Vivemos numa democracia
representativa e pluralista.
Dificilmente, será possível organizar a
sociedade de outra forma, se queremos preservar a igualdade, a liberdade e a
justiça, valores vitais para a sobrevivência do sistema. No entanto, percebemos
e sentimos que, ao contrário do que seria expectável, a partidocracia
instalou-se, acomodou-se e age ao arrepio destes valores. Ao olharmos para o
panorama verificamos que estamos na presença daquilo a que, vulgarmente, alguns
apelidam de um novo paradigma, mas que na maioria dos casos se traduz num
modelo que pactua e premeia a incompetência e a inexperiência, que caracteriza
aqueles, que rápida e facilmente chegam ao poder e desempenham cargos, que
exigem grande conhecimento e responsabilidade.
O espectro político é diversificado
e multifacetado. Da direita à esquerda, passando pelo centro, salvos raríssimas
excepções, deparamo-nos com o a mediocridade, a hipocrisia e o clientelismo, em
que os aparelhos partidários são dominados por “boys e girls” (estas em número, por enquanto, muito reduzido), cujo
trabalho efetivo está ligado, por excelência, à vida partidária. A falta do
conhecimento da realidade é notória, no entanto, atitudes mitigadas de
arrogância e prepotência, são assumidas com veemência, como se fossem detentores
da verdade.
Fazemos tudo para conquistar
a democracia.
É fácil concluir que o novo
paradigma apontado por alguns não satisfaz nem serve a democracia que queremos
ver enraizada e aprofundada.
Na prática, muitos continuam
a ignorar as regras: pressionam, manipulam, tentam influenciar e atraiçoam a
sua consciência.
Fica a satisfação que nem todos
se deixam enredar na teia de interesses e conseguem, por vontade própria, agir
de forma coerente.
Não
basta falar em democracia, é preciso praticá-la.