Dia 29 de Fevereiro surge como um dia de certo modo estranho, faz com que o calendário, de quatro em quatro anos, seja acrescido de um dia, aparecendo assim o célebre ano bissexto.
O ano bissexto está relacionado com o movimento de translação da terra, ou seja, o movimento executado pela Terra à volta do Sol.
Ao falar de calendário, torna-se necessário falar do Calendário Juliano que remonta à época do imperador romano Júlio César sendo, posteriormente, substituído, pelo Papa Gregório XIII, pelo Calendário Gregoriano, em 1582.
Vem-me à memória a figura de Galileu Galilei, condenado pelo Tribunal do Santo Ofício, que fo obrigado a renegar publicamente a teoria heliocêntrica, mas que segundo a tradição terá dito"eppur si muove", referindo-se à Terra.
Ouvi na televisão que os Museus Capitolinos de Roma irão acolher, a partir de hoje, a Exposição Lux in Arcana, onde estarão expostos, pela primeira vez, documentos do Arquivo Secreto do Vaticano. Entre eles está o códice do processo de Galileu Galilei.
Não há dúvida que o tempo transforma tudo.
Cristiano Banti - Galileu em frente do Tribunal do Santo Ofício
As pessoas são complexas, têm reacções que nos surpreendem, que aos nossos olhos não são inteligíveis, mas no fundo, elas sabem o que as impele e motiva a terem procedimentos que poderão causar mágoa e alguma revolta.
Tudo seria muito mais fácil, se houvesse a coragem de falar abertamente, de uma forma sincera e transparente, dando aos outros a possibilidade de perceberem o que está a contecer. A interrogação permanece. A sensação de solidão e de que algo ficou por dizer apodera-se de nós. Uma palavra, de imediato, surge. Porquê?
Nada escapa aos nossos governantes.Para eles tudo constitui uma janela de oportunidade, expressão que lhes é cara. Oportunidade? Para eles talvez. Sei que o nosso país tem sido mal governado, o défice é grande, temos um memorando para cumprir, mas são sempre os mesmos que são chamados a contribuir. Que triste país o nosso, que continua a ter no exercício do poder pessoas que nos maltratam e nos consideram perdulários, quando aqueles que maiores rendimentos têm continuam a ser poupados. É fácil atacar o elo mais fraco, ou seja os funcionários públicos, como se fossem os malfeitores e, como se não bastasse, serem apontados como detentores de remunerações acima da média. Nem os aposentados/pensionistas conseguem fugir à voracidade das suas garras, que de uma forma tenaz insistem e persistem na acumulação de erros.
Os funcionários públicos foram informados que iriam ficar sem os subsídios de Natal e de férias e a retenção na fonte do IRS seria mais baixa, dado que a remuneração auferida corresponde a doze meses e não a catorze. Posteriormente, o ministro das finanças, com o ar seráfico que o caracteriza, veio comunicar que o valor retido iria ser objecto de uma correcção e a situação existente devia-se ao facto de não terem sido, ainda, publicadas as novas tabelas de IRS.
Pensei, trata-se de uma medida justa, dentro da injustiça criada, mas engano meu, não decorreu muito tempo e o referido ministro veio informar que a medida não tinha efeitos retroactivos, pois qualquer dispositivo legal só produz efeito no dia seguinte à sua publicação. Conclusão brilhante!
Os reformados que recebem uma pensão acima de um determinado montante, vão ficar sem os subsídios de Natal e de férias, mas irão sofrer uma dupla penalização que se traduz num agravamento da retenção na fonte do IRS.
Mais uma vez, o Sr. ministro veio a público informar, que o referido agravamento teria efeitos a partir do mês de Janeiro, ou seja, tem um carácter retroactivo. Pasme-se, neste caso o efeito da legislação não obedece às mesmas regras.
Atenção! Estamos num país de direito, ainda que mal pareça.
Uma lágrima escondida. Uma lágrima contida. Que teima em soltar-se, mas que quero guardar. A tristeza que sinto procuro afastar. Quero esquecer, mas pergunto porquê. Que bom seria ser entendida, mas o que penso é em vão. Pergunto porquê e não vejo a razão que me faz sentir tanta incompreensão.
