O cidadão comum, cujos rendimentos têm que ser geridos com muita ponderação, por regra, deslocam-se em transportes públicos, sendo o autocarro um dos mais utilizados.
Apercebi-me que a Carris extinguiu algumas carreiras, alterou os horários de funcionamento, suprimindo determinadas linhas ao sábado e domingo e alterou percursos. A situação criada não deixa grandes alternativas aos utentes, pessoas merecedoras de respeito e consideração que têm de esperar longos minutos, dado que os horários, a maior parte das vezes não são cumpridos.
Impunha-se que fossem conhecidos os critérios que presidiram às alterações em curso. Quem tem o poder de tomar decisões nesta área, certamente, não recorre aos transportes públicos e ser-lhe-á difícil ter a percepção dos prejuízos causados.
Assim, não é de admirar que, cada vez mais, se verifique um decréscimo dos utilizadores dos transportes públicos. Como se não bastasse o aumento dos títulos dos transportes, surge uma mudança na visão desta empresa pública que não está a prestar um serviço de acordo com as necessidades das pessoas.
Conclusão a clivagem social acentua-se a passos largos. Uns continuam a ter tudo, ou mais à sua disposição, outros vão empobrecendo e ficam à mercê de decisores, que de uma forma prepotente e arrogante vão espezinhando os mais fracos.