quinta-feira, 29 de agosto de 2013

A justa causa de despedimento não está em causa






Interrogado se o novo regime de requalificação dos funcionários públicos pode ser considerado um "regime pouco justo", Santana Lopes admitiu que pode não ser "inteiramente justo".

Santana Lopes ao responder desta forma tem consciência plena que o regime de requalificação não é justo, as circunstâncias, porém, levam-no a dar esta resposta.
No fundo, sabe que o Estado continua a arcar com despesas para as quais não há justificação e, muito menos, compreensão. 
A maioria dos deputados, a que se junta o beneplácito do Presidente da República, não representa de forma digna os cidadãos e não está disposta a abdicar dos privilégios, por ela criados, que se traduzem na manutenção de situações que escandalizam os Portugueses de bem, e demonstram claramente a falta de justiça e de equidade.
Era importante que Santana Lopes falasse nos cortes das pensões "douradas", no fim das reformas obtidas com pouco tempo de trabalho, nas subvenções, no peso financeiro das autarquias, etc, etc...
O Estado precisa de pessoas que reconheçam os erros e tenham uma visão oposta àquela que tem marcado a governação, em que o espírito de missão seja a tónica.


segunda-feira, 5 de agosto de 2013


Há sempre uma última vez.
Não sabemos, nem nos apercebemos.
Existe, faz parte da nossa vida.
Entristece-nos, magoa-nos e faz-nos chorar.
Em nós fica a saudade do que foi vivido e sentido.

quarta-feira, 10 de julho de 2013

O Discurso do Presidente da República




O discurso do Presidente da  República surpreendeu-me. Esperava que a sua intervenção se traduzisse na aceitação das soluções "engendradas" pelas duas personalidades que estiveram no centro da grave crise política que marcou a agenda nas últimas semanas. 
Gostaria que o Presidente, há muito mais tempo, tivesse intervindo, mas de uma outra forma, em que as propostas apresentadas tivessem em consideração a real situação do País e dos Portugueses.
“O País necessita urgentemente de um acordo de médio prazo entre os partidos que subscreveram o Memorando da de Entendimento com a União Europeia e com o Fundo Monetário Internacional, PSD, PS e CDS,” ideia que se destaca no discurso do Presidente da República.
A ideia de um compromisso de salvação nacional suscitou-me perplexidade. A gravidade da situação exige um entendimento forte, todos o sabemos, mas num sistema democrático, todas as forças políticas têm que ser integradas, sobretudo quando se apresenta como solução do problema, eleições antecipadas, embora, não propostas no tempo imediato. Do ponto de vista ético e jurídico-constitucional, tenho sérias dúvidas sobre a legitimidade de uma proposta desta natureza, aliás, atrevo-me a pôr em causa o respeito  pela separação dos poderes.
Cavaco Silva sublinhou que o Governo se encontra na plenitude das suas funções, mas a partir do momento em que eleições antecipadas estão em cima da mesa (Junho de 2014), estamos perante um governo a prazo que assume um carácter, essencialmente, de gestão, o que confere ao discurso incoerência.


sábado, 6 de julho de 2013

Passos Coelho e Paulo Portas


O porta-voz do Conselho Nacional do CDS/PP afirmou  que o partido se manifestou favorável à estabilidade política.
A estabilidade, stabilis, está associada à permanência, à segurança, à capacidade de "ficar de pé" (verticalidade), exactamente o contrário da situação que se vive no presente. Comportamentos ziguezagueantes são incompatíveis com atitudes em que a coerêcia, a transparência e o rigor devem ser a imagem de marca.
Foi transmitida a ideia de que não tinha havido nenhum recuo, mas ninguém acredita, a começar pelos que estão envolvidosno processo. Procuram lidar connosco como se fossemos desprovidosdeinteigência e de capacidade de análise, o que joga contra os próprios, que vão perdendo credibilidade e surgem como pessoas cujo carácter não inspira confiança.
  

