sábado, 8 de setembro de 2012

As medidas de Passos Coelho

Existem pessoas que se julgam mais inteligentes do que as outras, mas ao analisarmos o que dizem ou o que fazem, é fácil concluir que essa "inteligência" não existe e estamos na presença de alguém que se atreve a menosprezar a inteligência dos outros.
Passos Coelho, ao anunciar  as novas medidas de austeridade, revelou fazer parte dos que pensam que conseguem enganar os outros, mas no fundo enganam-se a si próprios. Com grande solenidade e, tendo no horizonte o combate ao desemprego e  a exigência do Tribunal Constitucional (TC), o primeiro-ministro comunicou ao país um aumento de 7% na contribuição para a Segurança Social extensiva a todos os trabalhadores (públicos e privados), a descida da contribuição exigida às empresas, o corte de um dos subsídios para os funcionários públicos, sendo o outro distribuído pelos doze meses do salário e a manutenção do corte dos dois subsídios para pensionistas e reformados.
O TC considerou inconstitucional o corte dos subsídios, mas Passos Coelho e o governo persistem no erro. Os funcionários públicos ficam na mesma, ou seja, na prática vão auferir menos dois salários e os pensionistas e reformados continuam   a ser sacrificados. A equidade proclamada não existe, o que denota grande insensibilidade.
A realidade traduz-se no elevado esforço pedido às pessoas que vivem dos rendimentos do seu trabalho e  pagam escrupulosamente os seus impostos.
Alguém pode ficar satisfeito com o empobrecimento generalizado e a destruição da classe média?
Onde está a consciência dos governantes?. Onde estão os princípios e os valores da doutrina social da Igreja que servem de inspiração a um dos partidos da coligação?
Quando não somos capazes de resolver com seriedade, justiça e equidade os problemas devemos ter a humildade de agir em conformidade e criar as condições que possibilitem a adopção de outras políticas.
É difícil encontrar as palavras que descrevam o sentimento que se instala e envolve os Portugueses que vão perdendo a esperança e olham com grande desconfiança para os políticos que governam Portugal.

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