sábado, 6 de outubro de 2012

Classe política sem prestígio





                              

O nosso querido e belo Portugal tem uma classe política sem espírito de missão que age sem rigor e transparência e continua a deixar-se tentar pelo nepotismo, confundido o serviço público com os interesses privados.
Vítor Gaspar anunciou, no seu estilo habitual, um aumento enorme de impostos. Apesar de ter frisado a repartição entre o rendimento do trabalho e o rendimento do capital, não explicou como, acontecendo o mesmo em relação à despesa pública.
Passado pouco tempo afirmou que o povo português revelou-se o melhor do mundo. Não deixa de ser insólito e causa-me alguma perplexidade. Temos sido maltratados e não tem havido a preocupação de nos darem a conhecer a realidade do país. Tiram-nos os salários, alteram as regras, retiram-nos direitos e falam connosco como se fossemos analfabetos ou estúpidos.
Olhemos para as duas figuras principais do Estado, o Presidente da República e a Presidente da Assembleia da República, cargos exercidos por dois aposentados, que perante a emergência em que o país se encontra, optaram por receber o valor das suas reformas, ao invés dos salários correspondentes às respectivas funções, cujo valor é mais baixo.
Estranho? Não. Se analisarmos bem, uma grande parte da legislação produzida visa servir os interesses dos que detêm o poder e respectivas clientelas, ao contrário do que deveria acontecer, ou seja, ao serviço daqueles que representam, em que a justiça,   a equidade e o rigor tinham que estar presentes.
Ao olharmos para os membros do governo somos confrontados com algo de "sui generis". Um conjunto de jovens, saídos recentemente das faculdades, exercem cargos de especialistas e de assessores. Não está em questão, que jovens com determinadas qualificações possam aceder ao desempenho de determinados cargos, mas para tal é imprescindível conhecimento e experiência, mas o que podemos constatar é que a grande maioria provém das juventudes partidárias, o que é condenável e preocupante. Que critérios foram levados em linha de conta? As competências, o mérito, ou o compadrio? É triste mas esta realidade é transversal  a todos os partidos. A promiscuidade entre os partidos e as nomeações é visível.
Presentemente vemos Portugal  a ser governado por pessoas, cujo conhecimento e experiência nos levantam sérias dúvidas. O discurso vigente contraria o proferido no passado. Fica a sensação que algo nos escapa e parece não haver ninguém que chame à razão aqueles que insistem em lidar com os Portugueses como se não fossem pessoas.

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