domingo, 23 de junho de 2013

A ESCOLA É O REFLEXO DA SOCIEDADE






A ESCOLA É O REFLEXO DA SOCIEDADE

Miguel Sousa Tavares ao escrever um artigo sobre a greve dos professores deveria ter recolhido a informação necessária e, assim, teria evitado o risco de produzir afirmações que não correspondem à verdade. Os professores não recusaram a avaliação, os professores criticaram um modelo de avaliação perverso, que assentava em regras e procedimentos que conduziriam a arbitrariedades, o que aliás se veio a verificar. É lamentável fazer processos de intenção sobre uma classe profissional, acusando-a de irresponsável e de falta de capacidades para valorizar o esforço desenvolvido pelos alunos e reconhecer o seu mérito.
Os professores não se regozijaram com a greve, nem tão pouco têm falta de pudor, que ao contrário do autor do artigo, não teve pejo em faltar ao respeito a uma classe profissional, imprescindível em qualquer sociedade, que deve ser respeitada e dignificada. Os professores são pessoas que sabem pensar e não se deixam manipular nem pelos sindicatos, nem pelos comentadores/analistas, que de forma recorrente, demonstram alguma ignorância sobre as matérias que comentam e analisam, mas procuram dar a imagem que são possuidores da verdade absoluta.

segunda-feira, 10 de junho de 2013

Discurso do Presidente da República -10 de Junho


O discurso do Presidente da República gorou, mais uma vez,  as expectativas, poucas, dos Portugueses. Cavaco chamou a atenção para o facto de não ser um actor no teatro político e de não ter uma visão conflitual do exercício do cargo para que foi eleito. Toda a “narrativa” apresentada é estranha, vazia, a que não é alheio um sentimento de perplexidade e estupefacção.
O Chefe do Estado, que num passado recente, sublinhou a importância do exercício de uma magistratura de influência, fez algumas críticas e apontou alguns caminhos, posiciona-se, na actualidade, num patamar distinto como se vivesse à margem da realidade.
Ao afirmar que “a evolução da nossa agricultura constitui um bom exemplo para ultrapassarmos a tendência para o derrotismo e o pessimismo” demonstra que “apagou” da sua memória, mas não da nossa, o período em que a agricultura, juntamente com outros sectores de actividade económica, foram relegados e negligenciados,

Não será por acaso que a presença de Cavaco suscita um coro de protestos. Por um lado, pretende dar a imagem que está atento e vai intervir, mas por outro lado, distancia-se, não se compromete, não critica a acção do Governo e o seu contributo consubstancia-se no seu beneplácito.

domingo, 2 de junho de 2013

Este Governo não tem legitimidade?












A legitimidade do governo existe, não tenhamos dúvidas.
A separação dos poderes também é uma realidade. Todos o sabemos.
Imputar a um órgão, neste caso, ao Tribunal Constitucional, a responsabilidade de pôr em prática medidas que não obedecem a uma análise séria e credível, leva-nos a concluir que estamos perante uma intenção de cariz ideológico alicerçada na encenação e vitimização a que já estamos habituados.
Mário Soares procurou dar ânimo àqueles que sofrem com as políticas do Governo, mobilizá-los e mostrar-lhes que poderão existir vias alternativas. Vivemos num Estado democrático, em que a liberdade é um valor essencial e o exercício da cidadania deve ser visto como um direito e um dever. Vivemos numa sociedade que não aceita um pensamento único, mas que defende a pluralidade da expressão e da acção.
Uma avaliação deve ter em conta um percurso, no seu todo, não focalizando a análise em episódios isolados, que poderão evidenciar alguma incoerência, mas que deverão ser contextualizados, de forma a possibilitar clareza e objectividade.
Toda a moeda tem duas faces, não há apenas uma leitura, mas a crítica construtiva é sempre bem-vinda.

http://expresso.sapo.pt/este-governo-nao-tem-legitimidade=f811169#ixzz2UyOp6jHu