social Democrata, ao Partido Socialista justificaram as políticas que adoptaram na matéria em questão.
Ferreira do Amaral afirmou com um leve sorriso que o Centro Cultural de Belém, obra inacabada, foi projectado sem orçamento. 
Nos governos de Cavaco Silva, António Guterres, Durão Barroso, Santana Lopes e Sócrates a política do betão estava no centro das suas preocupações. As auto-estradas, as pontes, os estádios de futebol, os pavilhões gimno-desportivos, as escolas, tudo ultrapassou, e muito e de forma continuada, os orçamentos inicialmente previstos. Grandes foram as derrapagens orçamentais.
As inaugurações sucederam-se com pompa e circunstância. Ninguém prestou contas pelos desvios que existiram.
O discurso vigente aponta sistematicamente para o excesso dos gastos feitos pelos Portugueses e para a necessidade da inversão dos comportamentos. É frequente, ouvirmos, "consumimos demais", "temos que alterar os nossos hábitos", gastámos o que não tínhamos".
Quem gastou o que não devia? Quem geriu mal o Estado? Quem não teve pudor e andou a viver à custa de "benesses" indevidas?
Nós, os cidadãos que cumprimos com o nosso dever contribuindo com os nossos impostos, que pagamos religiosamente, não temos culpa com certeza.
O mesmo não direi  daqueles cujos desmandos originaram uma má herança. 
Vivemos num país em que ninguém é responsabilizado.
Não basta a penalização política, manifestada no voto, é insuficiente.  
Impõe-se a prestação de contas e a assunção de responsabilidades.

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