segunda-feira, 24 de agosto de 2015

O tempo do silêncio







O tempo do silêncio em que tudo se perde
O tempo que se desvanece e em que nada acontece
O tempo em que as vozes se silenciam...
O tempo que não se repete, em que algo fica por dizer
O tempo que entardece e escurece
O tempo que dá lugar à noite 
O tempo da escuridão e da solidão
O tempo que corre veloz 
O tempo que não se compadece com os silêncios, que de silêncio nada tem

domingo, 23 de agosto de 2015

Vaidade intelectual

Não discuto se é ou não uma tese de mestrado, nem tão pouco se estamos na presença de um "mémoire", uma coisa é certa, a crónica de Filomena Mónica, escrita no jornal Expresso, suscita-me algumas observações.
Quando permitimos a subalternização da razão, facilmente caímos na tentação de ter uma visão apressada e redutora da realidade. Os argumentos que esgrimimos têm que suportar, à partida,  a tese que queremos defender, sendo pouco relevantes as razões que a fundamentam. 
Ao longo da crónica, vários processos de intenção são explanados sem grande consistência. Evoca-se uma investigação através da consulta das fontes disponíveis, mas de forma pouco criteriosa, admitindo que os mais incautos concordarão com as conclusões apresentadas, mas há  sempre alguém que olha com mais atenção e desconstrói o que parecia ser sólido.
Alguns intelectuais da nossa praça consideram-se parte integrante de uma"elite" e, a vaidade e a arrogância, que os caracteriza, impede-os de ver que o povo (que somos todos nós) não é analfabeto, nem aldrabão e muito menos parolo.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015





http://www.dn.pt/storage/DN/2015/big/ng3943352.JPG?type=big&pos=0


Os "jotinhas" da JSD querem a vida, ainda, mais facilitada.
Trabalhar custa, exige esforço e empenho. Saltar degraus parece ser aliciante, mas queimar etapas contribui para o facilitismo, que a breve trecho pode conduzir à incompetência.
'Portugal necessita de pessoas qualificadas e certificadas, em que o rigor, a exigência e a coerência não podem ser transformados em letra morta.
É habitual ouvir-se e ler-se: "temos a geração mais qualificada", mas se impõe-se uma pergunta: que qualidade tem essa qualificação?
Não é sério assacar a culpa aos professores porque todos sabemos que a justificação não é essa.

sexta-feira, 13 de junho de 2014

13 de Junho


13 de Junho, dia de Santo António. Tarde já iniciada, toca o telefone e, do outro lado, ouve-se uma voz triste que diz "saudades, que saudades". Do lado de cá: é verdade.
Passaram dez anos, alguém que nos é muito querido partiu.
A nossa memória foi abrindo algumas gavetas e juntas partilhámos momentos que não se apagaram.
Senti que devia ter sido eu, desta vez, a fazer o papel da "mamã", ao contrário do que acontece habitualmente. Podes interrogar-te, mas sei que ambas sabemos o porquê.


sexta-feira, 23 de maio de 2014

A caça ao voto


A nossa classe política não aprende, ou melhor, não quer aprender, insiste e persiste no erro.
Atira-nos areia para os olhos como se estivessem na presença de pessoas incapazes de vislumbrarem a verdade. A essência é ultrapassada pelo acessório. Qualquer estratégia é lícita para captar a atenção dos eleitores. A encenação é notória e, muitas vezes, ultrapassa a racionalidade e aproxima-se do ridículo.
A CAÇA AO VOTO é a meta, imprescindível para a sua sobrevivência.
Os políticos sabem que os seus partidos e campanhas eleitorais são financiados pelo Estado, através dos impostos pagos pelos cidadãos. É incompreensível que mantenham uma “práxis “que em nada os favorece.
Observamos, analisamos, reflectimos e, rapidamente, concluímos que a narrativa que nos é impingido carece de credibilidade.
O voto é importante, ninguém duvida.
 