Existem pessoas que demonstram ser nossas amigas e fazem com que partilhemos alguma da nossa intimidade. Levam-nos a pensar que merecem a nossa amizade, lealdade e confiança.
Engano o nosso. Há um dia, sem sabermos como nem porquê, a máscara cai e eis que surge, perante os nossos olhos, alguém, que pensa que a nossa inteligência nos impede de ver e perceber a falsidade e a deslealdade que incorporam, mas que julgam disfarçar.
Afinal, menosprezaram a sua própria inteligência ofuscada pela intriga, ou maledicência, com que se deixaram enredar.
A hipocrisia que as caracteriza fez com que possamos ter perdido tempo com elas, tirando esse mesmo tempo àqueles que sempre nos são leais, verdadeiros e gostam de nós.
Consegue-se enganar por algum tempo, mas não o tempo todo.
Hoje, quis escrever estas palavras.
Há quem diga que não há coincidências. Será verdade?
"O caminho da verdade é único e simples: o da falsidade, vário e infinito".
Carnaval, serpentinas, "confettis", máscaras, necessidade de alguns se transfigurarem, como se de uma catarse se tratasse. As minhas primeiras memórias sobre o Carnaval transportam-me à cidade de Portalegre onde passei parte da minha infância e adolescência. A primeira imagem que me surge é a de um homem vestido de mulher, num dia chuvoso, junto a um pinoco, defronte da minha casa, e pensei o que ainda hoje penso. O que será que leva os homens a quererem transformarem-se em mulheres? A curiosidade pelo mundo feminino, o desejo de se esconderem, ou de assumirem outras personalidades, ou simplesmente o divertimento pelo divertimento? Só eles saberão as verdadeiras razões, que provavelmente serão diversas. Nunca me mascarei e não consigo achar muita graça ao Carnaval. Recordo as festas nas casas dos amigos preparadas com muito entusiasmo, em que as expectativas eram grandes, as festas no clube da cidade, as idas ao cinema...
Para mim esta data está ligada, sobretudo, à música, à dança e à ausência de aulas.
Vários carnavais se tornaram célebres ao longo do tempo, o de Veneza, o de Paris, mas o do Rio de Janeiro é, sem dúvida, o Carnaval dos carnavais. Uma reflexão me suscita o Carnaval - o divertimento e a alegria parecem ter data marcada para acontecerem, contrariando, assim, a espontaneidade que deveria ser a sua essência.
O ministro da Solidariedade e da Segurança Social, Pedro Mota Soares, proferiu com grande veemência e convicção algo que fere quem o ouviu.
"Sabemos que hoje muitas famílias estão a atravessar sérias dificuldades, vítimas do sobreendividamento, vítimas do desemprego e de casos de desestruturação familiar e social. É por isso que queremos contratualizar com as instituições sociais a confecção e distribuição de refeições, para consumo no espaço da instituição mas também em regime de "take away" - isto é, para consumo no domicílio das famílias".
"Temos pessoas que recebem valores acima da média", disse o ministro, acrescentando que em 20% dos casos, os pensionistas recebem acima de 1000 euros em pensões.Temos de ter muito rigor na atribuição destas pensões. A lei diz que não se deve pagar este complemento social a quem recebe acima da pensão mínima."Os pensionistas têm a obrigação de declarar todas as pensões que recebem e estes pensionistas não o fizeram".
É preciso ser insensível. Como pode alguém pensar que uma medida de carácter assistencialista pode satisfazer as pessoas.
Não seria preferível pagar às pessoas o que elas merecem pelo trabalho desempenhado?
Se as pessoas auferissem rendimentos compatíveis com uma vida digna, a situação seria bem diferente. Uma vida de trabalho, muitas vezes com grandes sacrifícios, e pensões que deveriam envergonhar-nos como cidadãos conscientes e defensores de valores de carácter humanista, parecem não chocar quem detém responsabilidades políticas.
As medidas proclamadas não são inovadoras. A duquesa de Palmela, Maria Luísa de Sousa Holstein Becker, juntamente com outras personalidades, teve a iniciativa de criar a primeira Cozinha Económica (1893 - Monarquia). A Sopa dos Pobres foi criada por Sidónio Pais na Primeira República. Os tempos eram outros.
