Actualmente, algumas vozes falam
em ditadura dos direitos adquiridos, o que na minha opinião se traduz numa
expressão muito infeliz. Não consigo entender o que me parece contraditório e
de certa forma absurdo.
Atente-se no seguinte. A palavra
ditadura pressupõe, absolutismo despotismo, tirania, autocracia.
Sempre que aplicamos este
conceito temos a noção exacta que existe uma ausência de democracia, ou seja, a
negação de direitos, a imposição dos que detêm o poder, a falta de justiça e de
equidade.
Este conceito pode ter sofrido
uma evolução ao longo do tempo, mas, na sua essência, mantém-se a conotação com
a ausência de liberdade, de igualdade e, por vezes, o desrespeito pela legalidade.
Os direitos estão relacionados
com as liberdades, com a moral e a ética, são subjacentes à felicidade humana.
Quem conhece a História sabe
que as sociedades, ao longo do tempo, desencadearam um processo de luta pela
conquista dos direitos humanos que são fundamentais e imprescindíveis.
Lembremo-nos das revoluções
liberais que decorreram ao longo do século XVIII, em que a Revolução Francesa é
considerada o paradigma dessas revoluções.
Não foi por acaso que em 26 de Agosto de 1789 foi assinada a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão.
Não foi por acaso que em 26 de Agosto de 1789 foi assinada a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão.
Nela podemos ler no artigo 2.º: “A finalidade de qualquer associação política
é a conservação dos direitos naturais e imprescindíveis do Homem. Esses
direitos são a liberdade, a propriedade, a segurança e a resistência à opressão”.
Mais tarde, a Declaração Universal
dos Direitos Humanos, proclamada em 1948, através da Organização das Nações
Unidas, reconheceu um conjunto de direitos fundamentais do Homem que deverão
ser salvaguardados pelos Estados.
É fácil compreendermos as
motivações que estiveram na origem das revoluções. Todos os sistemas políticos reconhecem
determinados direitos e uma igualdade proporcional entre os cidadãos, mas na prática
afastam-se deste princípio. Os cidadãos lutam pela defesa da igualdade, pela
criação de uma sociedade mais justa e equitativa, onde situações de privilégio
sejam banidas a favor do interesse comum, evitando a criação de oligarquias responsáveis
pela desigualdade.
O Homem, ao longo do tempo, tem lutado pela
busca da felicidade que emana destes valores, que não podem nem devem ser alienados,
pois se tal se verificar estamos perante um recuo civilizacional que não poderá
trazer paz e abalará a consciência daqueles, que através da razão, conseguirão
ter a clarividência de que a manutenção do que foi adquirido, por direito, não deverá
ser posta em causa.
Cartaz - Declaração Universal dos Direitos do Homem
http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/8/85/
http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/8/85/
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