Sei que não devemos generalizar, é perigoso, podemos
ser mal interpretados, mas não posso ficar indiferente perante a prestação da jornalista Judite e Sousa e as opiniões emitidas pelos seus convidados, Professor Mithá Ribeiro e Professor Medina Carreira, no programa de ontem na TVI24.
Quando se aborda um tema, como
ensino, há que fazê-lo com critérios de rigor. O tema, já por si, é polémico, a
imagem da classe docente, junto da opinião pública, não é das mais favoráveis,
logo há que que ter cuidado com o que se diz e com a forma como se pretende
transmitir a mensagem.
No mínimo, a jornalista Judite de
Sousa dever-se-ia ter preparado, ou seja, estar na posse da informação imprescindível,
evitando tropeçar em situações equívocas, e que para os mais incautos poderão
contribuir para a formulação de juízos errados e não devidamente fundamentados.
Podemos não estar de acordo com
as políticas adoptadas, mas temos que saber do que estamos a falar. Existem leis
que orientam os procedimentos, não estamos na presença de documentos avulsos,
de carácter arbitrário, mas perante diplomas aprovados promulgados e publicados
no Diário da República, cuja aplicação é de âmbito nacional. Chamar a uma Lei,
um conjunto de folhas de teor complexo não é correcto.
Quando as leis não são
exequíveis, ou carecem de uma interpretação clara, impõe-se a sua alteração por
processos legais. Não posso passar “ao lado da lei”, ignorando-a, ou fazendo
uma interpretação de cariz pessoal.
O professor Medina Carreira, dado que é um
convidado permanente e gosta de analisar, com espírito crítico, o que se passa
no País, devia munir-se da informação indispensável de forma a poder debater,
com alguma seriedade, o tema colocado em cima da mesa.
Ninguém concorda com a
indisciplina na Escola, nem tão pouco com a facilitação e a burocratização do processo de ensino e de aprendizagem.
Quem é professor e está no
terreno não pactua com a indisciplina e o facilitismo. Temos que ter
consciência que as regras mudaram, nem tudo é perfeito, todos o sabemos, mas analisar,
de forma simplista, esta problemática é perigoso e não contribui para o
esclarecimento dos Portugueses.
No passado, o ensino estava orientado para uma elite, hoje é completamente diferente.
Não queremos, penso eu, voltar ao passado, em que uma minoria tinha acesso à
Escola e os alunos eram pessoas passivas e o espírito crítico não era
incentivado.
A avaliação não pode circunscrever-se
aos exames, implica o recurso a instrumentos diversificados.
A Escola actual, enquanto organização, é complexa, mas tem muitos professores que "dão" tudo pelos seus alunos e continuam motivados.
A Escola actual, enquanto organização, é complexa, mas tem muitos professores que "dão" tudo pelos seus alunos e continuam motivados.
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