Não posso deixar de pensar que
procedimentos desta natureza representam um recuo civilizacional.
É obsceno ter a coragem, ou melhor, o atrevimento de anunciar medidas que humilham os mais fracos, julgando com "ar inocente" que agem em função dos seus interesses e trabalham para a resolução dos seus problemas, distribuindo pequenas esmolas que, no seu entender, só poderão ser bem acolhidas.
A idade deste excelso ministro pode não lhe conferir a sabedoria e a experiência que lhe permitiriam ter um outro discurso, mas a sensatez deveria acompanhar, sempre, o seu pensamento e a sua acção. Justificar o injustificável, dizendo que o Estado não tem dinheiro e é preciso fazer sacrifícios, esquecendo-se, propositadamente, que os que têm benesses e altos rendimentos, acrescidos de vários privilégios, têm sido os mais poupados, é revoltante. Só podem estar a brincar connosco. Todos temos a noção exacta que as políticas adoptadas não acabam com as situações de grande injustiça, porque não há da parte de quem exerce a governação essa vontade, pois também eles perderiam no presente e quiçá, num futuro próximo, as mordomias que foram institucionalizadas ao longo do tempo, como se tratassem de direitos.
Continuamos a ver, no pleno exercício da sua actividade, pessoas que recebem uma remuneração em acumulação com reformas. É imoral e incompreensível. Dizem-nos que os valores decorrentes desta situação escandalosa não são significativos. Alguém acredita? Nem os que colhem os benefícios que persistem em proceder a análises explicativas da situação a que chegou Portugal.
Os Portugueses merecem mais respeito.
Nada justifica que nos tratem como mentecaptos e sejam incapazes, apenas porque não querem, de recorrer à verdade, pondo de lado o cinismo e a indiferença com que falam de nós e para nós. É de lamentar que a palavra rigor esteja ausente, quando agem em causa própria, e a falta de memória marque presença nas justificações titubeantes que pronunciam.
Que será feito de um político, líder do partido CDS/PP (Democracia Cristã - inspirado na doutrina social da Igreja) a que pertence este Sr. ministro, que até há bem pouco tempo, chamava a nossa atenção para as condições de vida dos mais carenciados, manifestando uma grande preocupação e afirmando que era imperioso uma mudança de políticas e de políticos.
Mudaram os políticos, mas as condições dos mais desfavorecidos não se alteraram e as promessas feitas não se estão a concretizar.
Pelo contrário, aumentou o número de pobres e surgiram de forma preocupante e assustadora, novos pobres. A classe média vive angustiada ao ver que é expropriada e não vislumbra no horizonte sinais de mudança.
Este político remeteu-se ao silêncio, mas como homem inteligente que é, sabe que as condições apenas se alteraram a seu favor e não daqueles que, repetidamente, dizia serem a sua preocupação central.
Ironia, falsidade, ou palavras vãs, ditas apenas com o intuito de colher benefícios?
Namoro,
encantamento, paixão, sofrimento, relação interpessoal que nos envolve e nos
leva a dar ao outro muito de nós.
Encantando e
seduzindo entregamo-nos de mais, quando devíamos partilhar e não abdicar do que
é a nossa essência.
Todos, de uma
forma, ou de outra, agimos e reagimos de forma “irracional”em função do que
amamos.
A paixão, do
latim “patiore”, é efémera, provoca sofrimento e dor, mas atrai-nos e torna
possível o que parece inatingível, provoca-nos múltiplas sensações, faz com que
queiramos agarrá-la com força e prendê-la para sempre.
Quem consegue tal proeza? Vontade não falta,
mas a razão acaba por nos arrebatar e faz-nos acordar.
O amor com o tempo
vai sofrendo transformações, mas quando é forte consegue reacender a chama da
paixão e surge a cumplicidade, que de mãos dadas lhe dá uma nova dimensão.
Amores e desamores
vão adoçando e apimentando a nossa existência.
Nos últimos tempos, não há
dúvida que nós, os Portugueses, temos sido muito bem tratados por alguns
políticos que nos têm mimoseado e não deixam por mãos alheias tamanhos elogios.
Um traço comum os une -
arrogância, ignorância e atrevimento.
Apetece-me perguntar-lhes.
