Não basta ter vontade ou desejo para fazer seja o que for, é preciso saber e ter as capacidades necessárias para levar à prática o que pretendemos. Actualmente, olhando à nossa volta, deparamo-nos com situações que não obedecem a critérios em que seja perceptível o conhecimento e as capacidades, condições "sine qua non" para a elaboração e execução de qualquer trabalho em que a eficiência e a eficácia devam estar presentes.
É preciso fazer, não se questiona, quem e como se vai fazer. Atribuem-se responsabilidades a quem não reúne os requisitos, subalterniza-se o caminho que deve ser seguido e instala-se a ideia que, vulgarmente, pode ser definida da seguinte forma: o importante é cumprir o calendário, não interessa como, mas a sensação do dever cumprido surge no íntimo de alguns. Visão redutora que transporta consequências graves que nos deveriam conduzir a uma reflexão que alterasse os procedimentos. Este quadro, em que a ousadia aliada à ausência do conhecimento, e a falta de humildade impede o reconhecimento das limitações, vai trinfando e impõe-se, umas vezes de forma sub-reptícia, outras de forma explícita. O que deveria ser produzido com rigor assume contornos difíceis de caracterizar e a sua leitura não é inteligível. Os envolvidos no processo, por convicção ou desconhecimento, persistem no erro. Quem procura pôr o dedo na ferida é olhado de forma estranha e tentam-lhe fazer ver que não fez a análise que deveria ter sido feita.
Ninguém é obrigado a saber tudo, mas quando não se tem o conhecimento necessário que possibilita a passagem à ação, há que procurar a informação ou a colaboração dos que poderão dar o seu contributo. O que é feito de ânimo leve, em que a ausência do conhecimento é notória, está condenado ao fracasso e não pode ser mobilizador.
A reação natural prende-se com a incredibilidade e alguma estupefação, mas não pactua com o silêncio.
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