A Família - Adam Simon Johannes
Dia cinco de Fevereiro, dia de
anos do Papá.
Saudades, muitas. Lembranças,
várias.
Desde sempre, a Mamã nos
transmitiu a importância de festejarmos e celebrarmos esta data. O Papá era
colocado no centro da nossa atenção. Recordo os almoços prolongados de domingo,
vividos pelos cinco. Normalmente, a ementa era mesma, mas neste dia as conversas
que existiam ao longo da refeição, que se ia prolongando, eram de grande
importância. Vários eram os temas abordados, o tempo passado em Coimbra como
aluno de medicina e as suas aventuras, mas a política era uma constante, tinha
um papel crucial.
Todos ouvíamos com muita atenção e bebíamos as
suas palavras. A minha reflexão era sempre a mesma, o Papá sabe imenso e fala
cheio de entusiasmo e convicção.
Aprendi muito e a minha
admiração foi crescendo.
Falar do Papá é falar de
honestidade, de verticalidade e de simplicidade.
Com alegria e grande união nos
juntámos neste dia. Mais tarde, outros foram chegando e comemoraram connosco esta
data.
A importância da família era
sempre focada e com graça o papá dizia: “não
sigam o exemplo da vossa tia e da vossa avó”. O sentido de humor, requintado,
era uma das suas características.
Apesar de ter um ar triste e ser, por
natureza, nostálgico e pessimista, quando acordava bem disposto, trauteava duas
canções – “É uma casa Portuguesa, Com Certeza”, ou, “Não Quero que Vás à Monda”.
Lembram-se?
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