domingo, 9 de março de 2014

Alunos dos Cursos Profissionais só fazem um exame nacional para se canditarem ao Ensino Superior







Fala-se em rigor, mas as políticas adoptadas rumam em sentido contrário.
Critérios diferentes aplicados a alunos que pretendem aceder ao mesmo nível de ensino, leia-se o nível superior, provocam desigualdade e injustiça, mesmo que se trate de uma norma transitória.
O que pensarão os alunos dos Cursos Científico-Humanísticos? Como olharão para a tutela?
Provavelmente, o ministro da Educação e da Ciência, não olhou, com a devida atenção, para esta questão, mas quem o rodeia e aconselha também anda distraído, ou não consegue enxergar a verdadeira dimensão do problema.
Claro está que não estou a desculpar o ministro, principal responsável pelo que se passa na Educação.
Alteram-se as regras recorrendo a medidas discriminatórias de carácter negativo, lançando as sementes do descontentamento naqueles, que certamente terão dificuldade em compreender e aceitar uma legislação, que trata de forma desigual os alunos e facilita o percurso de alguns.
Que objectivos se pretendem perseguir com diplomas que, dificilmente, poderão ter a aprovação das partes envolvidas no processo, excluindo os que dela venham a beneficiar.

terça-feira, 4 de março de 2014

É fundamental estarmos informados



Sei que não devemos generalizar, é perigoso, podemos ser mal interpretados, mas não posso ficar indiferente perante a prestação da jornalista Judite e Sousa e as opiniões emitidas  pelos seus convidados, Professor Mithá Ribeiro e Professor Medina Carreira, no programa de ontem na TVI24.
Quando se aborda um tema, como ensino, há que fazê-lo com critérios de rigor. O tema, já por si, é polémico, a imagem da classe docente, junto da opinião pública, não é das mais favoráveis, logo há que que ter cuidado com o que se diz e com a forma como se pretende transmitir a mensagem.
No mínimo, a jornalista Judite de Sousa dever-se-ia ter preparado, ou seja, estar na posse da informação imprescindível, evitando tropeçar em situações equívocas, e que para os mais incautos poderão contribuir para a formulação de juízos errados e não devidamente fundamentados.
Podemos não estar de acordo com as políticas adoptadas, mas temos que saber do que estamos a falar. Existem leis que orientam os procedimentos, não estamos na presença de documentos avulsos, de carácter arbitrário, mas perante diplomas aprovados promulgados e publicados no Diário da República, cuja aplicação é de âmbito nacional. Chamar a uma Lei, um conjunto de folhas de teor complexo não é correcto.
Quando as leis não são exequíveis, ou carecem de uma interpretação clara, impõe-se a sua alteração por processos legais. Não posso passar “ao lado da lei”, ignorando-a, ou fazendo uma interpretação de cariz pessoal.
O professor Medina Carreira, dado que é um convidado permanente e gosta de analisar, com espírito crítico, o que se passa no País, devia munir-se da informação indispensável de forma a poder debater, com alguma seriedade, o tema colocado em cima da mesa.
Ninguém concorda com a indisciplina na Escola, nem tão pouco com a facilitação e a burocratização do processo de ensino e de aprendizagem.
Quem é professor e está no terreno não pactua  com a indisciplina e o facilitismo. Temos que ter consciência que as regras mudaram, nem tudo é perfeito, todos o sabemos, mas analisar, de forma simplista, esta problemática é perigoso e não contribui para o esclarecimento dos Portugueses.
No passado, o ensino estava orientado para uma elite, hoje é completamente diferente. Não queremos, penso eu, voltar ao passado, em que uma minoria tinha acesso à Escola e os alunos eram pessoas passivas e o espírito crítico não era incentivado.
A avaliação não pode circunscrever-se aos exames, implica o recurso a instrumentos diversificados.
A Escola actual, enquanto organização, é complexa, mas tem muitos professores que "dão" tudo pelos seus alunos e continuam motivados.