Será que se dão conta do que dizem? Consideram as pessoas, ou melhor dizendo,
como alguns gostam e fazem questão de sublinhar, o povo desprovido de
inteligência e de sensibilidade, ou a falta de vergonha e a ausência de valores
os impele a proferir tais impropérios?
Estou farta de ouvir dizer: “têm que trabalhar mais; têm que poupar; não
podemos viver acima das nossas possibilidades”, etc,etc.
Será que não têm consciência,
que aqueles que ousam proferir tais palavras fazem parte do grupo
responsável pela situação a que chegou o País, ou seja, a classe política, que
apenas se preocupou e continua a preocupar com ela própria e criou as condições
que lhe permite usufruir de regalias que são escandalosas e ofendem as pessoas
de bem.
Basta. Roubam-nos
descaradamente, não têm respeito por nós e pretendem dar-nos lições de moral.
Alguns recebem reformas e
cumulativamente auferem outras remunerações e subvenções, outros não se eximem de apresentarem justificações desprovidas de bom senso e "brincam" connosco de uma forma ofensiva.
A mentira e o insulto são as
armas preferidas. Tentam menosprezar a nossa inteligência, são insensíveis à
realidade, bem dolorosa para alguns, mas arrogam-se, perante os nossos olhos,
de salvadores da Pátria.
Muitos deles, o único trabalho
que desenvolveram foi na actividade política, tendo ingressado muito cedo num
partido e, se pensarmos com realismo, não contribuíram para o desenvolvimento
do País. No entanto, quando falam pretendem dar a imagem que a sua vida casa
com trabalho, com responsabilidade e com honestidade.
Um dos nossos “brilhantes
ministros” não teve pejo em afirmar, recentemente: é
preciso ter algum recato. Nos tempos que correm, cada vez mais se verifica,
que aqueles que deveriam ter um cuidado redobrado com as palavras, parecem desconhecer o seu significado, o que me leva a concluir que a ignorância
é atrevida.
Em Fevereiro chegaste. Domingo, noite chuvosa... E nossas vidas alegraste. Pais, Avós, Tios... Todos com ternura olhámos para ti.
Trinta anos vividos. Alegrias, tristezas, dificuldades também. Quem as não tem? Desafios, receios, medos. Dúvidas? De tudo um pouco. Mas a esperança não é companheira vã. Vontade de desistir, revolta, perseverança De tudo um pouco.
Mas o desejo de vencer irá permanecer. Companheira e amiga, a música. Presença constante, sonho, aventura? Não, realidade se tornará. O futuro sorrirá. De mãos abertas o receberás.
Um desafio. Reconhecem o
espaço? No centro uma palmeira, diversas vezes nos juntámos neste local, a família
toda, só faltava o Jú como costumávamos dizer. Verão, semanas, dias prolongados com exames que nunca mais
acabavam, orais e mais orais...
Desde sempre, a Mamã nos
transmitiu a importância de festejarmos e celebrarmos esta data. O Papá era
colocado no centro da nossa atenção. Recordo os almoços prolongados de domingo,
vividos pelos cinco. Normalmente, a ementa era mesma, mas neste dia as conversas
que existiam ao longo da refeição, que se ia prolongando, eram de grande
importância. Vários eram os temas abordados, o tempo passado em Coimbra como
aluno de medicina e as suas aventuras, mas a política era uma constante, tinha
um papel crucial.
Todos ouvíamos com muita atenção e bebíamos as
suas palavras. A minha reflexão era sempre a mesma, o Papá sabe imenso e fala
cheio de entusiasmo e convicção.
Aprendi muito e a minha
admiração foi crescendo.
Falar do Papá é falar de
honestidade, de verticalidade e de simplicidade.
Com alegria e grande união nos
juntámos neste dia. Mais tarde, outros foram chegando e comemoraram connosco esta
data.
A importância da família era
sempre focada e com graça o papá dizia: “não
sigam o exemplo da vossa tia e da vossa avó”. O sentido de humor, requintado,
era uma das suas características.
Apesar de ter um ar triste e ser, por
natureza, nostálgico e pessimista, quando acordava bem disposto, trauteava duas
canções – “É uma casa Portuguesa, Com Certeza”, ou, “Não Quero que Vás à Monda”.